O AEW All In, que será sediado no Wembley Stadium em Londres, é oficialmente o maior evento da história da luta livre.
A página WrestleTix no Twitter confirmou o número de 80,846 ingressos distribuídos (incluindo pagos e não pagos), o que ultrapassa o número da WrestleMania 32 de 80,708 pessoas no evento, número reverberado por páginas como o Fightful e o Wrestlenomics, partindo da estimativa feita pela polícia de Arlington, no Texas, cidade onde o evento ocorreu. A marca é histórica e o sucesso é absoluto, mas vamos analisar o que esse feito (não) representa para a AEW e seu futuro.
O ÁPICE DE UM GRANDE SUCESSO
Um Wembley Stadium lotado coroa o absoluto sucesso que, no geral, a AEW representa. O que se iniciou com um desafio abraçado pela Elite, partindo de uma pergunta feita ao vovô Dave Meltzer no Twitter sobre a capacidade dos mesmos de encher uma arena com 10 mil pessoas em 2018, se transformou na primeira empresa de luta livre americana de nível nacional que se sustenta como principal alternativa à dominante no mercado desde a morte da WCW em 2001. Tony Khan usou seus poderes de bilionário para o bem ao convencer contatos na TNT americana a apostar no projeto, e desde então, presenciamos lutas, histórias (sim, a AEW as conta!) e momentos inesquecíveis. A empresa conseguiu criar uma identidade e um padrão de qualidade a partir do movimento capitaneado por Nick e Matt Jackson, Kenny Omega e Cody Rhodes. A confiança e a devoção dos seus fãs certamente foi abalada nesses últimos anos, mas ela ainda permanece forte apesar dos pesares, e o desejo de sucesso da empresa e de fazer história junto com a AEW nos proporcionará um cenário incrível no All In, sendo aquele que os fãs e os lutadores e lutadoras merecem.
OS DESAFIOS À FRENTE
Obviamente, nem tudo são flores. Os acontecimentos que levaram ao All In simbolizam a turbulência vivida no universo Elite. No meio de tretas internas e externas, especulações intermináveis, e uma construção e card questionados por boa parte da base de fãs, a estrada para Londres foi uma corrida com várias barreiras. E muitas delas permanecerão após o evento. Esse é o ponto principal; o sucesso do All In não pode mascarar os problemas bem reais pelo qual a empresa passa. Talvez várias pessoas possam ter suas diferentes perspectivas sobre quais são eles, mas enxergo três grandes eixos importantes.
O primeiro é o comando insuficiente do vestiário e em relação aos problemas presentes nos bastidores. O eixo central dessa questão obviamente é a rivalidade entre CM Punk e a Elite, que parece mais provável de continuar a se desenvolver nas colunas de fofoca do Fightful do que dentro do ringue a essa altura. A principal questão aqui, além dos vários incidentes reportados nas últimas semanas, é a quantidade ridiculamente alta de informações de bastidores veiculada na mídia, o que faz a empresa não ter o controle da narrativa sobre si mesma, danificando sua imagem pública. E pelo que parece, Tony Khan não aparenta estar apto a resolver essas questões.
O segundo ponto é a inconsistência do booking. A falta de continuidade no push de vários lutadores, o desenvolvimento confuso e por vezes não existente de algumas rivalidades e a ausência da qualidade esperada pelos fãs, principalmente no Dynamite, têm sido notadas pelos telespectadores. E por fim, talvez o ponto mais central de toda a história da AEW é o descaso com a divisão feminina, que sempre parece estar em segundo plano no interesse no chefe (esse assunto necessita de outro texto).
O All In servirá como uma celebração de 5 anos marcantes em que a All Elite fez um impacto gigantesco e contribuiu de forma imensurável para o mundo da luta livre. Mas não pode representar o apagamento de todos os reais problemas que se apresentam atualmente. Seu espetáculo, em termos de qualidade e grandiosidade, deverá servir de exemplo do patamar em que a AEW chegou e o qual ela tem condições de sustentar para alçar voos cada vez mais altos. A chama se mantem e se manterá, não importa quantas forças a tentem apagar. Os responsáveis por darem início a ela, no entanto, precisam alimentá-la do jeito necessário para que brilhe cada vez mais forte. This is All Elite Wrestling, nunca se esqueçam.
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