Sasha Banks e Charlotte Flair encerraram o Hell in a Cell de 2016. Exclusivo do RAW, o evento contou com três eventos principais. A novidade estava no último combate. Pela primeira vez em sua história, duas mulheres estariam se enfrentando dentro de uma cela. Desde 1997⁽¹⁾, a WWE promoveu dezenas de combates com essa temática, com finais surpreendentes e confrontos violentos.
Desta vez, as duas lutadoras fariam história. Mick Foley, na assinatura do contrato para o combate, lembrou à ambas as lutadoras os riscos que estar dentro daquela cela traziam; mas, as duas estavam prontas para enfrentá-los e fazer história.
Sasha e Charlotte fazem parte de uma nova geração de lutadoras da WWE. E, como uma empresa que tem um alcance global, são de extrema importância para um novo pensamento sobre o papel das mulheres na luta livre mundial. Já temos exemplos de federações exclusivamente femininas, como a SHIMMER⁽²⁾. Porém, quando se está na empresa líder do ramo, a proporção é diferente.
Com a Revolução da Divisão Feminina iniciada em 2015, as mulheres deram um salto importante, mostrando que sim, são capazes. Exemplos disso são a IronWoman Match entre Sasha Banks e Bayley no NXT: Takeover Respect⁽³⁾, a Triple Threat entre Sasha, Charlotte e Becky Lynch marcando a volta do cinturão feminino na WrestleMania e o Main Event entre Sasha e Charlotte no RAW. Agora, elas chegaram ao evento principal de um Pay-Per-View, como será que elas se saíram?
Sasha Banks vs Charlotte Flair – O combate
Antes mesmo de iniciar o combate, as entradas das duas lutadoras já foram um show a parte. Charlotte, carregada por seus soldados, entrou como uma verdadeira rainha, honrando o lugar que um dia foi ocupado por seu pai, Ric Flair. Já Sasha Banks, entrando com um luxuoso carro, levanta a torcida presente em Boston, sua terra natal.
Após o anuncio da desafiante e da campeã, a cela vai descendo e a emoção na torcida e dentro do ringue parece ser grande. Mas, antes de soarem o gongo, acontece a melhor parte do segmento. Um brawl entre Sasha e Charlotte que vai até as arquibancadas e termina em um Powerbomb direto na mesa dos comentaristas estrangeiros.
Ao quase vermos Sasha Banks saindo de maca nos lembramos do perigo de uma Hell in a Cell. Porém, quando ela retorna, vemos o quanto é divertido assistir esse tipo de combate. Como toda primeira vez, o combate era tenso, nem tudo saía como o planejado. Sasha sentia as costas, Charlotte atacava, Sasha revidava.
Alguns spots interessantes, uso de cadeiras e mesas, um combate experimental para mostrar do que as mulheres são capazes. Mas, como todo entretenimento, as vezes o roteiro pode não ser tão bom quanto o esperado. Mesmo que o anticlímax do final não correspondeu as expectativas, e Charlotte saiu como campeã enquanto eu, olhando para o meu computador, me perguntava se a luta tinha mesmo acabado. E tinha.
PONTO FORTE
O ponto forte desse combate vai para a atmosfera criada para ele. Todo o hype necessário para um combate ser esperado foi feito, a história foi bem planejada, e, até o último momento do combate se esperava algo surpreendente. Não surpreendeu, e isso nos leva ao ponto fraco.
PONTO FRACO
A WWE repetiu os mesmos erros que comete desde o início da “Divas Revolution”. A divisão feminina sofre uma expectativa gigantesca devido a sua explosão de talentos nos últimos anos, começa com uma empolgação sensacional, e termina com interrogações e mais interrogações. O combate seguiu a mesma linha, por mais que a mesa não tenha ajudado muito ao não quebrar no final do combate, a decepção com o final foi clara.
ENTÃO, NÃO EXISTE ESPERANÇA?
Muito pelo contrário. O combate foi bom, o final que deixou a desejar. Mas isso não tira o mérito das lutadoras que não pouparam esforços para tentar fazer o melhor combate, além de arriscarem suas carreiras por isso.
É o primeiro combate nesse estilo, acontecem seus erros, há uma tensão. Esse é o primeiro passo para que outras lutadoras estejam nesse mesmo patamar, e para a luta livre no geral investir na luta livre feminina também como entretenimento na forma de combates de alto risco.
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