The Rock antes de Dwayne

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Um lutador afro-americano, descendente de samoanos, que representava a terceira geração de lutadores na sua família estreava na World Wrestling Federation em 1995. Seus trajes simulavam suas origens tribais, e seu nome era a junção dos nomes do pai e do avô. Rocky Maivia, filho de Rocky Johnson e neto de Peter Maivia estava representando os descendentes samoanos e seu estereótipo da melhor maneira possível, um cara legal que pode agitar a plateia, ganhar uns cinturões e ainda ser samoano. Porém, entre um em um milhão de chances de ser mais que isso, esse jovem rapaz chamado Dwayne conseguiu em seu tempo.

Rocky é uma tempestade perfeita na luta livre, a junção de talento e bom booking que é visto poucas vezes. Os anos 90 nos trouxe muito disso, além das merdas escritas que compensavam a genialidade dos bookers daquele momento. Você criava Austin, e criava uma mão saindo de uma mulher de mais de 70 anos. Você criava a nWo e criava David Arquette como campeão mundial. Quando se tem um surto de genialidade, pode-se ter um aborto criativo. Mas vamos voltar ao nosso protagonista, ele se encaixa no surto de genialidade, de todos os lados, em todos os momentos.

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Foto: WWE.com

O personagem começou como um “cara-legal-de-midcard” em 96/97, nada mais que isso, o homem que Vince acredita e em menos de um ano de companhia o presenteia com um título de médio escalão para ver no que dá. Se torna campeão Intercontinental, Rocky vai sutilmente ganhando a plateia, não é mais simplesmente Rocky Maivia, agora é “The Rock” Rocky Maivia, até que vem o momento que vira o mundo às avessas, o momento em que a genialidade começa a aparecer. Rocky deixa de ser o “cara-legal-de-midcard”, se alia a Nation of Domination e voilá, estava pronto para demonstrar toda a sua habilidade.

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Agora como um “heel-com-potencial” ao lado de um experiente Farooq, começa a crescer, e o primeiro copo transborda. Rocky não poderia ser apenas um membro da facção, teria que ser o líder. Farooq é jogado para escanteio, agora The Rock estava à frente da Nation. Chegamos em 98, ao lado de Owen Hart fazem o show acontecer, e o topo está cada vez mais próximo. De um lado a Nation com Rock, no outro lado, a DX com o “mocinho-não-tão-mocinho” HHH. A rivalidade entre os dois líderes mostrou o que estava claro, outro copo transbordaria, necessitaríamos de outro maior, pois Rocky precisva estar sozinho, ser a evidência sem ninguém em suas costas.

Chegou ao topo, era o menino dos olhos de Vince McMahon, o homem que poderia bater Austin, a maior ameaça para o patrão dentro da empresa. Suas promos eletrizavam a plateia, que sempre estava lá para ouvir um bordão que entrava em sua cabeça e o espectador pensava: “Merda, eu poderia ter dito isso antes, eu quero dizer isso”, ele agitava a plateia como poucos dentro daquele mundo sabiam fazer, já não era apenas mocinho ou vilão, era um ícone, não importava o que fizesse, estaria no topo e estaria com ele. Era a versão hollywoodiana de um badass, um rockstar, um Austin para todas as idades, o novo rostinho bonito da luta livre. Tudo isso como uma incrível habilidade de eletrizar e improvisar. O copo estava transbordando novamente.

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Rocky entra no terceiro milênio como uma lenda, em 2000 segura junto ao seu melhor (mas não maior) inimigo na WWF, Triple H, e garante a vitória definitiva da WWF sobre uma wCw já em frangalhos. Suas habilidades contagiavam cada vez mais, e agora The Rock teria o primeiro momento de ruptura com a luta livre. Suas atenções estavam voltadas para Hollywood, era o Escorpião Rei, o primeiro sucesso, ali outro copo havia transbordado, seu talento transcendia a luta livre, era um ator em desenvolvimento. Sua última caminhada na luta livre foi entre lutas e Hollywood, até 2003 onde se desprendeu, não por definitivo, e seguiu um novo rumo.

O título é contraditório, não existiria The Rock sem Dwayne Johnson, ele foi o melhor ator que poderia ter sido escolhido para esse papel, irreverente, eletrizante, um astro, um ícone, meu ídolo. Sua caminhada na luta livre pode ter sido um momento de passagem, aprendizado para que ele seguisse seu real rumo, dentro do mundo frenético e espetacular da Califórnia. Mas se isso foi apenas uma passagem, ele passou como um furacão sem precedentes, e deixou sua marca. The Rock e luta livre foram um belo casal, um romance inesquecível, mas não precisou de um felizes para sempre, sua história sem final já nos fez feliz.

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