Os Melhores Filmes sobre Luta Livre! Parte 3 #OrientExpress

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Demorei, não é mesmo? Sim, eu sei, mas o importante é que eu voltei. E não vim sozinho, trouxe comigo a continuação dos melhores filmes sobre luta livre da história! Ou os que mais chegaram perto disso, é claro. Passamos por vários excelentes exemplos cinematográficos na primeira e na segunda parte até chegarmos ao terceiro capítulo de nossa trajetória, que como vocês podem perceber, é especial. O nosso “#OrientExpress” nos levará ao outro lado do mundo, veremos o que de melhor o cinema asiático tem a nos oferecer quando o assunto é pro wrestling. Pela dificuldade de encontrar até nas maiores profundezas da internet, muitos títulos aparentemente essenciais infelizmente não serão analisados aqui, tais como Oh! My Zombie Mermaid, Gamushara e Jushin Liger: Fist of Thunder. Sendo assim, caso você já tenha visto algum filme que merecia fazer parte dessa lista, compartilhe sua opinião nos comentários. De qualquer maneira, os filmes que vocês verão a seguir são excepcionais, você não irá se arrepender de largar um pouco o vicio hollywoodiano e se permitir assistir algo mais internacionalmente alternativo.

Kick-Heart – 2013

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       IMDB: 7.0/10 – Rotten Tomatoes: N/A – WBR: 3.25/5

Como começar melhor um texto dedicado à cultura asiática do que com um anime? O que foi introduzido para nós, meros ocidentais, como um entretenimento infantil qualquer, é tido como uma verdadeira arte cultuada no lado oriental desse planeta. E não é pra menos, trata-se de uma expressão artística tão delicada e ao mesmo tempo tão complexa, que através de traços sutis levam nossa imaginação para outra dimensão. Nisso, em meio a uma infinidade de diferentes títulos de animes que temos por ai, surge Kick-Heart, um curta-metragem de aproximadamente 12 minutos que conta a história do amor “secreto” entre Masked Man M e Lady S, dois famosos lutadores mascarados.

Vale lembrar que esse não foi o primeiro anime a trazer o mundo da luta livre como tema, muitos outros já fizeram isso anteriormente, chegando até a quebrar a barreira com o mundo real em alguns casos. Jushin Liger, por exemplo, era o nome de uma popular animação japonesa antes de inspirar a persona do lendário lutador de mesmo nome. O mesmo acontece com o anime/mangá Tiger Mask, que serviu como base para a caracterização de uma sucessão de lutadores que utilizavam uma máscara de tigre parecida nos ringues. Outros títulos famosos a serem recordados são Kinnikuman, High KickWanna-Be’s, entre alguns outros.

Kick-Heart se diferencia por contar sua história de uma maneira não tão nítida, quase de forma sensorial, tornando-se uma obra peculiar. Uma das características mais marcantes do curta é que ele utiliza as cores para transmitir mensagens além do dialogo e para enfatizar algumas emoções dos personagens, uma viagem visualmente surreal que pode trazer um significado diferente para cada pessoa que o assista. Sendo assim, é melhor você assistir Kick-Heart e tirar suas próprias conclusões do que continuar a ler esse review a procura de respostas prontas. Somente vá.

The Foul King – 2000

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             IMDB: 7.0/10 – Rotten Tomatoes: N/A – WBR: 3.25/5

A Coreia do Sul também marca presença aqui na nossa lista com The Foul King, uma divertida mistura entre comédia e pro wrestling que faria até com que o ditador Kim Jong-Un desse o braço a torcer para seus arquirrivais sul-coreanos.

Im Dae-ho é um jovem que agora sente a pressão que é se tornar adulto. Em sua casa, seu pai exige que seu filho se torne uma pessoa responsável. Em seu trabalho, além das tarefas monótonas do banco, o pobre rapaz tem que aguentar o bullying diário realizado por seu chefe. E quando eu digo bullying, não me refiro apenas a humilhações psicológicas ou morais, o patrão de Dae-ho adora agredir fisicamente seu funcionário, principalmente com seu golpe preferido, o mata-leão. Completamente impotente nas mãos de seu chefe, Im Dae-ho decide procurar por diversos estilos de luta uma maneira para se livrar do terrível golpe de submissão de uma vez por todas. Ele acaba achando o que estava procurando em uma humilde federação de luta livre, aliás, acaba recebendo muito mais do que poderia imaginar. Ele se torna o lutador Foul King, fazendo com que sua identidade secreta desse um sentido novo em sua vida, como se a máscara que ele utiliza trouxesse poderes que ele mesmo não conhecia.

Depois de assistir esse filme, quebrando qualquer barreira cultural existente, muitos irão se identificar com Dae-ho (protagonizado por Song Kang-ho, que em 2019 participou do aclamado filme Parasita). Você vive seguindo o que os outros acham que é melhor para você? Já pensou em largar tudo para alcançar seus objetivos? Você teria coragem de enfrentar o mundo para chegar ao seu sonho? É esse o ponto principal de Foul King, aquele momento de arriscar tudo que é concreto em sua vida em busca de algo que te faça bem, independente das consequências. Um filme que certamente irá fazer você parar pra repensar alguns pontos de sua própria vida.

The Calamari Wrestler – 2004

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            IMDB: 6.1/10 – Rotten Tomatoes: N/A – WBR: 3/5

Nem sei por onde começar, é só você dar uma olhada no pôster e você já pode entender o porquê…  O filme já começa com ação no meio do ringue, direto de uma luta pelo título máximo da federação fictícia Super Japan Pro Wrestling. Com muito esforço e com o apoio dos fãs, o lutador Koji Tagushi vence e se torna campeão naquela noite. Porém, tudo muda para um plano surreal quando sua comemoração é interrompida por uma… lula gigante. Sim, uma lula gigante… Uma FUCKING lula gigante! Não acredita? Então, veja com seus próprios olhos.

Pois é… A lula lutadora ataca Tagushi por nenhum motivo aparente, mostrando uma grande técnica dentro do ringue que até chega a lembrar um antigo famoso wrestler da empresa. O dono da Super Japan Pro Wrestling marca uma revanche entre o campeão contra o molusco, para trazer de volta a honra perdida após aquele ataque. Visto como o vilão da história, descobrimos pouco a pouco que a lula não é nenhum monstro, apesar de sua aparência. Vemos que ela tem um passado obscuro, que justifica muito de suas ações no presente.

Eu não sei o que dizer sobre Calamari Wrestler, na verdade, nada do que eu possa dizer pode ser levado em conta por estarmos se tratando de uma lula como protagonista. Mesmo com um personagem tão estranho, o filme ainda consegue construir uma história plausível apesar das circunstâncias. É um puro clichê de filmes de esportes, com o drama de vida da lula e seu espírito de superação tentando vencer os obstáculos da vida, misturado em um oceano de humor. Obviamente, o filme foi feito para não ser levado a sério, pois se você o levar, poderá se sentir entediado em certas partes.

O diretor Minoru Kawasaki, não satisfeito com essa pérola cinematográfica, também nos presenteou com o filme Kabuto-o Beetle, que é basicamente a mistura do Jaspion com pro wrestling. Esse eu não tive a oportunidade de encontrar (e não foi por falta de tentativa), porém assistindo The Calamari Wrestler, já dá pra se ter uma ideia. O Japão tem a fama de ter um entretenimento bizarro não só no cinema, e não é a toa. The Calamari Wrestler aparece como um belo exemplo disso. No final das contas, a bizarrice se torna algo maravilhoso para quem souber apreciar e para quem quiser se livrar das amarras do comum. Permita-se experimentar algo novo, mesmo que esse novo seja um lula lutando em um ringue.

Rikidozan: A Hero Extraordinaire – 2004

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 IMDB: 6.9/10 – Rotten Tomatoes: N/A – WBR: 4.25/5

Para quem não conhece (e deveria conhecer), Rikidozan foi certamente uma das maiores figuras a pisar em um ringue na história do wrestling profissional. Ele foi o responsável por trazer e popularizar o esporte no Japão e dessa forma revitalizar a honra do povo que tinha sido destruída após a derrota na Segunda Guerra Mundial. Até os dias atuais, Rikidozan é aclamado como um verdadeiro deus dos ringues, o precursor do que conhecemos hoje como puroresu. Sendo assim, uma cinebiografia era mais do que merecida para retratar a história dessa lenda, o que aconteceu com o lançamento do filme sul-coreano Rikidozan: A Hero Extraordinaire.

O filme mostra o lado humano do lutador e sua trajetória muito antes de se tornar uma grande figura no mundo do pro wrestling. No começo, Rikidozan queria se tornar um lutador de sumô e trabalhou muito para que isso se tornasse realidade. Porém, em um esporte predominado por japoneses, o preconceito por ele ser coreano o leva a largar tudo. Sem rumo na vida, entre uma bebida e outra ele acaba por descobrir a luta livre, que até então era desconhecida no país. Ele então viaja até aos EUA para aprimorar suas habilidades e conhecer melhor essa modalidade, e quando volta à Terra do Sol Nascente, ele traça seu caminho rumo ao estrelato.

Clássico. Simplesmente clássico. O filme conseguiu retratar toda a importância do “ídolo” Rikidozan para a tela e também trazer toda a instabilidade do “ser humano” Rikidozan. Sol Kyung-gu, o ator que deu vida ao lendário atleta, verdadeiramente consegue nos emocionar com sua ótima atuação, nos fazendo crer que ele é verdadeiramente o lendário lutador a todo momento. Uma homenagem que todo fã de luta livre deveria assistir para entender melhor a grandeza não somente do “Pai do Puroresu”, como também do esporte em si. Altamente recomendável, para todos.

Gachi Boy: Wrestling with a Memory – 2008

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  IMDB: 7.0/10 – Rotten Tomatoes: N/A – WBR: 4.75/5

Gachi Boy: Wrestling with a Memory, uma comovente comédia-dramática originada no Japão. Você entenderá mais tarde esse trocadilho, mas com toda a certeza esse filme será inesquecível para você.

Um clube estudantil de pro wrestling está passando por sérias dificuldades, se apresentando para plateias quase vazias. Isso começa a mudar quando um jovem chamado Igarashi decide entrar para o grupo, se tornando o lutador conhecido como “Poison Arrow”. Mesmo com seu jeito estranho, ele se torna um sucesso imediato por seu estilo de luta, e eleva o nome do clube juntamente com sua popularidade. Porém, o que ninguém ali sabe é que Igarashi guarda consigo um grande segredo: ele tem amnésia permanente, causada por um acidente de bicicleta ocorrido meses atrás. Tudo o que ele aprende no dia é totalmente apagado enquanto ele dorme, e quando acorda, Igarashi pensa estar ainda no dia após o acidente, como se nada tivesse acontecido. A memória de Igarashi é transportada por meio de anotações em seu bloco de notas e das fotos que ele tira a todo o momento. Essa foi a única forma que ele arranjou para arquivar o seu passado recente, e se recordar das amizades novas que fez e dos momentos maravilhosos que viveu graças ao esporte. Aliás, uma de suas memórias mais marcantes é seu amor pela luta livre, o que acaba se tornando combustível para que o rapaz alcance seus sonhos.

Gachi Boy é uma mistura fantástica de sentimentos. No começo, você ri com as trapalhadas de Igarashi, mas pouco a pouco você se vê envolvido plenamente no drama pesado do jovem. É verdade, essa história de amnésia não é tão original assim no cinema, mas o filme consegue conduzir o tema para um lado muito interessante. Imagine você, no meio de uma luta e simplesmente esquecer o que tem de fazer, e talvez, nem saber o que você está fazendo ali no meio daquele ringue. E ainda mais, você ter a estranha mania de nunca desistir de suas lutas independente de quanto ferrado você está, o que torna tudo muito mais arriscado. Chega a ser agonizante ver a batalha de Igarashi, não contra os adversários, mas consigo mesmo. Seu cérebro pode não recordar de nada que acontece, mas seu corpo consegue. Isso acaba fazendo com que Igarashi saiba dar golpes que nem mesmo se lembre que aprendeu e com que surja toda manhã machucados que nem mesmo se lembre que sofreu. Ele tem que aprender toda manhã que é um ídolo e que tem a responsabilidade de lutar em nome de seu clube. Como dito pelo próprio protagonista em determinada parte do filme, “wrestling é a única coisa que prova que eu estou vivo”. Assista Gachi Boy imediatamente e vejamos se você conseguirá controlar o suor masculino de seus olhos.

E então, meu caro leitor, curtiu o post de hoje? Espero que sim. Como já dito anteriormente, caso tenha algum filme que você acredite que deveria ter entrado nessa lista, não seja tímido e compartilhe sua opinião em um comentário logo abaixo. Também não esqueça de compartilhar esse artigo nas mais diversas redes sociais, para dar aquele apoio moral ao nosso querido WBR. Antes de partir, deixo um simples aviso: novas partes desse artigo surgirão brevemente, você querendo ou não. Até mais!

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