Então você quer saber o que rolou de melhor e pior no AEW Dynamite? Bem-vindo ao Bom, Mau e Feio, onde elencamos os melhores, piores e absurdos pontos deste semanal da AEW. A edição analisada hoje é a do dia 25 de junho de 2025.
BOM
Comecem os jogos
Toni Storm estava programada para abrir o show com seu mordomo Gangrel. Contudo, ambos foram atropelados pela C.E.O Mercedes Moné, que atacou com certa brutalidade a campeã da AEW, falando que agora a coisa ficou séria, que “os jogos começaram”.
AEW, não vai rolar. Essa feud, por melhor que seja — particularmente tenho gostado — não vai ser tão pessoal e forte como foi a primeira perna de Toni vs Mariah no ano passado. De qualquer forma, as lutadoras estão subindo o tom. Primeiro era uma cheirada no cangote, depois era pancada, aí virou ataque do nada, agora é mais ataque e mais do nada.
Até dia 12 de julho alguém vai tomar um tiro. Estamos ansiosos.
Aproveitar o ensejo aqui para falar, antes do próximo tópico, que essa “polêmica” quanto aos títulos da Mercedes em outras empresas é uma coisa muito idiota. Já falamos disso no último Tercera Caída, sobre como escrever a derrocada disso pode ser complexo e como destroná-la de todo esse ouro será uma operação. Contudo, tirando o título da CMLL, só tem merda nessa coleção.
Do nada surgiu gente do bueiro para falar sobre a autonomia dos cinturões da Rev Pro? Me poupe.
E tome luta
Foi um AEW Dynamite de muitos combates, que eu me lembre todos bons. Aconteceram alguns entraves na Fatal 4 Way feminina entre Willow, Thunder Rosa, Kris Statlander e Athena, mas nada que prejudique a composição final. A fatal 4 way masculina, entre Strong, Bandido, Briscoe e Takeshita foi uma luta maravilhosa para uma quarta feira, com um final muito bem coreografado inclusive.
Além disso aconteceram outras duas lutas de duplas: Swerve e Ospreay vs Blake Christian e Lee Johnson e outra entre Kevin Knight e Mike Bailey vs Ricochet e A.R Fox. A primeira, apesar de divertida, pois era composta de quatro bons lutadores que sabem encavalar combo em cima de combo numa luta de abertura, foi um pouco tediosa pela falta de risco envolvido. Já a batalha da JetSpeed contra o careca babaca e a raposa foi mais interessante por servir uma dinâmica onde somente um dos membros de uma das tags era heel e os outros eram faces e, dessa forma, a luta toda girava em volta deste elemento dissidente, mesmo que ele não estivesse dentro do combate. Ajudou a odiarem mais Ricochet, que tem feito um trabalho ótimo como vilão, além de estabelecer Knight e Bailey como uma ameaça para a Hurt Syndicate, dupla que enfrentarão no All In pelo título de duplas.
Como última luta da noite houve um duelo entre Hangman Adam Page e Beast Mortos. Luta deliciosa, dois caras porradeiro e atléticos trocando reversais e socos barulhentos com o único objetivo de pavimentar o caminho de Page para o All In e lhe dar mais contato com o público.
O antigo Taurus, falando nisso, é o parceiro de dança perfeito. Base impecável, preciso nos movimentos aéreos, possui as qualidades físicas para dar golpes mais potentes e tem uma máscara maneira. Que combo!
MAU
Constância
Para variar, tudo o que era ruim nas últimas semanas segue ruim: MJF, Jon Moxley e FTR. Chega a ser cansativo, como já apontei no último NXT, que algumas coisas só são consistentes em sua ruindade. Talvez seja isso que eu queira com essa coluna: um pulso ritmado de mediocridade.
De qualquer maneira, FTR nem pode ser tão criticada assim porque só esteve em um segmento curto nos bastidores, então fica aqui a menção honrosa. MJF estava numa promo sobre a qual falaremos mais tarde e Jon Moxley apareceu para fazer coisas de Jon Moxley: um ataque ao desafiante e uma promo sem muito a acrescentar nessa grande epopeia sem fundamento que se construiu desde que Bryan Danielson perdeu o título ano passado.
Não obstante, ainda é necessário aguentar um arremedo de aliança rebelde com Joe, Hobbs e Shibata, Ospreay a tira colo e um falso suspense em relação a ajuda de Swerve contra os Death Riders. Mais uma vez um membro da Shield envolvido em um final apoteótico no main event do maior PPV da empresa, que conveniente.
FEIO
Cargos administrativos decididos na porrada
Toda vez que um fenômeno específico da as caras no Pro Wrestling eu devo admitir que fico no mínimo embasbacado. Tal acontecimento extraordinário se dá na forma de cargos de poder como Vice-Presidente Executivo, CEO, Auxiliar de Comunicação, Sócio ou qualquer coisa que o valha sendo disputados não através de uma promoção, passando pelo escrutínio da chefia e pela análise do RH, mas entrando em jogo na porrada, no soco livre, na forma mais pura de disputa atlética que é o chute de bico na beirola do cu.
Esta é a exata situação em que se encontram os Young Bucks, Nick e Matt Jackson, que colocarão seus cargos em jogo no PPV All In da AEW, em uma luta na qual seus adversários são Swerve Strickland e Will Ospreay. A dupla advinda da força da amizade e o ódio pelos superiores busca acabar com o abuso de poder na All Elite Wrestling se utilizando da força dos punhos. É uma luta pelos direitos trabalhistas! Chamem o sindicato! Alex Riley essa é por você!
Bobby Lashley gosta de piada de pinto
Na última quarta, quando Mark Briscoe começou a falar com MJF no segmento pré fatal 4 way eu confesso que estava um pouco desanimado com o AEW Dynamite. Primeiramente porque qualquer coisa que envolva Maxwell e uma tragédia pessoal pode ser receita para a babaquice desnecessária, segundo porque toda essa história da Hurt Syndicate é chatíssima para dizer o mínimo.
Mas aí o Briscoe falou que o MJF tem o pipiu pequeno e todo o mundo sorriu! Bobby Lashley sorriu. O ex-campeão da WWE se viu extasiado em um multiverso de pequenos bingulins flutuantes com o rosto de Friedman, dançando em volta dele com a graça de um antimonitor na crise.
Com os dentes a mostra, o All Mighty deixou-se levar pela emoção pueril de uma piada de pinto, flutuando no mais baixo humor fálico. Viver é bom demais.
Até sábado.
