O retorno de Daniel Bryan e a procura pela felicidade

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Era segunda-feira de carnaval no Rio de Janeiro. Dia de muita festa, obviamente. Até abrir o celular e ver a notícia que estava estampada em todos os perfis da comunidade de wrestling na internet: Daniel Bryan estava se aposentando. Após uma série de contusões, concussões e discussões com médicos especializados, foi considerado inapto para a prática do esporte. A noite veio o anúncio oficial do próprio, era o fim de uma era.

Existem dezenas de casos de lutadores que encurtaram suas carreiras devido a problemas com lesão. Pouquíssimos deles tentaram retornar após decretarem o fim, como Shawn Michaels, após quatro anos fora dos ringues, retornou em 2002 aos combates, e ainda esteve presente por praticamente uma década. A lesão de HBK era nas costas, a de Bryan atingia sua cabeça, região mais delicada para todo o esporte, com muitos estudos e proibições nas últimas décadas para garantir a proteção desta zona do corpo.

Bryan foi encaixado nessas proibições e precisou se retirar. Com o adeus, a gratidão mútua entre lutador e torcida, que fez o YES Movement se tornar a coisa mais interessante da luta livre, salvou uma WrestleMania e colocou o American Dragon em outro patamar. O fim abateu o lutador, que, no seu auge, se via aposentado, tendo aparições apenas para funções fora do ringue, vendo o roster da WWE com cada vez mais estrelas, cada vez mais combates dos sonhos. AJ Styles, Shinsuke Nakamura, Finn Bálor, Kevin Owens, ou até mesmo uma nova rivalidade com The Miz, também no auge.

Ele queria voltar, os médicos proibiam. Ele tentava novamente, e novamente era vetado. Nós o queríamos de volta, mas parecia um sonho distante. Cada segmento com The Miz no SmackTalk gerava uma esperança que Bryan, mesmo proibido, colocasse o eterno Intercontinental Champion no seu Yes Lock, enquanto a torcida levantava os braços, com os dedos polegares em riste, gritando YES! como loucos. Sonhar não custa nada, não é?

Provavelmente, a luta livre é um dos esportes que é válido sonhar. Se, em 2010, eu te dissesse que Daniel Bryan estaria trocando golpes como El Generico e Kevin Steen num Smackdown ao vivo, é provável que você desse risada de mim, afinal, nem o Smackdown era ao vivo (ps. Com Shane O’Mac na rivalidade, ele nem na empresa estava). Mas os sonhos viram realidade na fantástica fábrica de luta-livre, e Daniel Bryan, depois de 2 anos, está de volta.

Daniel Bryan nasceu para o pro-wrestling. Todos os combates possuíam a mais pura vontade de dar o melhor show, e sua aposentadoria provavelmente retirou uma de suas maiores felicidades da sua rota.  Mas, o American Dragon nos trouxe o melhor ensinamento de sua vida: faça o que te faz feliz. Tente, não desista de se divertir com aquilo que ama, mesmo que pareça impossível, o final da história pode ser maravilhoso. E depois de dois anos de procura pela felicidade, Daniel Bryan ouviu dos médicos a expressão que criou uma revolução dentro da WWE: YES!!

No dia da sua aposentadoria, a palavra de ordem foi gratidão. E ela era mútua, entre a torcida e o próprio Bryan. As lembranças da WrestleMania XXX seriam péssimas se a maior delas não fosse o próprio com os cinturões de WWE World Heavyweight Champion, ou se The Miz tivesse entrado naquela luta do SummerSlam contra a Nexus. Daniel Bryan está apto para nos proporcionar novos momentos espetaculares, e nós somos gratos por isso, por sua busca incessante pela felicidade de estar novamente lutando.

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