A WWE é a maior companhia de Luta Livre do mundo. Criada por Vince McMahon Sr., foi pelas mãos do filho que se tornou uma empresa global, durante os anos 80. O Wrestling se tornou entretenimento, e Vince McMahon um grande empresário, capaz de transformar um esporte de nicho em um fenômeno.
Com isso, a WWE sobreviveu a polêmicas, crises de audiências e uma guerra pelo posto de maior companhia contra a WCW, durante os anos 90. Vince reina absoluto no ramo, por enquanto.
O conceito de entretenimento esportivo, adotado por McMahon, tornou sua empresa bilionária. As vendas com merchandising, mídias sociais e ativos mostram que a Luta Livre não é a maior forma de lucro da empresa.
No entanto, os consumidores dos produtos da WWE também são fãs de Wrestling.
Se por um lado a companhia vai bem financeiramente, por outro deixa a desejar na qualidade de shows, histórias e combates. A prova está na queda de audiência constante nos dois principais eventos televisivos da empresa: RAW e Smackdown Live.
Isso parece ter incomodado profundamente McMahon, que escalou lutadores do Smackdown para comparecer ao RAW de ontem (6).
Sem contar a chegada da All Elite Wrestling, companhia liderada por bilionários, donos de clubes de futebol e da NFL, que possuem potência financeira para criar uma empresa competitiva na corrida pelo topo da Luta Livre.
E os fãs, a cada dia, sinalizam maior descontentamento pelos caminhos traçados pela WWE.
Mas será que Vince McMahon não escuta seus fãs? Seu mundo sombrio de fantasias não tem espaço para a voz do seu maior cliente?
Quando Vince McMahon escuta os fãs?
Quase todos os dias, vemos pedidos – quase de joelhos – de fãs que desejam o desenvolvimento de seus personagens preferidos. Um exemplo é Cesaro. O lutador é adorado por 9 em cada 10 fãs, sempre figurando em listas de futuros campeões mundiais.
Essa oportunidade, no entanto, ainda não chegou. E não sabemos se ela chegará um dia.
Apesar disso, existem bons exemplos de atendimento aos pedidos dos fãs. CM Punk, Daniel Bryan, Becky Lynch e, o mais importante de todos, Kofi Kingston.
Os dois primeiros eram lendas das promoções independentes, e chegaram na WWE com status. Lynch construiu carreira no NXT, e já havia sido campeã mundial antes do estrondoso sucesso atual.
Kingston, que chegou desconhecido à WWE, parecia estar fadado à eternidade no midcard da empresa. Por que apenas após 11 anos, Kofi se tornou campeão mundial?
A resposta está no hobbie preferido de Vince McMahon: lucrar.
Como o tomador de decisões da empresa, ele possui o poder de colocar lutadores no topo, ou afundá-los no esquecimento. Mesmo com roteiros de longo prazo escritos, McMahon pode – quase sempre – mudar a história com base nos números.
Todos os lutadores citados acima tiveram aumento de vendas de seus produtos em momentos próximos ao push. Kingston há alguns anos é um dos campeões de vendas junto à New Day. Lynch hoje o lutador que mais vende merchandising na WWE.
Dessa forma, raramente veremos lutadores queridos, mas que não fazem Vince lucrar, como campeões mundiais. O público tem importante participação nesse momento. No restante, o que importa são os números do balanço financeiro da empresa, e a opinião de acionistas.
E é por isso, também que a WWE novamente desembarca na Arábia Saudita.
Como Dave Meltzer, renomado jornalista da Luta Livre, declarou em um dos seus podcasts, se os nazistas pagassem bem para Vince McMahon, com certeza ele faria um show para eles.
Não são apenas os números dos Estados Unidos que importam
Jinder Mahal se tornou campeão mundial da WWE em 2017, e teve um reinado maior que 100 dias.
Você provavelmente foi contra, assim como grande parte da base de fãs da empresa pelo mundo. Por que essa decisão foi tomada?
Nos últimos anos, a empresa busca alcançar novos mercados, aprofundando o conceito de empresa global. A base do NXT no Reino Unido é um exemplo. Além disso, alguns países emergentes estão na mira da WWE para sua expansão.
Entre eles a Índia, a China e o Brasil.
Somando a população dos três países, temos aproximadamente 50% da população mundial. Expandir seus mercados para quase 4 bilhões de pessoas é um trabalho difícil. E não há melhor forma de ter identificação do que tendo um campeão mundial do país para divulgar seu produto.
Quando o UFC retornou com força ao Brasil, por exemplo, o maior nome do MMA era do País. Fora os outros campeões e lutadores de sucesso.
O Brasil possui três representantes na empresa: Cezar Bononi, Taynara Conti e Adrian Jaoude. E já veio ao País, em 2012, no show para o público de São Paulo.
Essas são demonstrações de que a WWE quer investir no País. No entanto, para que ela invista forte no nosso território, é necessário fazer Vince McMahon olhar para o público.
E como fazer isso?
Para responder isso, deixo um vídeo do Portal da Luta Livre sobre a WWE no Brasil, que você pode conferir aqui.
Você concorda com o pensamento de Vince McMahon sobre Luta Livre e entretenimento? Deixe seu comentário!