15 nomes para o próximo WWE Hall of Fame – Parte 2/3

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Olá. Retorno até vocês para trazer a continuação de nossa lista sobre 15 nomes para o próximo WWE Hall of Fame, que teve inicio algumas semanas atrás. Para quem não se recorda, dê uma olhada antes na primeira parte para entender do que se trata. Vimos nessa segunda-feira (06/02) a indução da dupla Rock’n’Roll Express, formada por Ricky Morton e Robert Gibson. Para quem não conhece muito da carreira dos dois , eles fizeram mais recentemente uma aparição especial no Total Nonstop Deletion, confrontando Matt Hardy e seu Brother Nero. Ao lado de Kurt Angle, eles são alguns dos componentes da Classe de 2017 do WWE Hall of Fame, indicações justas por terem feito muito pelo pro wrestling em suas respectivas épocas, e que merecem ser lembrados com essa homenagem. Além deles, existem muito outros nomes a ser citados, sendo alguns deles os próximos que veremos aqui. Sendo assim, vamos começar. Ah, e não vai ter Chris Benoit de novo…

 

Doink the Clown

 

Entre os anos 80 e 90, o mundo do pro wrestling viu nascer uma quantidade enorme de gimmicks… exóticas. Tudo parecia ser permitido e colocado em cima de um ringue, para uma plateia com menos critérios que a de hoje em dia. Um policial, um coveiro, um barbeiro, um dentista, um coletor de lixo, um contador de imposto de renda, o elo perdido entre o homem e o macaco, o Shockmaster, absolutamente nada era desperdiçado. Uma dessas personas a surgir foi Doink the Clown, uma figura que marcou a mente de muitos fãs e merece um lugar no Hall of Fame.

Vale lembrar que Doink foi interpretado por vários lutadores ao longo do tempo, porém iremos focar somente em um: Matt Osborne. Sua carreira nunca foi lá essas coisas, chegou a lutar na WWF e WCW, porém era basicamente um jobber, seu ápice realmente foi encarnar o palhaço. Osborne foi o Doink original, o que mais deu vida a esse papel e que certamente deveria ser introduzido ao Hall of Fame se a WWE fosse homenagear o lutador ao invés do personagem em si. Osborne trouxe um palhaço heel, uma espécie de Coringa do pro wrestling, para o pavor de quem sofre de coulrofobia. Praticava bullying com os lutadores e também com o público, e utilizava de mind games e táticas insanas para ganhar as lutas. Suas promos eram sinistramente geniais, Doink era um personagem que se encaixava perfeitamente para aquela época. Quando Osborne foi mandado embora da WWF por seus problemas com drogas (isso me fez lembrar o Bozo), o palhaço continuou sobre a pele de outros lutadores, sem o mesmo brilho de antes.

Doink/Osborne não ganhou nenhum título na WWF, mas se tornou memorável mesmo assim. Ele lutou em duas Wrestlemanias, e participou de combates contra lendas como Mr Perfect e Bret Hart. Para um personagem feito somente para entreter, é uma carreira até interessante. Após sua saída, Matt Osborne ainda teve uma passagem breve na ECW, onde seu personagem era lentamente descaracterizado por Shane Douglas, como se ele sofresse de dupla personalidade, uma crítica direta para a WWF. Simplesmente sensacional. Talvez esse ponto possa ser um pequeno empecilho para a nomeação do Doink de Matt Osborne, eu sei. Ele também faleceu em 2013 por overdose de drogas, o que não é uma boa forma de morrer se você quer fazer parte do HoF. Ainda por cima, após sua morte, a família do atleta abriu um processo contra a WWE… Não são boas notícias para a adição de Doink na cerimônia, mas sejamos um pouco otimistas. Acredito que a força do personagem possa superar isso. Mesmo soando como uma piada para muitos, Doink The Clown merece um lugar ao lado das lendas da federação. Coloquem Jerry Lawler para introduzir o seu bobo da corte no Hall of Fame, o que seria a maior conquista do palhaço em sua carreira.

 

Muhammad Ali

 

Muitos odeiam a ala de celebridades no Hall of Fame, porque seria criada somente para chamar a atenção da mídia para figuras famosas, que tomam o lugar de lutadores que verdadeiramente sacrificaram seus corpos em nome do wrestling profissional. Porém, a introdução do boxeador Muhammad Ali traria total aceitação, por tudo que ele representa e também por todos os momentos relacionados ao pro wrestling que passou, incluindo na WWE.

Além de sua excelência nos ringues de boxe, Muhammad Ali é conhecido pelas declarações explosivas quando tinha o microfone em mãos. “Paire como uma borboleta, pique como uma abelha”, é uma de suas inúmeras frases clássicas, cravada na mente de todos. A origem disso tudo vem de sua infância, quando o mesmo se deparou com o lendário wrestler Gorgeous George, um vilão egocêntrico, narcisista, que se destacava em uma época onde a construção de uma gimmick não era algo tão bem elaborado. Ele foi inspiração direta nos depoimentos provocativos e no carisma de Ali na hora de falar em público, como o mesmo já confirmou em inúmeras entrevistas.

Fora isso, Ali contribuiu ainda com muito mais para o legado da luta livre. Colocou seu boxe em jogo contra pro wrestlers inúmeras vezes, citando Gorila Mooson, Kenny Jay e Buddy Wolfe como alguns de seus oponentes. Aliás, por muito pouco teríamos o encontro épico entre Muhammad Ali e Bruno Sammartino em cima de um ringue, o que acabou não acontecendo. De todos, o momento mais icônico tenha realmente sido sua luta contra Antonio Inoki, que ocorreu no Japão em 1976. Inoki era uma estrela do strong style, treinado por Rikidozan e Karl Gotch. Seria marcado então uma luta de boxe vs wrestling, colocando ambas as modalidades para se digladiarem dentro de um ringue. Com o WWE Hall of Famer Freddie Blassie ao seu lado, Ali participou de um dos maiores fiascos de sua carreira. Foram 15 rounds inteiros para chegar a um empate, onde vimos basicamente Inoki tentando acertar as pernas de Ali e se defendendo de seus golpes deitado no chão. Bem, ao menos tivemos ali o surgimento do que viria a ser o conceito de MMA moderno, pelo choque entre esportes e pelas regras específicas impostas por Inoki antes da luta.

Focando na WWE, Muhammad Ali foi o juiz especial convidado para o main event do primeiro Wrestlemania da história, na luta entre Hulk Hogan e Mr T vs Roddy Piper e Paul Orndorff. Isso já o classifica automaticamente como apto para o Hall of Fame, por participar de um dos momentos mais significantes da história da empresa. Muhammad Ali foi um ídolo dentro e fora dos ringues para inúmeros atletas de diferentes esportes. Inclusive do pro wrestling, se é que você o considera como um esporte. O que você acha que seria de The Rock se não fosse o trash talk do Ali? Não existiria nenhum “The People’s Champion” sem o “The Greatest of All Time”. Acredito que Mike Tyson, outro grande nome do boxe e atualmente WWE Hall of Famer, seria o nome ideia para conduzir o nome de Ali para a eternidade dos imortais. Que sua memória para sempre seja lembrada. Ali bomaye!

 

The New Age Outlaws

 

Tenho que fazer algo antes de começarmos a falar sobre essa dupla. “Oh, you didn’t know it? Your ass better call somebody! Ladies and gentlemen, boys and girls, children of all ages. D-Generation X proudly brings to you, the WWF tag team champions of the world! The Road Dogg, Jessie James. The Bad Ass, Billy Gunn. The New Age Outlaws!”. Pois é, eles tinham uma intro bem longa. Quase igual a de Enzo & Cass atualmente, só que há mais de 20 anos. Feito isso, podemos começar.

Formada por Road Dogg e Billy Gunn, The New Age Outlaws é a tag que definiu a Attitude Era, exalando a pura energia revolucionária daquele momento. Antes de seus caminhos se cruzarem, Road Dogg tinha uma rivalidade com Jeff Jarrett, enquanto Billy Gunn se separa de seu ex-partner da Smoking Gunns e vira aprendiz do Honky Tonky Man. Com carreiras pouco expressivas, Dogg e Gunn acabam por unir forças, e simplesmente dominaram a tag division da época. A química perfeita que tinham trouxe uma grande popularidade para o duo, ainda mais com toda a habilidade e ousadia no mic skill, criando uma conexão instantânea com os fãs. Se antes tinham uma visibilidade medíocre no roster, juntos eles formam uma das mais reconhecidas duplas da história da WWF/E.

Se a popularidade dos Outlaws já era grande, quando acabam por entrar na D-Generation X, ela atinge uma escala assombrosa. Eles fizeram parte da segunda formação da stable, uma milícia liderada por Triple H que tinha a presença da também fundadora original Chyna e de X-Pac. A DX Army, como também ficou conhecida essa nova fase, criou alguns dos momentos mais inesquecíveis da Monday Night Wars, como a tentativa de invasão do grupo na WCW, maior concorrente da WWF naquele período, onde eles declararam guerra vestidos de soldados na porta de um dos shows da rival. Ali, a rebeldia de Road Dogg e Billy Gunn foi elevada ao máximo, eles se tornaram a cara de uma geração de degenerados. É dito que a marca “New Age Outlaws” foi uma das mais rentáveis da Attitude Era, perdendo apenas para as super-estrelas Stone Cold e The Rock.

O momento era perfeito para os dois. Foram cinco vezes campeões de tags, combatendo o título com nomes fortes da época como a Rock’n’Sock Connection, Legion of Doom e Cactus Jack & Chainsaw Charlie. Entretanto, algumas dificuldades surgiram no caminho da dupla levando a seu fim. Road Dogg foi demitido, por problemas pessoais nos bastidores e pelo uso de drogas. Gunn continuou na empresa por alguns anos, até também sair. Fora da WWE, eles utilizaram o famoso mic skill da tag, só que agora em entrevistas que expuseram todos os podres da empresa. É claro, pelo ponto de vista da dupla, que pode ter algumas divergências e omissões dos fatos. Não esqueceram de ninguém, sobrou até para Triple H, ex-companheiro de stable. Parecia que eles fecharam para sempre os portões do castelo dos McMahons para suas presenças, até surpreendentemente retornarem em 2012 no episódio 1000 do Raw. E olhem só, ao lado de Triple H, ao qual pelo jeito fizeram as pazes. Posteriormente, eles selaram sua relação com a WWE ao voltarem a ativa em 2014, se tornando campeões de duplas da empresa novamente, 15 anos depois de seu último reinado. Acredito que todas as pendências do passado foram acertadas, seria agora uma possibilidade real a introdução da New Age Outlaws ao WWE Hall of Fame. Chamem toda a DX ao palco para introduzir a dupla mais fora-da-lei de todos os tempos. E se você não concorda com isso, eles tem duas palavras pra você: suck it!

 

The British Bulldog

 

O inglês Davey Boy Smith, também conhecido com The British Bulldog, fez parte da época de ouro da luta livre. Ele foi um dos responsáveis por enaltecer o wrestling britânico na WWF, quebrando distâncias ao levar sua popularidade até o público europeu, e de quebra abrir portas para a empresa em novos territórios. Davey Boy tinha porte de um powerhouse, uma gimmick memorável e um grande carisma junto aos fãs, requisitos básicos para ser uma estrela de ponta. Porém, teve seu nome ofuscado por outros lutadores que não tinham metade de sua técnica, como o louvado Hulk Hogan (polêmica). Dessa maneira, ele teve seu início na tag division, formando dupla junto a seu primo Dynamite Kid, o que de certa maneira atrasou um pouco sua caminhada ao estrelato imediato. Na verdade, atrasou a carreira dos dois, pois muitos apontam Dynamite como o ponto forte da tag. Não digo que foi um desperdício de tempo, pois foi ali que Davey Boy se tornou conhecido, e porra, até o próprio Ozzy Osbourne foi manager da dupla em uma luta no Wrestlemania 2. Mas tendo em vista as habilidades in ring do lutador, ele poderia ter sido um pouco melhor aproveitado, o que acabou acontecendo de certa forma somente nos anos 90, em uma singela carreira solo.

Talvez seu maior momento como atleta tenha sido vencer Bret Hart em sua terra natal, no evento principal do Summerslam ’92, o coroando como campeão intercontinental da WWF. Essa é celebrada como uma das melhores lutas do lutador inglês, e também como uma das melhores da história do PPV. Falando em Bret, o Bulldog Britânico também faz parte da Família Hart, sendo cria e genro do lendário Stu Hart. Sendo assim, Davey é cunhado de Bret e Owen Hart, e pai de DH Smith, também lutador que era membro da stable Hart Dynasty na WWE algum tempo atrás, ao lado de Natalya e Tyson Kidd. Ele e seu filho lutaram juntos no final de carreira do lutador em algumas poucas ocasiões, como uma prévia passagem de legado dos Smiths no wrestlingDavey Boy nos deixou em 2002, com apenas 39 anos.

British Bulldog é parte fundamental de uma era clássica, e não pode ser esquecido pelas novas gerações. É inacreditável para muita gente que ele não já esteja no Hall of Fame, mas existem algumas razões para que isso aconteça. Uma das causas apontadas para a morte do lutador foi o uso de anabolizantes durante sua vida, um lado negro do esporte que a WWE não quer expor principalmente em uma cerimônia que prestigia o passado glorioso da organização. Outro ponto é a relação conturbada dos McMahons com os Harts, bem desgastada com o tempo por inúmeras histórias controversas. Montreal Screwjob, acidente de Owen Hart, vocês estão cansados de saber. De qualquer forma, Bret Hart dá seu total apoio para que ele seja introduzido na premiação, e quem melhor do que ele próprio para ser o porta-voz dessa homenagem, com todos os Harts no palco. O lutador inglês poderia ser introduzido também como parte da The British Bulldogs, mas como a vida de Dynamite Kid foi para a total ruína por conta do pro wrestling e seus efeitos colaterais, além de ter por muito tempo problemas pessoais com seu ex-partner, seria uma melhor ideia a indução de Davey Boy individualmente. Existem campanhas e petições públicas para que isso aconteça, é tudo questão da WWE dar o braço a torcer.

 

WWE Legacy Hall of Fame 2017

 

Para quem não sabe, no Hall of Fame de 2016 tivemos a estreia de uma nova ala: a Legacy Awards. Ela é voltada para os lutadores que pavimentaram a história do pro wrestling em seus primórdios, os pioneiros que surgiram muito antes da WWF se tornar um fenômeno mundial lá nos anos 80. Mesmo sendo uma premiação meio ofuscada, voltada primordialmente para os assinantes do WWE Network, foi uma atitude formidável da WWE mostrar que há muito mais legado no esporte além de suas fronteiras. Para quem não viu os homenageados, aqui vai o vídeo da premiação:

 

 

Espero que tenhamos novamente algo parecido no próximo HoF, é uma forma direta das novas gerações de fãs aprenderem um pouco sobre o old school. A WWE poderia também trazer lutadores importantes que vão além da AWA, NWA e outras federações americanas, glorificando lendas de outras nações que também contribuíram para a construção da luta livre. Quem sabe até algum brasileiro possa fazer parte dessa singela cerimônia em alguma edição. Para isso, trarei alguns nomes que poderiam ser indicados no próximo Legacy Hall of Fame. Mesmo alguns desses lutadores serem importantes o bastante para serem introduzidos individualmente, como já foi feito com Bruno Sammartino e Gorgeous George, eles poderiam ser nomeados através dessa brecha que a empresa abriu em seu evento. Lembrando que em nossa lista de 15 nomes para o próximo Hall of Fame, os sete nomes a seguir entrariam como uma única indicação, da mesma forma que uma stable.

 

 

Toots Mondt

Um nome pouco conhecido, mas de suma importância para o pro wrestling. Mondt foi um lutador e promotor na época da luta livre “legitima”, onde as lutas eram reais e os resultados imprevisíveis. Vendo que os espectadores se cansavam com a demora dos combates, que podiam levar horas em algumas ocasiões, ele foi um dos responsáveis por trazer a noção de kayfabe e de lutas pré-determinadas. Sendo assim, Mondt ajudou a criar o wrestling espetaculoso como conhecemos hoje em dia. Além disso, ele ao lado de Jess McMahon foram os fundadores da Capitol Wrestling Corporation, que se tornou décadas mais tarde a WWE. Aposto que Toots Mondt ainda não faz parte do Hall of Fame como merecido, pois Vince McMahon quer focar apenas em seu avô como o criador da empresa. Esse erro pode ser apagado com a introdução dessa lenda como parte do WWE Legacy Hall of Fame.

 

 

El Santo

Se a WWE quiser realmente abrir seu leque de opções para estrelas internacionais, El Santo estaria no topo. Ele é uma figura canonizada entre os fãs de lucha libre, sendo a representação de um verdadeiro paladino da justiça para o povo mexicano. Ele é o maior babyface que já surgiu no México, uma lenda folclórica para os latinos. Sua fama expandiu-se fora dos ringues, chegando aos quadrinhos e em mais de 50 filmes. Falamos sobre um de seus filmes nessa edição dos melhores filmes sobre luta livre. O luchador viveu sua carreira inteira sob sua máscara, separando publicamente ela de seu rosto somente uma vez em um programa de televisão, pouco antes de vir a falecer. Aliás, sua máscara se fundiu eternamente com seu dono ao ser enterrada junto com ele após sua morte. O Mascarado Prateado faria seu centésimo aniversário em 2017, o que seria um motivo a mais para que Santo seja homenageado ao lado das estrelas da história do esporte na cerimônia.

 

 

The Great Gama 

Talvez o maior nome do pehlwani, o wrestling indiano, Great Gama é conhecido simplesmente por ser o único lutador invicto do mundo. Exatamente, em seus mais de 50 anos de carreira no wrestling, o lutador nunca viu uma única derrota. Lembrando que ele viveu a época do shoot wrestling, a luta livre com resultado reais, chegando a enfrentar figuras famosas para os ocidentais como Stanislaus Zbyszko. Após empatar pro indiano em uma luta de mais de 3 horas, Zbyszko não apareceu na segunda luta marcada, fazendo Gama ganhou por W.O. Frank Gotch, outro nome importante do esporte, nunca ousou aceitar o convite para uma luta contra Great Gama, talvez por toda sua fama criada na época. Sua invencibilidade se dava por seu treinamento rígido, que chegou a ser influência para a lenda das artes marciais, Bruce Lee. Certa vez, por falta de um lutador a altura que aceitasse combatê-lo, o indiano levantou uma pedra de 1200 kg em uma exibição pública, para apenas demonstrar sua força sobrenatural. Se alguém tem um legado para fazer parte do WWE Legacy Hall of Fame, esse seria The Great Gama.

 

 

Rikidozan

Em um período traumático para o Japão, depois de sair derrotado vergonhosamente na Segunda Guerra Mundial, Rikidozan surge como um símbolo, um herói com o intuito de trazer a honra perdida de seu povo. Após ser renegado no sumô por ser coreano, ele populariza o pro wrestling em terras japonesas, e se torna nacionalmente famoso por derrotar americanos, geralmente colocados como vilões. Chegou a lutar com WWE Hall of Famers clássicos na América e em sua terra, como Lou Thesz, Killer Kowalski e Freddie Blassie. Fora isso, Antonio Inoki, Giant Baba e outros grandes nomes do wrestling japonês tiveram os treinamentos de Rikidozan. Mesmo após sua morte pelas mãos da Yakuza em 1963, o legado do “Pai do Puroresu” continua vivo na memória dos fãs. Se você dá uma de cult e adora se exibir por assistir o Wrestle Kingdom ou outros eventos do Japão, você deve muito a essa lenda.

 

The Masked Wrestler of Paris

Você se engana ao pensar que as máscaras surgiram no México, berço da lucha libre. Na França do século 19 surgia The Masked Wrestler of Paris, também conhecido como Le Lutteur Masque ou L’Homme Masque em sua terra natal, o primeiro lutador a ocultar seu rosto dentro de um ringue a que se tem registro. Até hoje não se tem a confirmação de quem era a pessoa por detrás daquela máscara. O mais aceito é que seja o wrestler Thiebaud Bauer, que lutou na mesma época e se aventurou de “cara limpa” na América. Pela falta de informações, tudo não passa de especulações, o que torna The Masked Wrestler algo mais do que um simples humano, todo o mistério em volta de si o transforma em uma entidade mitológica do wrestling. Ele nunca teve uma carreira expressiva, porém essa figura trouxe ao pro wrestling um de seus símbolos mais icônicos, que cobriu e ainda cobre o rosto de uma infinidade de outros lutadores. Seria interessante colocar esse personagem no próximo WWE Legacy Hall of Fame.

 

Gory Guerrero

O patriarca da Família Guerrero merece ser reconhecido por seu trabalho no wrestling. Trouxe a técnica para uma lucha libre em crescimento no México, com golpes criados por ele mesmo, como o camel clutch e o Gory special, além de outras modificações de movimentos existentes aprimoradas pelo próprio. Seu estilo também era marcado pela grande quantidade de sangue, de onde surgiu seu ringname (gory = sangrento, ensanguentado). Não só em carreira solo, a dupla La Pareja Atomica, formada por ele e El Santo, se tornou uma das mais populares da história do México. Gory teve 4 filhos lutadores, que tiveram grandes méritos no esporte: Eddie Guerrero, dispensa apresentações, uma das maiores estrelas a pisar na WWE; Mando Guerrero, simplesmente o inventor do moonsault; Chavo Guerrero Sr, 17 vezes campeão da NWA de Los Angeles e o cruiserweight champion mais velho da história da WWE; e Hector Guerrero, que bem… foi o Gobbledy Gooker. Gory Guerrero deu inicio a uma das maiores dinastias da luta livre mundial, que ainda continua viva e atravessa novas eras.

 

Terrible Ted

Não, não é um lutador em uma fantasia de urso. É um fucking urso de verdade. E um bem terrível.  Ambientalistas não devem aprovar a ideia de celebrarmos a carreira de um animal criado para lutar, mas de qualquer forma, ele faz parte da história excêntrica do pro wrestling. Marcou presença em várias feds pela América do norte por mais de 30 anos, e já esteve no mesmo ringue com WWE Hall of Famers como Rocky Johnson e Bobby Heenan. Em seu fim de carreira, chegou a lutar na Stampede Wrestling e morou brevemente na casa da Família Hart. Ted perdeu sua natureza para o esporte, ao menos que seja lembrado no Legacy Hall of Fame, para honrar outros animais do wrestling como a arara Frankie de Koko B. Ware e a serpente Damien de Jake Roberts. Seria o primeiro animal a entrar no HoF, depois de George Steele.

 

Encerramos por hoje. Brevemente, voltaremos com a terceira e última parte dessa lista. Algum nome ainda deve ser lembrado? É sua hora de expressar sua opinião, deixe seu comentário para quem sabe seu lutador faça parte a tempo da próxima edição. Elogios, sugestões e mesmo reclamações são também bem vindas. Até a próxima.

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