O que me afastou da WWE

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Para aqueles que não me conhecem, meu nome é Leonardo, comecei a acompanhar a WWE e conheci o Pro-Wrestling em 2008 quando o SBT passou a transmitir os shows semanais. Nas primeiras semanas, o programa exibiu algumas lutas de Pay-per-views passados e alguns confrontos antigos. Na época eu era apenas um garoto maravilhado com a nossa amada lutinha fake. Não parece, mas já se passaram 11 anos desde então.

Quando a emissora cancelou as transmissões eu estava tão envolvido que acabei decidindo buscar na Internet – na época, essa era completamente diferente do que é hoje – vídeos dos shows e principalmente comunidades no Orkut sobre o assunto.

Foram três anos nos quais o Pro-Wrestling só era acessível pela Internet no Brasil e foram nesses três anos que eu e muitas outras pessoas e amigos que conheci na época aprendemos sobre Pro-Wrestling e sua grandiosidade. Porém, aos poucos, meu interesse pela WWE foi se esvaindo com o fim da ECW, com a PG Era chegando ao auge do que hoje a gente chama de Family friendly e principalmente com o rumo das histórias e das decisões questionáveis da empresa. Para contextualizar, nesse período, a Legacy – stable a qual nunca me desceu o estômago – estava colapsando, a Nexus estava invadindo o RAW e ao meu agrado Edge retornava no Royal Rumble. Quem me conhece sabe do meu apreço pelo Edge, era meu lutador favorito e um dos melhores heels que já vi.

Nesse momento, você que ainda está lendo isso já deve ter chegado à conclusão de que quando o Edge sofreu uma lesão na coluna e foi forçado a se aposentar dos ringues recebi o empurrão final para me afastar aos poucos do PW e da comunidade de luta-livre em geral.

Anos depois, resolvo dar uma nova chance a WWE, eu não sabia o que iria encontrar, mas contava com a nostalgia e com uma nova geração de lutadores muito elogiados pelos contatos que ainda mantinha. Minha surpresa, no entanto, foi negativa, não pela qualidade da nova geração, mas pela unificação dos elencos das duas marcas da empresa. Isso significava menos espaço para boa parte do elenco. Vale mencionar a descoberta do fim da lendária streak do Undertaker, o jeito como aconteceu foi simplesmente triste. Novamente, a WWE não me prendeu, mas pude observar um futuro onde a WWE me seria interessante de novo.

Chegamos em 2016, após o Brand Split, a WWE havia tomado um caminho que considero correto. As mulheres estavam começando a ganhar espaço e reconhecimento, o NXT estava sendo lotado de talentos e nomes conhecidos do cenário, o controverso AJ Styles estreou e fez ótimos combates – infelizmente, não consigo mais vê-lo com os mesmos olhos –, aconteceram os posteriores retornos de Jeff Hardy e Rey Mysterio, o hardcore estava voltando aos poucos dentro dos limites do PG e do que é mais rentável para empresa.

Hoje em dia, eu quase nunca assisto programas semanais, não vejo nem ao menos todos os Pay-per-views. O porquê de eu não conseguir mais ser um espectador tão assíduo ou tão apaixonado é o simples fato de que o Pro-Wrestling é um entretenimento ingrato. Infelizmente, quanto mais você acompanha mais exigente você se torna em relação aos enredos, lutas, promos e mais difícil fica de te agradar. Eu vejo frequentemente, mesmo nos mais apaixonados, aquele sentimento de que aquele show semanal, ou aquele pay-per-view podia ter sido melhor, que o tempo das lutas foi mal distribuído e outros defeitos que simplesmente não enxergávamos quando Wrestling era uma novidade. É incrível e estranho como o NXT TakeOver chama mais atenção que muito Pay-Per-View “principal”. O Pro-Wrestling para mim nunca mais será a mesma paixão de anos atrás. Terá sempre, porém, seu espaço no meu coração.

Apesar de tudo, eu estou animado pelo Kofi Kingston e pelo evento principal feminino, sempre estarei lá para presenciar momentos históricos, como desse Wrestlemania. Também sou grato às amizades que fiz dentro dessa comunidade que sempre foi tão desunida e em contrapartida repleta de pessoas boas. Um pouco de magia da Wrestlemania sempre é bom para relembrar os ótimos tempos quando respirava luta-livre.

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