Então você quer saber o que rolou de melhor e pior no AEW Dynamite? Bem-vindo ao Bom, Mau e Feio, onde elencamos os melhores, piores e absurdos pontos deste semanal da AEW. A edição analisada hoje é a do dia 28 de maio de 2025.
BOM
União Sinistra cancelada
Hoje sim! Por mais que o segmento de abertura do último Dynamite tenha sido elogiado nesta coluna, agora tivemos uma real demonstração do que dois lutadores que realmente sabem se virar com o microfone e tem um personagem instigante conseguem fazer.
Ao iniciar essa aventura das quartas-feiras, o público foi agraciado com a presença do vencedor da Owen Hart Cup e próximo desafiante ao título mundial da AEW ‘Hangman’ Adam Page.
O cowboy, que começou falando sobre sua vitória e o significado daquele título mundial, foi agraciado com a presença de seu principal rival, Swerve Strickland, o que gerou uma discussão que foi, ao mesmo tempo, acalorada, mas madura, algo como um Fogo contra Fogo na ceninha do jantar.
Sério, esses dois juntos são perfeitos. Se foi ideia do Tony Khan parear Swerve e Hangman, ele fez um bem a humanidade pelo resto de seus dias e eu seguirei odiando-o, mas com essa lembrança no coração.
No fim do segmento a Bia do Bruhv veio pedir uma aliança conciliatória entre os três para enfrentar os motoristas mortais de J. Mox, mas nenhum dos dois quis ouvir o Billy Goat.
Bem como semana passada, apesar da presença enfadonha de Ospreay, o segmento ainda assim funcionou muito bem.
Prevejo um dango balango pique final da WM 40 nesse All In.
A Toni Storm da luta livre
Sim, os dois destaques desse Dynamite são o segmento de abertura e o de encerramento, com o oferecimento de todos os imbecis que usam o argumento “AEW é mais luta do que história” e a lógica reversa com a WWE: por favor, vão para a casa do caralho.
Enfim, Toni Storm e Mercedes Moné se encontraram frente a frente no ringue da All Elite pela primeira vez desde que, há 400 e tralálá dias a C.E.O nos agraciou com sua presença dentro da empresa de TK.
Logo de cara é possível perceber uma coisa curiosa no clima deste encontro, uma grandiosidade que agita aquele sensor invisível de ansiedade de nossas visões periféricas, um misto de anseio e angústia que é recompensado na primeira encarada entre essas duas gigantes da arte da porrada teatral.
Sim, ‘Timeless’ Toni Storm e a ‘C.E.O’ Mercedes Moné são duas exímias representantes da luta livre feminino e conseguem rivalizar com qualquer lutadora do mundo. Sim, qualquer lugar do globo, não só Estados Unidos: pode vir México, Japão, Inglaterra, São João de Meriti, elas vão para dentro sem medo de passar vergonha.
Por certo, se este é o caso entre seus pares nesse mundão velho sem porteira, as duas em par prometem entregar uma luta que, nas palavras da MUNÉ, será “A melhor luta feminina de todos os tempos”.
Minhas expectativas estão no céu. Até hoje, tudo o que Mercedes me prometeu, ela cumpriu. Quem me protege não dorme!
E Toni Storm, com um brilhantismo pastelão que ela alcançou aos moldes inalcançáveis da perfeição, arrematou o segmento com um beijo na mão enluvada da desafiante, para logo depois elas quase saírem no soco.
Eu quero essa luta no Main Event do All In PARA ONTEM!
MAU
Nada termina
E aquela luta de trios parecia eterna. Considerando os participantes do lado dos faces era de se esperar um bom combate. Considerando os participantes do lado dos heels, era de se esperar um desastre.
Tanto no combate quanto na qualidade os vilões venceram, triunfo que veio através de uma apresentação verborrágica e tediosa. A presença de Gabe Kidd é forçada, Marina Shafir, apesar de apresentar certa melhora, ainda precisa melhorar muito, e Jon Moxley… bom, não precisa falar né?
Do lado dos faces, Willow ainda é, como dito no texto sobre o Double or Nothing, um poço de carisma e energia, uma presença que tentaram usar na luta como um conduíte para que GK conseguisse mais vaias. Não rolou.
Por fim, acho que esse último trecho resume bem o que foi essa luta: uma peleja em grupos logo após este mesmo time ter sido derrotado domingo, em que tentaram trazer algum grau de importância, mas que no final, desceu quadrado feito a maleta dos prazeres de Dean Ambrose.
Algumas coisas terminam mal
Não é como se Adam Cole e Kyle “sentimos falta do seu parceiro de duplas Mark Davis” Fletcher estivessem entregando um grande mousse, mas que final cretino de luta.
É compreensível que, para a continuidade da rivalidade, a luta fique sem um vencedor em absoluto. Porém, colocar o Josh Alexander na posição de Capivara Humana da Semana, custando uma luta para o seu parceiro de stable, complica um pouco a defesa desse núcleo do Dyna.
Esta parte da história, se fosse uma novela das 8, seria o bloco da família rica.
FEIO
Meteoro de Megasus
Ela ataca feito um bate-estaca do inferno através de terras mal aradas feitas com o rosto das boiadeiras vestidas ao estilo Ana Castela. Na fúria de uma vingança contra uma paulada nas costas, o obelisco grego de East Haven, Connecticut, balança as fundações da realidade vigente com seus braços de bronze da seção de frios da Target, banhando de sangue os inimigos que ousarem se levantar contra sua presença dogmática e faustosa.
Ou, em outras palavras, dois acidentes numa luta só é uma infelicidade da porra. Harley Cameron estourou o nariz e Anna Jay enfiou a cara numa cadeira. Espero que todos fiquem bem.
Para finalizar: viva a Megasus!
O que aconteceu ao homem arma?
Falar máximas como ‘este lutador está perdido no roster’ ou ‘contratou para fazer isso? Era melhor ter ficado onde estava’ é passar um atestado de pseudo sabichão com data de validade para transmutação em burro.
Dito isso, caralho, contratou para que se era para usar assim?
Desde sua chegada na All Elite Wrestling, Josh Alexander não foi mais que um peão careca – tem até formato de peão – nos joguetes de Don Callis contra… sei lá, o mundo; realmente me perdi, dentro dos últimos tempos, quanto aos objetivos do careca.
De qualquer forma: não é uma torre, um cavalo, uma rainha ou quiçá uma carta virada para baixo que pode ser uma armadilha, permitindo invocar Caribou. É só um peão.
Logicamente outros lutadores também passaram por esse processo, como foi o caso de Mariah May e até o próprio Takeshita, que no começo só aparecia de escada feito o Dedé Santana.
Mas é muita fé esperar que esse raio caia 128 vezes no mesmo lugar. Espero que, tal qual os exemplos supracitados, além de outros lutadores em outras empresas como é o caso de Bronson Reed, alguém caia em si e passe a usar o ex-campeão da TNA com o mínimo de brio, respeitando a enormidade de wrestler que ele é, um que facilmente rivaliza com os grandes nomes da companhia.
Vale lembrar que, apesar da luta-livre ser de mentirinha, na mentirinha o Walking Weapon já venceu Will Ospreay.
E você durma com essa informação aí, que logo mais a gente se vê de novo.