Aquele belo momento em que uma personalidade nos cativa

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Como vão meus queridos? Meu nome (apelido, pseudônimo, eu não sei mais como me referir à minha alcunha mais) é MDQ e cá estou eu pela primeira vez no WrestleBR para falar sobre, para a surpresa de ninguém dentre os que me conhecem, sobre TNA, mas não só de TNA, mas sim de tudo que envolve a arte do pro wrestling – embora eu venha a dar mais destaque para a TNA, sim.

O pro wrestling para mim é uma arte complexa, muito mais complexa que um romance normal ou uma série de TV. Quando se trata de pro wrestling você não pode simplesmente contar uma história, você tem que contar uma história que caiba num ringue e se propague por semanas, meses e, com pouco mais de dez minutos de diálogos, fazer dessa história algo interessante o suficiente para deixar o espectador curioso para a próxima semana.
Como fazer uma história ser interessante assim? Como pegar algo que invariavelmente é a história de dois lutadores se enfrentando ser diferente o suficiente para não parecer que estamos diante da mesma história de novo, de novo e de novo?
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Após décadas de lutadores lutando entre si num ringue, de algum modo o pro wrestling ainda é interessante e vemos o que considero um milagre, fãs que veem pro wrestling há trinta anos, wrestlers que basearam sua infância os tendo como heróis. Tirando algumas raridades como Doctor Who ou Os Simpsons, quantos podem dizer que trabalham com o programa que marcou suas infâncias como é o caso do RAW, Smackdown ou Impact (que já está no ar há, pasmem, doze anos)? Como poderiam esses programas durar tantos anos apenas contando histórias de lutas dentro de um ringue?

A resposta para mim é simples, são as gimmicks, os personagens, as personalidades que dão a esses lutadores de modo que uma luta não seja uma série de combates entre João Silva contra Pedro Santos, mas sim um combate épico entre forças opostas do bem e do mal lutando de forma que você torça, identifique-se e não consiga desgrudar de algo.

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Hogan, Rock, Austin, Cena, muito mais que pelas suas habilidades in ring, foram o que foram porque foram algo maior do que si próprios, fora ícones, criações de personalidades épicas que junto com o trabalho dos próprios wrestlers fizeram do pro wrestling a arte que me referi acima, algo complexo que exige de atletas serem atores que não apenas interpretem o personagem, mas o vivam (o que Hogan leva a sério até hoje, aparentemente).
Porém, hoje, após tantas décadas, tantos milhares de personagens usados a torto e a direito em centenas de promoções diferentes, como ser bom no pro wrestling de hoje? Como realizar uma tarefa que já era difícil e a colocar num contexto onde tudo já foi tentado e o ator precisa viver a gimmick de um modo crível para a geração de hoje? Por isso digo a você leitor, aquele belo momento em que uma personalidade nos cativa, aquele belo momento que após anos e anos e anos e anos ainda sim conseguem criar algo diferente o suficiente, único o suficiente para se conectar com o povo que já viu de tudo.

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E justamente por isso não consigo de deixar de admirar o motivo de escrever esse artigo, o atual Mr. TNA, Ethan Carter III, EC3 que nesse Impact foi recebido com uma ovação assombrosa na Manchester Arena onde a crowd chegava até a cantar a theme do astro enquanto ele entrava, isso após só duas semanas do seu retorno como face em sua feud com Matt Hardy.

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Pode parecer a você leitor coisa pouca, mas quando vemos o contraste de escritores que não souberam adequar ao wrestler uma boa personalidade como foi o fracassado caso de Derrick Bateman no NXT e vemos o trabalho que a TNA faz desde 2013 indo desde um comedy character heel que tinha uma streak de lutas contra jobbers ou com vitórias sujas e subiu até o topo da empresa como o maior face dela durantes três anos de uma ótima condução de personagem, apenas posso compartilhar com vocês leitores como é belo aquele momento que uma personalidade nos cativa, que os escritores e os lutadores entram numa sintonia de personagem forte o suficiente para fazer algo tão simples quanto o pro wrestling ser tão incrível.

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