Não só de vitórias vive um ídolo

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É possível que a última luta de Dolph Ziggler seja no próximo PPV, o No Mercy. E sinto que é a hora perfeita para refletir um pouco sobre a trajetória dele na WWE. Antes de entrar nos detalhes, quero expressar o quanto eu sempre admirei Ziggler na companhia.

Não veio de uma família renomada na companhia, não era um dos queridos do Vince. Dolph Ziggler começou a carreira por baixo, tentando subir degrau pós degrau com nada além do seu esforço e determinação. E a jornada para quem não possui nenhum facilitador no mundo do wrestling é muito difícil, para poucos.

Os holofotes apontaram para Ziggler pela primeira vez em 2006, com o nome de Nicky, sendo parte de um grupo de cinco líderes de torcida chamado Spirit Squad. Chegaram a ser até mesmo campeões de dupla por um tempo, da mesma forma que a New Day defende os cinturões com seus três membros hoje, mas Ziggler voltou ao território de desenvolvimento com o desmembramento da Squad. Essa aqui é a primeira grande oportunidade de Ziggler, com um papel fraco o suficiente para não chamar muita atenção.

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Foto: WWE.com

Voltou com seu atual nome como lutador do RAW, tropeçando em suspensões e estreando com derrota. Mas foi durante seu draft para o Smackdown meses depois que sua história começou a ser desenhada. Disputou o USA Championship e o Intercontinental Championship inúmeras vezes, e embora não tenha conquistado o ouro em nenhuma das oportunidades, ao menos estava lá brigando pelos títulos. Seu próximo passo seria a sua estreia na Wrestlemania 26, disputando a Money In The Bank, novamente perdendo.

Ziggler já começava a ter certo destaque entre os midcarders, sempre impressionando com a forma incrível que vendia os golpes dos adversários. Um dos alavancadores de sua carreira foi sua aliança com Vickie Guerrero, com ela veio seu primeiro título Intercontinental. Seu reinado durou 5 meses, apesar de perder o cinturão, Dolph se tornava o desafiante ao World Heavyweight Championship de Edge na mesma noite. Embora tenha perdido a disputa, vemos aqui Ziggler numa rivalidade valendo o título mundial, até então o mais longe que Dolph já chegou na WWE.

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Vickie Guerrero decidiu banir o spear, ameaçando que caso Edge o usasse, perderia o cinturão. Edge burlou a decisão de Vickie e com isso, de forma suja e sem o merecimento devido, Dolph Ziggler se tornou World Heavyweight Champion pela primeira vez. 11 minutos depois, Teddy Long reverteu a decisão e demitiu Ziggler dentro do kayfabe. Como quase uma metáfora de sua carreira, Ziggler chega ao topo mas de forma não convincente, e como consequência volta a estaca zero.

Ainda acompanhado de Vickie Guerrero, ainda vimos Ziggler figurar pelo midcard vencendo e perdendo o USA Championship, e até mesmo sendo parte de uma pequena rivalidade com CM Punk, o WWE Champion na época, porém não conseguiu conquistar o cinturão. Decidiu por então separar de Vickie, que já possuía Jack Swagger junto, e convenhamos que Swagger não é companhia pra ninguém. Vickie foi peça fundamental na história de Ziggler, mas era hora de dar um passo adiante para tentar mais uma vez atingir o topo.

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Seu destaque na empresa começa a ter certo reconhecimento, o que foi provado quando Ziggler se tornou o Mr. Money in the Bank da SmackDown. Ainda assim, fica nítido como a reputação de Ziggler era de certa forma delicada, quando a maleta do Money in the Bank foi colocada em disputa na sua rivalidade com Jericho, e muitos davam como certo que ele perderia o contrato por sua inexpressividade. Ziggler permaneceu com a maleta, porém vimos como ainda era um underdog quando perdeu duas vezes consecutivas para Randy Orton. O lado positivo desse momento aqui, foi quando Ziggler conquistou a vitória para seu time no Survivor Series.

E como qualquer outro astro da WWE, em algum momento era de se esperar que Ziggler entrasse em feud com John Cena. E mais uma vez sua maleta foi colocada em jogo, e ainda que parte do público duvidava de Ziggler continuar com a maleta, mais uma vez ele a manteve. O caminho para o topo mais uma vez estava perto, e Ziggler utilizou seu contrato do Money in the Bank na noite seguinte a Wrestlemania, se tornando o World Heavyweight Champion pela 2ª vez. Seu reinado foi curto, perdendo o mesmo para Alberto Del Rio no Payback.

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Ziggler então voltava ao midcard, figurando entre os desafiantes seja do USA, seja do IC. Algumas concussões deixavam o cenário mais difícil para Ziggler, que só voltou a ter destaque durante o Survivor Series, onde se juntou a John Cena e combateu a Autoridade com uma ajuda especial de Sting. Ziggler voltaria a ser campeão Intercontinental, perdendo o mesmo para Barrett após Kane, junto da Authority, mudar as regras do combate para favorecer Barrett.

Talvez no momento mais baixo da carreira, Ziggler enfrentou Sheamus numa luta bastante ridícula, a polêmica “Kiss my Arse match”, onde o perdedor deve beijar o traseiro do adversário. Mesmo vencendo a luta, Sheamus se recusou a aceitar a consequência e fez Ziggler fazer o mesmo. Ziggler então passa o resto do ano em rivalidades inexpressivas, com até mesmo fatores externos que prejudicariam o andamento das histórias, como o noivado de Lana e Rusev quebrando a história em que ela supostamente estaria envolvida com Ziggler.

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Ziggler só voltaria a oferecer relevância no retorno do Draft da WWE, onde conseguiu o direito de disputar o cinturão da WWE contra Dean Ambrose. Ainda assim, a crítica ao fato de estar no main event ficou nítida ao ponto de passar a ser o foco de suas história, precisando enfrentar Bray Wyatt pelo seu #1 contender como prova de que merece o posto. Ziggler falhou na disputa contra Ambrose, e voltou seus olhos para o título Intercontinental de Miz, ao qual perdeu graças a uma distração de Maryse.

E chegamos ao ponto atual, após não conseguir vencer Miz nas semanas seguintes, Ziggler pediu mais uma chance pelo título. Mas dessa vez, sua carreira está em jogo. Todo seu amor por lutar é colocado em linha. Nas palavras dele, essa é a sua última tentativa de provar algo por aqui.

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O ponto é que Dolph Ziggler não precisa provar nada para nós. A sua carreira pode não ter sido repleta de cinturões mundiais e de inúmeras fases sendo o primeiro nome da companhia, mas Ziggler nos ensina com sua carreira que nada disso é preciso para se tornar uma lenda no wrestling. Se de fato essa é uma despedida, nós é que agradecemos por todos os dias em que Dolph Ziggler laçou as botas e fez de tudo para nos proporcionar entretenimento.

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