O ano da luta livre já começou quente com a volta de Vince McMahon com o objetivo de vender a WWE, mas o que acontece se ela for vendida?
Enquanto todos estavam em choque com o retorno nada amigável de Vince para o comando da empresa, a WWE já deu os primeiros passos para uma possível venda. A reação natural dos fãs diante dessa notícia é um cenário de incerteza, mas a realidade pode não ser tão dolorosa quanto parece.
A verdade é que, diante disso tudo, o maior perigo mesmo é a possibilidade de Vince McMahon retornar ao poder criativo da empresa. A venda, em si, não deveria trazer nenhuma mudança brusca para o negócio principal da companhia.
Uma possível venda da WWE não é tão simples
Por ser uma empresa de capital aberto, a WWE é controlada por acionistas. Isso significa que a definição de dono da empresa se dá pelo número de ações que cada grupo ou pessoa detém. Ou seja, para se tornar dono da WWE e de todos os seus ativos, “basta” comprar a maior parte ou todas as ações da companhia.
No caso da WWE, as ações são divididas em duas classes: A e B. As classes B são exclusivas dos membros da família McMahon, e possuem peso de votação 10x maior do que as ações de classe A.
Isso significa que atualmente, Vince McMahon detém 81% de peso nos votos, que é mais do que todas as demais ações juntas. Sim, enquanto a empresa não for vendida, ele é quem manda.
Então bastaria só comprar as ações de Vince para ser dono da empresa, correto? Não exatamente. Quando algum McMahon vende suas ações Classe B, elas automaticamente são convertidas em Classe A. Caso um grupo ou pessoa adquira todas as ações de Vince McMahon, teria posse somente de 37.5% do controle da WWE.
Por isso, o único caminho viável de venda seria a compra de todas as ações da empresa, uma operação que giraria em torno de 6 a 10 bilhões de dólares.
Mas o que mudaria na WWE?
A WWE vai continuar praticamente a mesma
Independente do nome que aparecerá nos cheques da WWE a partir do próximo ano, uma coisa não deverá mudar: o comando operacional da empresa.
Essa frase vem com diversos asteriscos, pois não surpreenderia ninguém se Vince McMahon se colocasse novamente à frente do controle da criação e talentos da empresa. Mas isso é algo que ele poderia fazer desde já, e caso a empresa seja comprada, ele não mais poderá fazer o que bem entender. O perigo é se o eventual comprador decidir reinstaurar Vince McMahon como o CEO da empresa.
É improvável que haja mudança de CEO, aquisições costumam manter as mesmas pessoas no comando, principalmente em casos onde a gestão vem fazendo um bom trabalho. Até mesmo dos demais cargos executivos atuais na WWE podem se manter intactos, salvo pontos específicos relacionados às estratégias de um novo comprador. Por exemplo, pode ser que os novos donos queiram explorar diferentes estratégias relacionadas à comercialização dos direitos de TV fora dos EUA, e aí trazem um executivo de outra empresa para o lugar do atual.
De fato, com um comprador, a única coisa que mudaria na WWE é o atual Conselho (Board), que é eleito pelos acionistas. Como os acionistas passariam a ser somente um único grupo ou pessoa nesse cenário de venda, este seria responsável por montar seu próprio Conselho da venda em diante.
No que pode impactar a forma de assistirmos a WWE, o futuro da empresa diante dessa possível venda vai depender de quem comprá-la. Uma eventual compra da Disney talvez nos habilite a continuar assistindo os shows pelo Star+, por exemplo. Também não se descarta uma compra da Warner Bros Discovery, que é a atual detentora dos direitos da AEW.
Mas isso é um papo para outra hora, deixe aqui nos comentários abaixo a sua opinião sobre essa venda. O que você acha que vai acontecer? O que espera que aconteça?
Siga o @WrestleBR no Twitter para mais informações sobre luta livre em geral.
Excelente matéria realizada!