Então você quer saber o que rolou de melhor e pior no AEW Grand Slam Mexico? Bem-vindo ao Bom, Mau e Feio, onde elencamos os melhores, piores e absurdos pontos deste semanal da AEW. A edição analisada hoje é a do dia 13 de junho de 2025.
BOM
Antes que começarmos a falar aqui, queria somente deixar claro que nenhum dos tópicos aqui levará em conta os acontecimentos do show especial entre CMLL vs AEW/ROH, que aconteceu na última terça-feira, pois não o assisti. Boa para os tópicos.
HANGMAN HABLA
O Dynamite dessa quarta-feira abriu com Hangman Adam Page fazendo um segmento completamente em espanhol, contando um pouco da sua vida e falando sobre como o contato com a cultura latina moldou seu trabalho e seu caráter.
O relato de Page é muito legal porque ele simplesmente faz o mínimo e se esforça para falar a língua nativa do local onde o show está sendo apresentado — a Meca da luta livre.
Logo, ver que um lutador teve o mínimo de sensibilidade, aliado a postura da empresa, para começar o show só falando espanhol pode até ser o mínimo, mas é legal para caralho.
Trabalho de face feito com sucesso
MISTICO ENTRANDO COM A MÚSICA ME MUERO DA BANDA LA QUINTA ESTACION
Esse tópico é total e exclusivamente em homenagem a minha grande amiga Alino — ou Aline, para o resto de vocês —, já que ela me mandou essa exata mensagem exigindo que este tópico entrasse no BOM.
E faz muito sentido porque, no fim das contas, a presença do Místico nessa luta é a única coisa que faz valer a pena assistir essa fatia do show. Poder ver este lutador se apresentar na Arena México, ao menos lá in loco, deve ser uma experiência fora de série; enquanto não podemos, ver pela TV não deixa de abrilhantar os olhos.
Infelizmente, o pareamento não ajudou, mas nem isso consegue tirar o brilho do quão incrível o já brilhante Místico se torna dentro daquelas clássicas paredes do templo da lucha libre.
Logo, apesar de eu gostar muito da música normal dele, esse pequeno toque no Dynamite foi uma cereja no bolo.
MAU
Max não sabe perder
Agora a parte ruim dessa luta, a figurinha carimbada de toda semana: MJF. Não, esse não é um bloco sobre Max Verstappen na temporada 2025.
Eu já acreditei em MJF. Existe um episódio do Conto dos Quatro Cantos inclusive, falando sobre Bryan vs Max numa Iron Man Match, que eu elogio demais o lutador. Lamentavelmente, desde essa apresentação e de seu reinado como campeão, o wrestler de Long Island se tornou cada vez mais cansativo — não que antes fosse diferente, principalmente naquele período gritaria pré retorno da ficha de poker —, tomando uma facada do Adam Cole só para rolar um meio que double turn e ele voltar até seu clássico samba aguado de uma nota só.
Isso se intensifica ainda mais quando ele pisa na Arena México e acha que lucha-libre quando você é rudo se trata basicamente de lutar como um heel da WWF em 1986. Chega a ser deprimente colocar alguém com essa visão de luta livre ao lado de um dos maiores lutadores de todos os tempos, mas é a vida.
Agora o que eu acho inexplicável é não dar uma vitória para o lutador mascarado e coroar essa feud com o final óbvio e ululante que ela merece. Algumas rivalidades, veja bem, não precisam de um final feliz ou de um fechamento catártico. Contudo essa foi, junto da feud Atlantis e Jr vs FTR, uma das únicas feuds construídas para esse Dynamite específico, o que exigia pelo menos um capítulo final a contento.
Além disso você colocaria Místico para vencer em casa, o que certamente arrancaria a maior reação da noite sem sombra de dúvidas.
FEIO
A questão Mercedes
Eu e Joker falamos melhor sobre isso na próxima edição do TC que deve sair daqui alguns dias, contudo acho valido repetir alguns pontos aqui enquanto não sai o podcast — e também para você incauto que não ouve o programa.
Mercedes Moné é uma lutadora fora de série, vamos começar por aí. Sua presença no cenário da luta livre mundial é um fenômeno interessantíssimo e muito frutífero, tanto para ela quanto para os lugares por onde ela passa.
Contudo, em sua coleta de títulos, e eu já havia falado sobre isso aqui, ela esbarrou no título da CMLL. Agora preste atenção: o problema não é tão somente ela vencer o título e adicioná-lo a sua coleção, apesar de isso, de certa forma, o tornar só mais um.
Outras campeãs, a exemplo de Stephanie Vaquer, já seguraram este título junto de outros cinturões antes. Porém, a falta da presença de Mercedes na CMLL nos shows dos meses porvir é algo que pode realmente se tornar um problema.
Eu vi alguém no glorioso twitter inclusive falando que o título da Zeuxis, lutadora que enfrentou e foi derrotada pela C.E.O numa luta legal neste show, havia sido defendido pela última vez há 3 meses, no show 100% feminino da CMLL em homenagem ao mês da mulher.
Segundo o Cagematch isso é verdade e eu não vou conseguir aqui cravar o contrário. ENTRETANTO — leia com a voz do Franklin — Zeuxis estava sempre lutando, seja nos shows de Sexta-Feira, o carro chefe da empresa, seja nos outros eventos semanais do Consejo Mundial de Lucha Libre. Ela, no posto de campeã, se mostra uma força constante dentro da empresa, o que lhe rende um ótimo reinado apesar do título nem sempre estar presente.
Associar defesas a um bom reinado segue uma lógica muito WWE vs AEW das ideias, onde a quantidade de defesas é equivalente a qualidade de reinado. A constante qualidade das lutas da campeã, aliado a defesas, aliado a presença em outras lutas no show, ai sim, simbolizam um bom trabalho, coisa que Zeuxis vinha fazendo muito bem, obrigado.
Esse título vai ficar muito tempo na mão da Muné? Acredito que não e, mais que isso, espero que não. Num mundo ideal esse favor que a CMLL fez de lhe dar o maior título da carreira será pago com Mercedes perdendo para alguma lutadora da empresa mexicana como Persephone, Kira, La Catalina ou outra estrela escolhida pela companhia.
Num mundo mais pessimista e, infelizmente, mais perto da realidade, ela deixa esse título vago quando começar a perder as cintas.
Torçamos para que o pessimismo não vença dessa vez. Enquanto a realidade não apresenta uma linha do tempo certa, vamos aguardar. Até a próxima.
