Ontem foi mais um dia difícil para os fãs de luta livre, que viram a WWE realizando mais uma série de demissões em massa de talentos da empresa. Mas o mais estarrecedor disso tudo é que, desde Abril do ano passado, foram mais de 100 demissões.
Essas demissões ocorreriam com ou sem pandemia. É importante ressaltar isso antes que surja algum defensor de CNPJ aqui no texto. Nós obtivemos acesso à entrevista feita pelo Fightful com um oficial da WWE que não quis se identificar, em que ele dá algumas explicações sobre o que está acontecendo. Como se isso não fosse inexplicável.
Ele disse ao portal que em 2018 a WWE entrou em um modo de “armazenamento de talentos”. A intenção era desenvolver talentos a nível global, tendo Performance Centers espalhados pelo mundo. Estes contariam com o intercâmbio entre si, com talentos nativos e internacionais viajando entre os territórios. Não demorou mais de um ano para que a ideia começasse a ser brecada. Muito por conta do foco da WWE em lançar o NXT na TV americana. Logo depois, a pandemia veio, e aí todos os planos foram interrompidos de vez.
A culpa é mesmo do negócio?!
Apesar da frustração expressa dentro da WWE, até mesmo pelos oficiais, eles ainda tentam buscar explicações dizendo que essas demissões são consequências do “negócio”. Negócio que, caso vocês não saibam, teve uma receita de quase 1 bilhão de dólares no ano da pandemia, com 1% de aumento comparado ao ano anterior. O tamanho do lucro anual foi de 286.2 milhões de dólares, 59% a mais que em 2019. Os dados são da própria WWE. Não dá, a conta não bate.
O oficial da WWE ainda informou que as decisões são feitas de forma colaborativa, mas Vince McMahon tem autonomia para impedir quaisquer decisão. E pode piorar. Ele também afirmou que as demissões serão recorrentes na WWE, mas que o ano de 2021 será muito fora da curva.
Nada justifica
Foram mais de 100 demissões desde Abril na WWE. Nenhuma dessas explicações internas traz qualquer justificativa plausível. É dito internamente que o entendimento sobre o NXT é que ele falhou como território de desenvolvimento. Se isso é o caso, que culpa esses talentos têm nisso?
Sean Ross ainda complementou o tweet acima dizendo que nem 18% desses talentos possuem hoje um contrato fixo com alguma empresa. Isso mostra o tamanho da irresponsabilidade profissional e social da empresa. Fatores que deixam evidenciado o que a falta de uma sindicalização faz com um negócio. Mas nem a alta cúpula da WWE, nem a da AEW acham que isso deveria existir, o que deixa o cenário bem desanimador.
Fica só a curiosidade para saber aonde a WWE quer chegar.
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