Então você quer saber o que rolou de melhor e pior no AEW Dynamite? Bem-vindo ao Bom, Mau e Feio, onde elencamos os melhores, piores e absurdos pontos do semanal da AEW. A edição analisada hoje é a do dia 21 de maio de 2025.
BOM
Hangman Adam Page
Eu odeio gritaria em promo e falso dramalhão, mas na voz do Cowboy bigodudo da AEW simplesmente funcionou. Não achei a promo de abertura do AEW Dynamite entre Ospreay e Hangman especialmente boa (muito pelo contrário…), mas o elemento funcional desta fatia nascente do semanal de quarta foi, por muitos cavalos de distância, o ex-campeão mundial da AEW.
A evolução de AP como um personagem sólido nos últimos dois anos dentro da AEW é palpável e acredito que todos podem concordar que, comparado ao homem que foi campeão mundial pela primeira vez dois pares de anos atrás, agora o dono do melhor Buckshot Lariat do mundo realmente parece um lutador completamente consolidado e não alguém encontrando seu lugar.
E nem precisa, o lugar dele é muito na All Elite Wrestling.
Três pratos de Trios
A luta de abertura do AEW Dynamite foi realmente legal, apesar de Jon Moxley. Os Bucks têm uma boa noção nesse tipo de luta, Swerve e Samoa Joe são lutadores experientes o suficiente para conseguirem impor seus personagens nesse tipo de situação e Powerhouse Hobbs, apesar das limitações, serve à luta com sua presença física imponente.
Em uma noite de combates legais, mas nem um pouco memoráveis, acredito que o melhor realmente ficou para o começo. No final da luta tivemos algumas palavras trocadas entre a rapaziada elitizada, mas disso a gente fala em outro tópico.
Mercedes na chuva
Toni Storm e Mercedes Moné são dois titãs correndo em direção um ao outro. Não, não o dono da FILL, o titã grego mesmo, aquele lá.
Em um show de segmentos tão pouco inspirados, a campeã da TBS conseguiu trazer interesse e profundidade a sua parte do acordo bem como fez o supracitado Hangman. Ao ligar no semanal de quarta-feira da Elite algumas pessoas podem pensar que ligaram, na verdade, em um GP de 2020 na formula 1, tamanha é a vantagem que Mercedes tem sobre as outras.
Na mesma medida, mas de outra maneira, Toni Storm é um deleite de assistir.
Veja bem, eu odiava a personagem de Timeless Toni Storm e acredito fielmente que ela demorou uns bons meses para engrenar, para que as peças se encaixassem e a estética retro passasse a auxiliar no trabalho da lutadora e não o atrapalhar.
Desde então tem sido um prazer ver, ouvir e acompanhar Storm em tudo o que ela faz. É caricato, é exagerado, é sacana e no final tem uma das qualidades mais importantes da luta livre: não se leva a sério o suficiente para ser brega, mas não é tão na brincadeira para não ter empenho.
Mina Shirakawa e Julia Hart lutaram enquanto isso e foi ok, mas não vale o comentário.
PS: Ricochet apareceu usando roupa de One Piece e o Caio se atentou para isso no WhatsApp. Beijo, Caio.
MAU
Pode piorar
Eu tenho somente uma reclamação, que depois se afunilará no próximo tópico, mas quero introduzi-la aqui: quanto segmento ruim, gente.
A parte os exemplos supracitados na categoria anterior, a maioria das promos e pós-lutas é muito desinteressante.
O segmento entre MJF e Hurt Business, que depois foi interrompido pela dupla campeã da ROH, formada por Dustin Rhodes e Sammy “Não tenho boca, mas preciso gritar” Guevara, é pavoroso. Não existe ritmo naquela coisa, é um bando de gente xingando o público e interagindo de uma forma que é pouco natural para gerar conexão e também mal fingida para atravessar a linha do bem feito. Talvez se dirigido por Neville de Almeida?
O final do show também não me agrada, mas acho que é mais ranço da estipulação Anarchy in the Arena do que o segmento por si só, uma vez que eu já gostei de coisas semelhantes. Dito isso, pareceu mais um pós-show do que o Main Event em si, o que, talvez, fosse a intenção deles.
No fim das contas, a falta de cuidado com algumas coisas resultou em um AEW Dynamite Go Home mais fraco do que esperado, mas que não tira em nada a vontade de ver o Double or Nothing.
No final das contas, a parada é no ringue, mas quando não é…
FEIO
Mamãe falei um palavrão
Já disse aqui no pós segunda-feira que nenhum lutador, na minha opinião, precisa ser bom no microfone, apesar de ajudar na dinâmica de programas semanais de PW. Will Ospreay, por exemplo, não precisa, e graças a Deus porque ele é um desastre no microfone.
Sim, tem gente que gosta e vocês podem elogiá-lo nas suas próprias colunas semanais, sem problema algum (ou em thread do twitter, vídeo do youtube ou outras, podcasts e outras idiotices que os jovens fazem hoje em dia). Aqui, toda vez que o Aerial Assassin for pro microfone a gente vai para o vagão 27 do trem da agonia.
Com sua voz de Bia do Brás, Ospreay demonstra a maturidade de um analista de portal (autocrítica de c# é rola), a cadência de um estudante de teatro e a potência de uma pilha velha. Em algumas promos ele vai estar sangrando, falando palavrão ou dando indiretas para outros lutadores e aí vai virar corte no X.
Em outras ele vai citar estrelas do Meltzer, falar da emoção de estar vivo e falar mais palavrão com aquele sotaque maravilhoso. Faz 0 diferença. O homem é um fenômeno dentro do ringue, uma máquina de alta performance que achou seu nicho na luta livre e sabe, com maestria, ordenhar esse nicho como um cartoon de vaca magra.
Foda é que no microfone a vaca não está magra, a vaca está morta.
Por hoje é só, a gente se vê por aí.