Em uma matéria para o Players Tribune, Eddie Kingston da AEW falou sobre sua criação, como ele quase desistiu do negócio de luta livre, lidando com problemas de saúde mental e problemas com álcool e drogas, sua grande chance e sobre estar em paz hoje com o negócio do wrestling.
Kingston começou falando sobre sua criação em Yonkers, Nova York, e sobre como foi infectado pelo wrestling assistindo a fitas e comendo comida chinesa – sua recompensa de sexta-feira se ele não tivesse problemas na escola naquela semana.
“Assistir luta livre sempre foi minha fuga. Era como meu pequeno santuário, cara. Provavelmente foi a única coisa que me manteve fora da prisão. No colégio, meus amigos costumavam me ligar à noite para sair e fazer quem sabe o quê, e eu ficaria em casa sozinho para assistir o Raw ou a Super J-Cup ou ECW “, escreveu ele, depois dizendo que wrestling e brigar em seu bairro eram as únicas coisas que o impediam de ficar deprimido.
Brigas na escola e a decisão de ser um wrestler
Depois de ser expulso da escola devido a uma briga, ele conseguiu um emprego de ferreiro com parentes, até que um dia decidiu que queria seguir a carreira de lutador profissional. Ele falou sobre a luta para sobreviver e sobre uma noite em que apenas oito fãs estavam em um local para um show, mas as reações de uma fã em particular o ajudaram a continuar.
Ele então detalhou como se inclinou para o álcool e analgésicos para ajudá-lo a lidar com a situação, eventualmente deixando os comprimidos para trás porque eram muito caros.
“Então eu bebi. Cristo, eu bebi. Arrumei um trampo de segurança só para poder beber mais. Nos fins de semana, eu começava a beber às 13h no sábado, trampava num bar até as 19, ia lutar em algum lugar, depois voltava para o bar e bebia até as 7 da manhã. Aí eu acordava no dia seguinte e era domingo de futebol americano, então eu bebia do meio-dia às 2 da manhã “, escreveu ele.
Ele então descreveu uma história em que desapareceu após uma farra alcoólica, perdendo compromissos, quebrando seu telefone celular e causando preocupações com amigos. Ele disse que acordou um dia e foi até sua caixa de correio e havia uma carta de Larry Sweeney que estava preocupado com ele e que sentia como se tivesse perdido seu melhor amigo. Kingston então mudou sua postura, e disse que se ele não tivesse recebido aquela carta, ele provavelmente teria bebido até a morte.
Da quase desistência ao chamado à AEW
Kingston disse que quase desistiu da luta livre, mas seu irmão o convenceu a desistir da ideia, dizendo que não queria contar ao filho que seu tio Eddie era um desistente. Ele então continuou, mas a pandemia veio e ele teve que vender até mesmo seus equipamentos para fazer o pagamento da hipoteca. Ele então recebeu uma ligação para fazer um show ao ar livre pela ICW em Nova Jersey, onde decidiu fazer uma promo contra vários lutadores. Isso chamou a atenção de AEW e ele foi trazido para o desafio aberto pelo título TNT contra o então campeão Cody Rhodes.
Ele descreveu como Brodie Lee o animou antes da luta e como o próprio Brodie Lee e Jon Moxley estavam lá depois para parabenizá-lo pelo desempenho. Várias semanas depois, durante as férias com sua namorada, já contratado pela AEW, a ficha realmente caiu.
“E eu simplesmente comecei a chorar. Esta onda veio sobre mim e eu finalmente entendi o que estava acontecendo, e comecei a chorar bem ali no carro. Eu fui tudo nesta vida. Fui uma criança brava. Eu fui um adolescente deprimido. Eu fui um viciado. Já vi tantas celas de detenção que fariam sua cabeça girar. Eu fiz cagada, me destruí e fechei portas. Estive assim até meu último dólar. A única razão pela qual ainda estou fazendo isso, e realmente a única razão pela qual ainda estou nesta terra é por causa de todos os amigos que nunca param de me apoiar “, escreveu ele.
A importância da saúde mental
Mesmo com o sucesso, Kingston disse que ainda precisa tomar Zoloft e ainda tem ataques de pânico, incluindo um após seu desafio contra o então campeão da TNT, Miro no evento All Out, quando ele começou a ficar sobrecarregado com todos os elogios positivos. Ele conseguiu passar por isso, creditando tudo o que aprendeu na terapia ao ensiná-lo o que fazer.
“Eu sei como viver com minha ansiedade e depressão. E não tenho medo de falar sobre isso. Não me importo com o que os caras da velha escola do negócio têm a dizer sobre isso. Não estamos mais em 1987,” ele escreveu.
Depois que a coluna foi lançada no Players Tribune, Kingston falou no Twitter sobre a história:
Eddie Kingston enfrentará CM Punk no pay-per-view Full Gear de sábado.