Um dos cinturões mais prestigiosos dentro da WWE é o título dos Estados Unidos. Passando por empresas como a NWA e a WCW, o cinturão foi por muitas vezes considerado o título número dois e, embora não seja exatamente esse seu posicionamento na WWE, normalmente é o título principal do mid-card, independente da brand em que ele esteja.
Por 17 anos o United States Championship permaneceu com o mesmo design. Posteriormente recriado para a chegada na WWE, o cinturão passou por algumas das maiores lendas da indústria como Kofi Kingston, Chris Jericho e Randy Orton. Neste texto, analisamos alguns dos melhores reinados e vitórias do cinturão estadunidense.
Acima de tudo, é importante lembrar que estamos incluindo aqui reinados de 2003 a 2020, sem incluir outras empresas e a nova versão do cinturão.
Eddie Guerrero
Eddie conquistou o título estadunidense duas vezes, com ambas as passagens sendo relativamente curtas e apenas uma delas podendo ser contabilizada em nossa lista. Ainda assim, ele com certeza merece estar aqui, afinal foi o primeiro campeão dos Estados Unidos propriamente sobre a bandeira da WWE.
Guerrero ganhou o cinturão em uma ótima luta e nesse meio tempo em que o defendeu, com sucesso, enfrentou grandes nomes como Rhyno, Big Show e John Cena, com destaque para a luta “Latino Heat Parking Lot Brawl” em 2003.
Durante esse período, a ascensão e popularidade de Eddie foi tão grande que ele também ganhou o campeonato de duplas com Chavo Guerrero.
A hilária rivalidade com Big Show foi a última antes do latino heat deixar o cinturão para o grandalhão e seguir em frente para se tornar o campeão mundial da WWE.
John Cena
É impressionante que mesmo com 16 cinturões mundiais, o título que mais é associado a John Cena é o cinturão estadunidense. Foi seu primeiro título na WWE, vencendo o Big Show no WrestleMania XX. Na época, para se destacar, Cena personalizou a cinta, dando-lhe um painel giratório que era exclusivamente dele.
Entretanto, apesar de três reinados no início da carreira, o que cimentou Cena como um dos maiores campeões americanos foi seu quarto reinado. Assim que começou, Cena começou a oferecer desafios abertos a cada semana. Isso levou a uma série de boas lutas e rivalidades, que fizeram o título parecer importante, dando chances a astros como Dean Ambrose, Stardust, Wade Barrett, Sami Zayn, Neville, Kevin Owens e muito mais. Ele trouxe uma notoriedade tão grande ao cinturão que como resultado acabou confrontando o campeão mundial Seth Rollins, com os dois títulos em jogo no SummerSlam de 2015.
Booker T
Se estivéssemos considerando o reinado da WCW, Booker T teria o maior parágrafo desta lista, afinal ele está facilmente incluso na lista de grandes campeões estadunidenses de todos os tempos.
Booker teve momentos incríveis durante seu tempo como campeão. Na WWE, ele venceu uma luta de eliminação de oito homens, entre eles estavam Cena, RVD e Reigns (O Luther). Ele também levou Cena à uma ótima rivalidade com uma melhor de cinco.
A melhor de cinco não foi o único highlight entre seus reinados, afinal sua última corrida com o cinturão viu Booker vencer uma melhor de sete, que com certeza é superior a última melhor de sete realizada pela WWE, entre Sheamus e Cesaro.
Enfim, Booker T é um excelente exemplo de alguém que investiu tempo, esforço, trabalho, sangue, suor e lágrimas para construir sua carreira de baixo para cima. Tudo isso valeu a pena.
MVP
Texto por: LKS
Se você ligava a TV nos sábados à tarde do SBT em 2008, provavelmente sentia raiva desse homem em algum momento. MVP era o mid-carder perfeito: vilão, debochado, com um personagem carismático. O suficiente para segurar o cinturão estadunidense e até mais.
Ele venceu o título pela primeira vez no Judgment Day de 2007, vencendo Chris Benoit, na luta que seria a última do canadense em pay-per-views. O primeiro reinado do Franchise teve 343 dias de duração, o maior da história do título na WWE.
Sua rivalidade com Matt Hardy foi o ponto alto dos dois lutadores no fim da década, mas o reinado ainda teve pontos muito bons, como a rivalidade com Ric Flair — valendo a carreira do Nature Boy — no início de 2008.
MVP perdeu o título para o próprio Matt Hardy e ainda conquistou a cinta mais uma vez, em 2009, mas ficou pouco mais de dois meses como campeão, não tendo grandes recordações desse reinado.
Shelton Benjamin
Shelton Benjamin está aqui por ser, em minha opinião, o lutador mais subestimado dos anos 2000. Quando ele se uniu a Brock Lesnar, ex-companheiro de equipe em Minnesota, Benjamin fazia a maior parte do trabalho duro nas lutas, enquanto Lesnar entrava e dominava somente no final. Seja em uma parceria com Charlie Haas como Team Angle/World’s Greatest Tag Team ou em lutas individuais com Chris Jericho, ou Shawn Michaels, Shelton sempre provou ser um atleta naturalmente notável.
Posteriormente, seus reinados como campeão intercontinental foram incríveis, Benjamin era sempre o destaque da luta, especialmente em suas atuações nas primeiras lutas Money in the Bank. E quando partiu em busca do cinturão estadunidense, Benjamin foi destaque novamente. Seu reinado de 243 dias passou por lutadores como Matt Hardy e MVP, entregando o melhor de qualquer oponente que o enfrentasse.
Há uma razão pela qual o WON nomeou Shelton Benjamin o lutador mais subestimado do mundo por três anos seguidos: não importa quantas vezes ele tenha impressionado o público, ele nunca chegou ao nível do título mundial. Essas são algumas das provas que temos para nomear Benjamin de subestimado, por fim, se não for suficiente, o fato de não encontrarmos um vídeo destacando seu reinado como campeão americano no YouTube da WWE, demonstra isso mais uma vez.
The Miz
Em primeiro lugar, quando chegou à WWE, ninguém acreditou em Mike Mizanin. Mesmo ao encontrar sucesso como dupla de John Morrison, os fãs pensaram que ele seria o esquecido quando a dupla se separasse. Pelo contrário, Miz decolou e tudo começou quando ele ganhou o cinturão estadunidense no Hell in a Cell de 2009.
Miz manteve o título por 224 dias e, ao mesmo tempo, acabou se tornando o melhor vilão de toda a empresa. Tamanho ódio gerado com o público fez Mike vencer os títulos de duplas com o Big Show, derrotando ninguém menos que a DX. Vê-lo carregando três títulos foi um espetáculo, e carregando o Money in the Bank enquanto campeão americano, melhor ainda.
Por fim, como campeão dos EUA, Miz catapultou-se para o estrelato e ajudou a elevar Daniel Bryan ao próximo nível.
Daniel Bryan
Antes de tudo, a vitória sobre Miz no Night Of Champions serviu como primeiro investimento da WWE em Daniel Bryan.
Seu reinado não está aqui por ser propriamente memorável, mas sua vitória pelo cinturão talvez seja a mais necessária da carreira de Bryan, porque deu aos fãs a esperança de que a WWE tivesse algo reservado para ele. Daniel continuou com o título por 177 dias, enfrentando oponentes como John Morrison e Ted DiBiase, e logo avançou para se tornar, assim como Miz, um vencedor do Money In The Bank. O resto como dizem, é história…
Zack Ryder
Texto por: Menino Tanaka
Um sonho tem variados significados quando expandimos para as diversas áreas do (des)conhecimento humano. Mas esse substantivo masculino de cinco letras talvez seja o mais apropriado para falar sobre o reinado de Zack Ryder como campeão estadunidense. Uma conquista que eu escolhi analisar por uma razão muito pessoal: foi o primeiro evento pay-per-view de luta livre que eu tive o prazer de assistir. Uma experiência inebriante.
Antes da explosão de popularidade da internet como meio promotor de wrestling, Zack Ryder era um homem comum, perdido na imensidão do plantel da WWE sem uma perspectiva para o futuro. Após anos de carreira, o lutador novaiorquino estava completamente estagnado e, no auge da insatisfação, resolveu investir em uma série para o YouTube conhecida como Z! True Long Island Story.
A comunidade rapidamente abraçou o projeto e não bastava o título fictício de WWE Internet Champion. O público queria ver a primeira conquista individual de Zack Ryder, o que aconteceria no WWE TLC 2011.
Com a oportunidade concedida por John Cena, Zack Ryder derrotou Dolph Ziggler em uma luta excelente para começar um sonho. Mas o meme de 2020 se aplica no fim de 2011/começo de 2012… deu tudo errado! Ryder conquistou o cinturão e teve um reinado de apenas 29 dias, perdendo o título para Jack Swagger em menos de 3 minutos. Zack foi vítima de um jogo corporativo que preferiu dar prosseguimento na história de John Cena “abraçar o ódio” diante de Kane do que investir em um de seus maiores sucessos do princípio do cross-media, afundando-o em uma história romântica com Eve Torres que o levou novamente ao fundo do poço. Costelas quebradas, coração partido e push esquecido, um reinado em forma de drama.
Cesaro
Texto por: Danilo Queiroz
2012 foi um ano estranho para a WWE — coincidentemente, também foi o ano em que comecei a assistir com afinco. O mid-card da WWE estava uma bagunça, o NXT tinha acabado de se desvencilhar de sua imagem de reality show e Brock Lesnar havia acabado de voltar. Nesse contexto, o Danilo de 2012, totalmente possuído pela ingenuidade de um mark (bons tempos), pôde ter todo o desprazer de odiar a persona do até então Antonio Cesaro, um ex-jogador de rugby suíço banido da liga por violência, que entrava acompanhado de Aksana junto ao som de um ripoff descarado da música Chelsea Dagger, do The Fratellis.
Antes que o recordista de prêmios de “Most Underrated” do WON vencesse o cinturão estadunidense naquele ano, o detentor do cinturão era o amável palhaço de Santino Marella, um lutador que eu estimava pra caramba durante aquele período.
O título, antes até um tanto quanto influente no mid-card, havia sido jogado para um canto obscuro de piada dentro da WWE, servindo para o low-card ter um sabor de algo. Mesmo assim, por todo o legado passado do cinturão, a ideia de colocar o belt em posse de um ex-FCW com quatro meses de experiência no elenco principal parecia um pouco arriscada — mas acabou por dar muito certo.
Em um reinado de 239 dias, Cesaro dizimou boa parte do low-card, além de engajar numa mini rivalidade interessante em seus próprios termos com The Miz. Mesmo assim, situações como essas elevaram a credibilidade de Cesaro — além de envolver o título americano no processo, fazendo o cinturão ser um prêmio cobiçado, mais uma vez.
Rusev
Rusev chegou ao RAW como um dos típicos estrangeiros antiamericanos, tática usada pela WWE desde que ela se conhece como empresa de luta livre. Felizmente, Rusev não deixou seu trabalho ser comparado ao passado e, ao lado de Lana, fizeram esse personagem funcionar de uma maneira que ninguém esperava.
O início da carreira de Rusev no elenco principal foi escrito perfeitamente, conquistando o cinturão estadunidense de Sheamus em uma luta exclusiva do WWE Network. Logo depois disso, o bulgarian brute passou os 146 dias seguintes enviando de volta todos os adversários possíveis. O mais importante aqui é que a transformação de Rusev em uma grande arma de venda, ajudou inúmeros lutadores a recuperarem seus momentos como mocinhos, ou como conhecemos, babyfaces.
Essa lista inclui nomes como Jack Swagger, Big Show, Mark Henry e, claro, John Cena. Nesse meio tempo, os maiores destaques do primeiro reinado de Rusev com certeza são a Face Turn provocada em Jack Swagger, a primeira vitória sobre John Cena por submissão, o confronto com The Rock e a inesquecível entrada em um TANQUE DE COMBATE na WrestleMania 31, que, em minha opinião, é a maior entrada de todos os tempos em uma WrestleMania.
Foi somente quando Cena conseguiu uma revanche na WrestleMania que ele terminou com o domínio de Rusev. Posteriormente, o astro conquistou o cinturão novamente, mas apesar de ser grande para o público, a WWE já havia perdido a fé em seu trabalho.
AJ Styles
Apesar de ter menos de 5 anos dentro dos ringues da WWE, muitos o consideram um dos melhores lutadores que já pisaram por lá. Seu ano de estreia em 2016 foi quase intocável em termos de sucesso e qualidade, sempre em lutas principais e disputando os cinturões mais relevantes da empresa. No ano seguinte, ele tentou algo novo, ao desafiar Kevin Owens para cinturão estadunidense.
AJ ganhou dentro do histórico Madison Square Garden em um evento ao vivo, sem ser televisionado. Sua vitória pode não ter sido em um show com milhões assistindo, porém, uma vitória dentro do MSG é algo a ser levado em conta. Ele então passou a defender o cinturão em lutas incríveis contra oponentes como Kevin Owens, Baron Corbin e Tye Dillinger.
Em 2019, Styles venceu o título pela terceira vez e permaneceu como um dos principais campeões da televisão, sobrevivendo a adversários como Ricochet e até mesmo Braun Strowman.
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E aí, concordam com as escolhas? Faltou alguém? Quem você reconhece como o melhor campeão estadunidense da WWE? Fiquem sempre à vontade para sugerir os próximos cinturões que devemos relembrar! Comente a publicação ou entre em contato através do twitter (Gabriel Munhoz/WrestleBR)! Até a próxima!
1 comentário em “Uma revisita aos grandes reinados com ESTE cinturão”