WWE no SBT: 15 anos!

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05 de janeiro de 2008. Um sábado de um passado distante, exatamente quinze anos atrás. Em começo de adolescência, me deparei com o comercial de um novo programa que iria estrear no SBT, chamado “WWE Luta Livre na TV”. Um nome estranho, até meio brega, mas mesmo assim que atraiu minha atenção. Conhecia muito superficialmente sobre wrestling profissional, assistia quando criança programas como Battledome no canal AXN e Gigantes do Ringue na Gazeta, não tinha noção da magnitude e da história daquele mundo paralelo.  De qualquer forma, aquilo que eu deparava era diferente, e mesmo antes de começar já tinha me tornado fã.

O programa chegava com alguns dias de atraso, editados para caber em duas horas de exibição, além de colocarem promos de PPVs que não seriam transmitidos no Brasil, para a decepção de jovens telespectadores igual a mim (promo do Royal Rumble ’08, inesquecível). A internet não era tão disseminada como é hoje, dependíamos basicamente do SBT para acompanhar WWE. Se isso não fosse o bastante, quantas vezes não ouvi algum pseudo-espertalhão tentar me alertar que aquilo era falso, quando não me vinham com comentários sobre um possível teor homossexual nas lutas. Passei muito por tudo isso, e muitos outros também passaram. Vários empecilhos pelo caminho, mas quem conseguiu aguentar persistentemente foi recompensado com um roster de estrelas no calibre de Undertaker, Rey Mysterio, Jeff Hardy, Edge, Mr Kennedy (KEN-NE-DY!), Umaga e muitos outros, todos em seus ápices nos ringues. Era uma época privilegiada de se acompanhar.

Talvez a primeira memória nostálgica para quem acompanhava o programa é a narração de Jarbas Duarte e Michel Serdan. Em minha modesta opinião, a melhor dupla brasileira de narradores que a WWE já teve. Há quem não gostasse dessa locução, e eu consigo compreender a razão. Como o programa tinha um foco mais familiar, os comentários soavam um pouco bobos de vez em quando, limitando um conteúdo mais rico sobre aquele universo para o público. Os comentaristas aportuguesavam os golpes, transformando o piledriver em pilão, o figure four leglock em chave quadrupla, e assim por diante. Até nomes de alguns lutadores passavam por essa lavagem PT-BR, como por exemplo Hornswoggle que ficou conhecido como “Leprechaun” porque Michel Serdan não conseguia pronunciar seu nome original. Um aspecto ainda mais grave era a sobreposição da narração em cima dos sons originais do programa, tirando assim um pouco da experiência do público brasileiro de acompanhar a atmosfera das arenas e de ouvir as músicas temas dos lutadores. Porém, isso não fazia tanta diferença no final das contas, não afetava em nada a magia do programa. Na verdade, bordões memoráveis como “vai liquidar a fatura!” e o grito de “minha nossa, sensacional!” ajudaram a nos inserir naquela cultura, abrilhantando e cravando em nossas mentes vários momentos saudosos.

Um desses momentos saudosos, talvez o mais lembrado de todos pelos fãs dessa geração, seria o Swanton Bomb de nove metros de Jeff Hardy em Randy Orton. Desculpe esse erro grosseiro, foi um “Voo do Anjo“, como os narradores nos ensinaram. Essa luta ocorreu no Raw que foi ao ar no dia 14/01/2008, e transmitido para nós 5 dias depois. Engraçado que a narração brasileira chegava a ser mais elétrica do que a original, empolgando quem estava assistindo ainda mais. Relembrando essa cena, volto no passado e sinto as mesmas sensações de quando assisti pela primeira vez, uma felicidade de ter visto e poder rever agora. A narração de Jarbas e Serdan ajudou a conservar esse momento em nossa lembrança, como um complemento sonoro do golpe aplicado por Hardy. Antes de você se empolgar ao recapitular essa memória de sua vida, lembre-se do que o próprio programa nos alertava: por favor não tente fazer isso em casa ou na escola (acho que na rua estava liberado para fazer).

Não foi a primeira vez que a WWE dava as caras no Brasil. Na década de 90, a WWF chegou a ser transmitida na extinta TV Manchete, por exemplo. Porém, sua passagem pelo Sistema Brasileiro de Televisão foi de suma importância para dar uma alavancada na luta livre em território nacional durante os anos 2000, abrindo espaço para grandes eventos que aconteceriam futuramente em nosso país. Grandes indices de audiência, era um sucesso nas tardes de sábado. Criou-se uma legião de fãs, que mesmo com o fim prematuro do programa por problemas com o Ministério Público, continuou a propagar o esporte por meio da internet para um público cada vez maior.

Depois do SBT, a WWE passou por diversas outras emissoras, como a RedeTV, Esporte Interativo e a Fox Sports, onde é transmitida atualmente. Até mesmo ensaiou um fracassado retorno no próprio SBT. Mas quem chegou a ver o programa nessa época, sente um pinguinho de saudades daquilo tudo, o clima era totalmente diferente. Eu não estaria aqui escrevendo e você não estaria lendo se a emissora do Silvio Santos não tivesse nos presenteado com a transmissão da WWE no longínquo ano de 2008. Aprendi o básico sobre pro wrestling, o que me incentivou a procurar mais e mais sobre, até chegar o nível que me encontro hoje. 15 anos depois, deixo aqui meu agradecimento. Obrigado, me diverti pra cacete.

5 respostas

  1. Sou da geração de 2008 e me lembro como meus olhos brilharam quando vi pela primeira vez. Esse swanton bomb do Jeff e toda energia que ele emanava in-ring me fizeram ser fã dele até hoje. Ademais ressalto os momentos marcantes assistindo Edge e Rey Mysterio (me lembro quando ele foi aplicar um golpe no Edge mas acabou acertando a Vickie na cadeira de rodas kkkk). Só lembrança boa. Vejo essas lutas da época de 2008 e me dá muita saudade. Uma pena que não durou muito na TV, mas com certeza meus fins de semanas foram mais felizes assistindo WWE, era um evento, eu ajeitava até algo para comer enquanto assistia kkkkk.

  2. Lembro de um programa semelhante ao wwe, porém os lutadores estavam confinados em uma casa ou algo semelhante, acho que foi na tv machete ela havia retornada as suas atividades na tv aberta acho que depois de 2000, por favor alguém aí lembra de deste seriado.
    Lembro também que o campeão sempre ficava sentado na cadeira do campeão aguardando o seu próximo adversário, porém para isso ele teria que ganhar um torneio para poder ter direito a desafiar o campeão.

    1. Lembro do meu primeiro contato com luta livre, foi uma vez que meu pai, passeando pelos canais, viu passar uma luta, não sei que programa era, mas fiquei fascinado com aquilo, além desse tipo de luta também aparecer no desenho do Homem-aranha, e eu ter o clássico jogo da Wrestlemania no Super Nintendo, imagina como me senti vendo Shaw Michaels, um personagem do vídeo game, lutando na TV, a partir daí foi ladeira abaixo, virei fã de wrestling, mesmo “lutando contra a sociedade”, dizendo que era tudo mentira

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