John Cena vilão? NÃO!

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Clark Kent, o homem por trás do Superman, é um homem correto, trabalha diariamente em seu emprego, e quando precisa salva o mundo como o herói de Metrópolis. Em Gotham, Bruce Wayne cumpre o mesmo papel. Ambos são os mocinhos de história, colocam os vilões nas prisões ou até mesmo em hospícios. Porém, como seria se em determinado dia, você acordasse e esse status de ambos fosse apenas o passado? Agora, Superman e Batman eram homens com atitudes duvidosas, aliando-se a antigos inimigos. Eles agora são vilões. Estranho escrever isso pois não consigo imaginar. Na luta livre não é diferente, temos um homem que cumpre o papel dos super-heróis, mas já o vimos como vilão. Novamente seria viável? Quem é esse homem? É um pássaro? É um avião? É apenas um homem e seu nome é…

Jovens, tenho uma pequena inclinação para gostar de babyfaces. Hogan, Warrior, Rock, Cena, esses personagens mostram a perspectiva de um homem que se torna o herói daquele local, os desafios que enfrentam, o brilho nos olhos dos fãs, principalmente as crianças como este que vos fala, que se torna uma ao ver todo o espetáculo da companhia. Com Johnny Boy, não foi diferente. Contudo, a evolução do seu personagem chegou a uma posição desconfortável com fãs mais cascudos, que veem naquele rapaz tudo de negativo que veio a ser acrescentado na WWE desde julho de 2008, aonde a federação do velho McMahon anunciou por uma nota a entrada em uma Era mais leve, com programação voltada para crianças. Desde então, CENA SUCKS! para os mais crescidos, que querem um personagem com mais atitude, como era o Doctor of Thugnomics, personagem que viveu até 2006. Na minha humilde opinião de morador da Zona Norte carioca, não há o porque, mas tentarei explicar.

Um Heel Turn demanda espaço e esforço.

John Cena está próximo de completar 40 anos, para ser preciso, tem 38 no momento. Quando chegar a sua quarta década de existência, estará completando 15 anos na empresa. Diferentemente de astros como Undertaker, Triple H, Shawn Michaels, etc, em grande parte desses anos foi a figura central da companhia, sem ficar ausente por um grande período de tempo. Quando se lesionou em 2007, retornou meses antes do previsto, vencendo um Royal Rumble. Super Cena sempre esteve à frente nesses últimos anos, e parece que está caminhando para aparições cada vez menores. Com um Heel Turn, que seria chocante para todo o mundo da luta livre, necessitaríamos de algo grande, que tomaria o espaço (provavelmente no Main Event) de lutadores em ascensão, além do grande esforço, algo que John Cena parece não desejar no momento.

Foto: WWE.com

Há necessidade?

Tornar vilão sua maior estrela, com uma legião de fãs do público infantil, é necessário? Talvez se perguntássemos isso para Eric Bischoff em 1995, a resposta seria “É claro, seu imbecil, é o primeiro passo para uma guerra”. A WCW necessitava atrair os olhares para si, pois mesmo tendo as grandes estrelas migrando para o seu lado, ainda não tinha a atenção devido à tradição da WWF. Hogan se tornou o vilão ao lado de Scott Hall e Kevin Nash, a WCW entrou no jogo e Vince McMahon começava a criar um borrado nas calças. Hulk Hogan era a maior estrela, com uma legião de fãs do público infantil, mas o seu turn foi necessário, era algo novo para confrontar um adversário mais forte até o momento. A WWE não possui adversários, não precisa arriscar algo feito há 20 anos. Retranca as vezes ganha campeonatos.

Um degrau acima

Big Johnny não é mais apenas um lutador, já está um degrau acima, num patamar aonde poucos conquistaram ainda como lutadores. Não parece, mas é uma lenda viva. Por ser tão comum sua presença, não sentimos isso, porém vendo os seus números, podemos analisar melhor. Quinze vezes campeão mundial, TODAS na WWE, o que é mais incrível. Quando um lutador chega a esse nível (e normalmente se aposenta ou começa a aparecer menos) sua falta é sentida, e seu retorno é uma grata surpresa, como The Undertaker. Muitos (inclusive eu) desejam que qualquer dia ele apareça de cabelo cortado, numa motoca ao som de Limp Bizkit (eu prefito You’re gonna pay, porém Rollin’ é clássica), mas Vince e os escritores sabem que aquele sino tocando, aquele homem que demora 5 minutos para caminhar da entrada até o ringue, é agradável à todos, aquele personagem é a lenda, e John Cena está nessa perspectiva.

Meus queridos, podem me esfaquear com suas opiniões, ou fazer sua reflexão interna enquanto curtindo mais um dia de alegria. Até a próxima, galera!

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