A luta livre voltou!

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Tenho ouvido com frequência nos últimos dias em grupos de amigos fãs de luta livre e na imprensa pessoas dizendo frases como: “Esse é o melhor momento para ser fã de luta livre”, “Luta livre voltou a ser legal”, “A luta livre voltou”. E realmente, o pro-wrestling main stream teve uma queda no mundo todo praticamente durante toda a década 2010. Já o início dos anos 2020 tivemos o estabelecimento de uma nova ordem no mundo da nossa queria arte. Agora, com AEW e WWE comandando esse cenário principal no Ocidente e ensaiando uma nova versão do Monday Night Wars, acredito que seja o melhor momento para compartilhar com vocês alguns devaneios meus.

A comparação inevitável

Antes de começarmos essa série de pensamentos de um fã de luta livre que precisou se expressar, queria compartilhar a notícia que disparou tudo isso:

Esse foi um post no instagram do AEW Champion Swerve Strickland comentando sobre o primeiro evento na história da promoção independente DEFY Wrestling. A luta foi contra o atual WWE Champion Cody Rhodes. Essa feliz coincidência foi a primeira menção clara de uma comparação que era inevitável e que já estava na cabeça de todo fã de luta livre. Segue a incrível luta que esses dois campeões fizeram 7 anos atrás:

Fica nítido nessa luta os dois são ótimos em todas as competências que qualquer analista aleatório de luta livre use para definir um bom wrestler. A pergunta “Quem é o melhor?” sempre vem a cabeça, provavelmente porque a competição é o centro desse negócio todo. Mas será que essa é mesmo a pergunta certa?

Luta livre não é APENAS um esporte, ela é acima de tudo um fenômeno social, uma batalha onde diferentes personagens munidos de uma narrativa interagem. Os espectadores reagem a essas histórias sendo confrontadas e tiram suas conclusões sobre para quem torcer e quem odiar. Seria então a pergunta certa “Como as pessoas tomam essas decições?“?

A história principal em uma promoção de professional wrestling, aquela onde o Título Mundial está em jogo, é a narrativa vencedora. Por vencedora entendam que é aquela história que tem mais engajamento de quem assiste, seja para torcer por um herói que tem grandes virtudes ou para odiar um vilão cheio de defeitos morais. Ou pelo menos esse deveria ser esse o balizador no processo decisório. Será que é sempre assim? Quem toma as decisões dentro de uma empesa?

Afinal de contas, qual a maldita pergunta?

A verdade é que todas não existe uma pergunta certa, mas existem várias erradas. A narrativa de descobrir quem é o melhor porque SÓ pode existir UM melhor é falsa e só atrapalha essa arte, e isso não é só minha opinião, a realidade prova isso também. Enquanto a WWE passava por mais uma crise de qualidade, o mundo da luta livre continuou. A cena independente floresceu nos EUA e no resto do mundo, o povo precisava que as reais histórias que precisavam ser confrontadas fossem confrontadas. Os novos talentos, famintos para brilhar, criaram um espaço onde antes se acreditava ser propriedade privada de uma empresa.

Because nobody, no man, no entity owns pro-wrestling, we own pro-wrestling” (Porque ninguém, nenhum homem, nenhuma entidade é dona da luta livre, nós somos todos somos donos da luta livre)

É um ótimo momento pra luta livre e eu quero mostrar pra vocês meu olhar, analisando narrativas, interesses, pessoas, estética e qualidade nessa nossa tão amada arte.

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