Quando a Disney realizou a compra da FOX, aconteceu uma grande reviravolta no cenário dos canais de esporte. Para que a compra fosse aprovada no Brasil, o CADE (órgão federal que defende a concorrência) determinou que a Disney vendesse os canais Fox Sports, que transmitem a WWE para o Brasil.
Esse cenário gerou uma onda de incertezas quanto à continuação da transmissão da WWE no Brasil, visto que caso os canais Fox Sports deixem de existir, há a chance de que as mais de 10 horas semanais de exibição da WWE no canal sejam encerradas. E aqui eu já adianto uma coisa para vocês: essa possibilidade é muito baixa.
Mas, por que?
Não é tão simples, mas vou elencar os pontos que mostram que as chances de acabarem com a programação da WWE no Brasil são baixas, independentemente de quem ficar com os canais Fox Sports. Primeiramente, devemos nos lembrar que o contrato deverá ser cumprido mesmo que os donos do canais mudem. Mas vamos aos fatos, começando pela possível fusão com a ESPN.
Fusão da Fox Sports com a ESPN
Embora a determinação do CADE tenha sido a de venda dos canais, nenhuma das propostas de compra foram aceitas pela Disney. Por conta disso, o CADE decidiu reavaliar a operação da fusão. Isto é, o CADE está considerando que ocorra apenas a dissolução do canal, mas a intenção inicial era de que se mantivessem os três grupos: Globo / Disney / Fox Sports. A ideia de fusão foi reforçada com a saída de Eduardo Zebini do comando do Fox Sports.
Neste cenário, o risco do fim das transmissões é o maior. Ainda assim, é baixo. Provavelmente, caso não entre na grade dos principais canais ESPN e ESPN Brasil, a WWE iria para os canais ESPN2 e ESPN Extra. Também teria a opção de estar apenas no ESPN Play. Devido ao contrato em vigência, em algum desses muito provavelmente a WWE estaria.
Possíveis compradores
Essa é a opção preferida do CADE para concluir a operação, que conta com três concorrentes na disputa pelos canais Fox Sports. Estas são SIMBA, BTG Pactual e Mediapro. Todas elas estão em contato com o CADE, tendo sido realizadas reuniões com as entidades nos dias 11 e 12 de fevereiro.
SIMBA
É a empresa no formato de joint-venture envolvendo as TVs abertas SBT, Record e RedeTV! como sócias igualitárias numa iniciativa que ainda não saiu do papel, com o objetivo de morder uma fatia significativa o mercado das TVs fechadas.
O problema é que a situação financeira atual do grupo não é muito boa, embora tenham capital político graças ao apoio ao governo de Bolsonaro. Dentro das concorrentes, é a que tem menor poderio financeiro para competir.
O fato do SBT começar a transmitir a WWE na TV aberta em abril criaria aqui uma situação interessante, na qual eles teriam um excelente trâmite entre uma opção compacta aos sábados e a opção na íntegra e ao vivo na TV fechada.
BTG Pactual
Mas Airton, o que um banco está fazendo nessa lista? É simples, eles representam um cliente. No fim do ano passado, o banco já realizou a compra da Editora Abril, então não seria nenhuma surpresa que consigam também a aquisição dos canais Fox Sports.
Certamente são uma opção muito mais provável que o Simba, visto que, apenas para comparação, o lucro líquido do BTG é maior que o faturamento bruto das três emissoras somadas.
Mediapro
O grupo espanhol é dito como o favorito para a aquisição. Além de serem especialistas no mercado, eles gerenciam a exibição da Champions League e da La Liga. Além disso, possuem estúdios de produção espalhados pela Europa, Américas e Oriente Médio.
E o favoritismo do grupo é algo positivo para nós, pois eles possuem experiência com transmissões da WWE. O canal espanhol GOL, o qual a Mediapro é dona, transmite na TV aberta espanhola shows compactos da WWE como o Bottom Line, Afterburn e Experience, todos com a transmissão em espanhol.
Todas essas opções, principalmente a mais cotada, nos mostram que podemos nos tranquilizar quanto à continuidade da WWE no Brasil. Nosso país é de um grande potencial de público, e ainda que tudo desse errado, a WWE ainda daria um jeito de se manter por aqui. A sensação é a de que estamos caindo nas mãos certas para o futuro.
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