Último texto sobre Rock vs Austin – Wrestlemania XIX

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E chegamos ao fim da semana, caro leitor. Chegamos a Rock vs Austin III. 

No começo, somente dois jovens, Dwayne com 27 e Steve Austin com 35. Já eram gigantes, pesados e com muito gás para queimar. E a vida tratou de gastar esse combústivel da melhor maneira que pode. Nesse meio tempo venceram Royal Rumbles, títulos mundiais, rivalidades que envolviam ego e sangue. 

Com nada mais para vencer, só resta então a derrota. Para Rock, restavam as duas derrotas para Austin na Wrestlemania XV e X7. Para a cascavel do Texas ainda existia uma última bala guardada, um último gás até a linha de chegada. A expectativa de sua última queda. 

Ambas emoções se encontraram na Wrestlemania XIX. The Rock já era, verdadeiramente, Dwayne Johnson, uma estrela de cinema. Austin era um lutador em animação suspensa. Para quem não sabe, Stone Cold não queria compor a lista de lutadores empilhados abaixo da montanha de corpos que alçou Brock Lesnar ao topo.

Então, após muito meses fora da TV, ele voltou para o No Way Out para enfrentar… Eric Bischoff? Enquanto isso, Rock era main eventer do PPV enfrentando, novamente, Hulk “eu sou um racista filho da puta” Hogan. 

Logo, o desafio de Rock a Austin para um último combate na Wrestlemania, uma ultima chance de redenção, se fez óbvio e, ao mesmo tempo, amargo. Ainda não era sabido que aquela seria a última vez que o careca beberrão subiria num ringue como lutador ativo. 

Mas não falaremos sobre ele, pois ele não é uma estrela. É hora de falar sobre The Rock. 

O garoto tinha à epoca somente 31 anos. Francamente, uma idade muito baixa para abandonar os ringues, uma fez que o físico do atleta nunca se deteriorou. Na verdade, Rock sempre esteve na mesma forma e entregou o mesmo tipo de produto. Era um lutador básico que conseguia fazer o que sempre fez sem demonstrar muitas variações.

E tudo bem, pois esse não era o calice dourado que todos buscavam quando viam o samoano. Essa faísca que o levou até Hollywood era um carisma poucas vezes visto na história do PW. 

É fácil conhecer Rocky Maivia pelas Catchphrases, mas o bonito mesmo é quando ele as subverte, quando ele quebra, destroi, reconstroi e soca sua cara com tudo aquilo que ele representa. Rock, heel ou face, é um cara egocentrico, estiloso, que não leva desaforo para casa e possui um ponto fraco quando duvidam de suas habilidades. 

Isso foi potencializado por mil quando o “People’s Champ” morreu na derrota para Brock Lesnar e nasceu o “Hollywood Rock” – NÃO puta que pariu, não estou falando do festival. Essa encarnação de Rocky – que não é tão diferente de Mick Foley quando o assunto é ter várias personalidades – tem um ego de superastro, a boca mais infernal que bocage e um despreso pelo público que o despreza mais denso que água do mar morto.

Outro dia o LKS estava falando algo sobre o “Corporate Rock” e o “Hollywood Rock” – coincidentemente duas encarnações heel– e eu não sei dizer COM CERTEZA qual é a melhor. O fato é que o ator faz seu melhor quando as barreiras da expectativas são chutadas para longe. Hollywood  Rock é Dwayne Johnson solto e com dinheiro no bolso, cuspindo no chão e provocando a crowd. 

Novamente temos uma promo do Limp Bizkit para Rock vs Austin e… não é tão legal quanto a última

Sem dúvida isso corrobora com o fato que… a magia dos tempos se perde. Rock vs Austin existiu em um espaço limitado de clima e atitude. Essa era passou mais rápido que nunca e seu espirito não morria, mas mutava. Muitas estrelas dos tempos dourados em que esses dois obeliscos floresceram ainda estavam na ativa. 

Entretanto, para eles, era hora de fazer história e, por muito tempo, dizer adeus. 

https://www.dailymotion.com/video/x5s3zgi

Antes de partir, preciso dizer que Earl Hebner foi o juiz dos três embates entre essas estrelas na Wrestlemania. Dos três embates, os dois primeiros, vencidos por Austin, foram sem desqualificação. 

É a primeira vez que ambos não disputam um cinturão entre si na Wrestlemania e a rivalidade, por conta disso, também não envolve Vincent Kennedy Mcmahon.

O que nos resta, agora, é somente o adeus. 

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