Então você quer saber o que rolou de melhor e pior no WWE Money in the Bank 2025? Bem-vindo ao Bom, Mau e Feio, onde elencamos os melhores, piores e absurdos pontos deste Premium Live Event da WWE. A edição analisada hoje é a do dia 07 de junho de 2025.
BOM
Beckynental
Não vamos abordar nada em ordem hoje, para te manter mais interessado.
Becky Lynch: por mais que eu deteste a lutadora irlandesa, ela, tal qual relógio quebrado, acerta de vez em quando. O pior é que quando ela acerta, ela acerta bem.
Desta vez, seu êxito foi ao lado de Lyra Valkíria, campeã Intercontinental que, novamente, colocou seu cinturão em jogo contra a veterana e antiga mentora.
Não tendo visto a luta do Backlash, eu esperava a mesma chatice pouco inspirada que Lynch entregou em seu período ali entre Wrestlemania 40 e sumiço. Pior que isso? Também esperava 0 de Lyra.
Acho que foi essa baixa esperança, combinado com a excelente montagem da luta, a história simplesinha e bem contada, o ápice bem-posicionado e os finais falsos, que me fizeram sair extremamente satisfeito do combate.
Sai assim apesar do final que, sinceramente, pode até fazer sentido dentro da história de ambas, mas é tão usado no roster feminino que acaba gerando um ranço.
De qualquer forma, agora Becky Lynch é campeã Intercontinental e nos resta esperar que ela saia desse título com uma luta tão boa quanto a que lhe fez entrar.
Para Lyra resta o que? Subir, talvez agora ir atrás do Queen of The Ring que bateu na trave ano passado e, quem sabe, sendo esse seu destino, batalhar pelo principal ouro da divisão feminina.
Ou então nada disso. Resta o tempo.
A mala que vem para o bem
Seth Rollins é o novo Mr Money in the Bank, roupagem que lhe serviu muito bem há 11 anos atrás.
Devido aos acontecimentos do Smackdown eu, como expus no texto de ontem, achava que Rollins ia acabar perdendo essa luta. Cheguei até a fantasiar no twitter que LA Knight ia vencer e acabar fazendo Cash-In no Jey, num heel turn para ajudar seu antigo parça John Cena.
De qualquer forma, deu a lógica, num resultado que, apesar de estar dentro do esperado, coroou uma luta excelente.
Todos ali funcionaram: Chad Gable mostrou toda sua habilidade atlética, não só em sua chuva de Suplex, mas também pegando atalhos em escadas e sabendo se posicionar dentre os grandes. Andrade e Penta parece que estavam sempre pertos na luta e protagonizaram o que, não fossem as interferências, seria o lance mais marcante da luta, um Canadian Destroyer em cima de uma escada na horizontal.
Porém, como dito, houve interferência. Rollins e Solo Sikoa usaram suas facções para ganhar vantagem na luta. O momento entre as duplas JC Matteo/Jacob Fatu e Bronson Reed/Bron Breakker foi muito legal e, como desfecho, ainda tivemos o não esperado “I Hate You Solo” dito a plenos pulmões pelo Fatu campeão dos Estados Unidos, antes de massacrar seu antigo aspirante a Tribal Chief.
Dessa equação toda, só LA Knight esteve mais apagado na luta, tendo seu grande momento em um back suplex de cima da escada em cima de El Grande Americano. Esse momento quase gerou uma catástrofe, uma vez que Gable ficou a centímetros de bater a nuca em outra escada que estava no ringue.
Estivessem um pouco mais para lá, estaríamos todos vivenciando palavras bem diferentes.
Desastre evitado, em todas as frentes, deu a lógica.
Agora Seth Rollins é dono da maleta mais cobiçada da luta livre e ele, tendo participado desta transação tanto como acusado quanto como vítima sabe bem dos meandros que permeiam a lógica do pós Money in the Bank.
E como garantia, Bronson e Bron dão força física enquanto a mente demoníaca de Paul Heyman, que anos atrás já ajudou Lesnar a fazer Cash In nesse próprio arquiteto de cabelos longos, agora ajuda o jesus do tablado a crucificar algum dos dois campeões mundiais.
Vamos torcer somente para que o salvador de Chicago não custe, um ano depois, outra chance por título do Mr Money in the Bank.
PRE- RI – GO
Naomi é Ms. Money in the Bank. Naomi é Ms. Money in the Bank.
A Naomi, dançarina do Brodus Clay, membra da Team B.A.D, assassina de tempestades, ex-campeã mundial da TNA, é agora oficialmente dona de uma chance pelo título a qualquer hora, em qualquer lugar, contra qualquer campeã mundial (ou qualquer campeã, se seguirmos o precedente Theory).
Era minha torcida, mas confesso que não tinha muitas esperanças. Numa luta em que a vitória podia, diferente de várias outras pelejas dentro destes ringues, realmente ir para qualquer uma das participantes, quiseram os deuses que escrevem os shows da empresa de Stamford que Naomi finalmente tivesse seu lugar ao sol.
Agora resta ver se não vai fechar o tempo quando finalmente chegar o momento de ganhar o título. Alguém ainda vai precisar falhar no Cash In e seria uma desgraça gigantesca se sobrasse esse fardo logo para ela.
Vale salientar que Naomi é a primeira Ms. Money in the Bank negra da divisão.
Nada além da verdade
Ele voltou! Depois de clamores acalorados da internet e do público, Ron Killings foi recolocado dentro do roster da WWE, atacando John Cena no combate em que o campeão e Logan Paul enfrentaram o outro campeão mundial Jey Uso e o pesadelo americano Cody Rhodes.
Apesar destes quatro lutadores, Truth foi de longe o ponto mais interessante da luta, servindo como um prêmio para todo mundo que ficou revoltado essa semana como a ausência do alívio cômico e servindo como macguffin nessa rivalidade entre Cena e Rhodes.
MAU
Decepção
Eu disse por aí que não entenderia legal se a luta da MITB feminina não fosse excelente. E não foi.
O combate sofreu com falta de ritmo, entregando momentos que não se ligavam entre si, parecendo um jogo que tinha uma tela de carregamento antes de cada cutscene: as partes por si só eram empolgantes e tivemos alguns momentos bem interessantes, sendo o mais marcante o Code Red duplo nas escadas paralelas apoiadas no corner.
A parte isso, uma luta com Vaquer, Ripley, Giulia, Naomi e Perez não podia ser tão sem graça quanto foi.
Alexa Bliss, nesse contexto, até que mandou bem, o que devia explicar o quão decepcionante é essa luta.
Pelo menos o resultado foi bom.
Já era de se esperar
Essa luta de duplas foi um purgante. Claro que um final cheio de finishers e com uma surpresa sirvam para que o espectador esqueça do purgante que foi ver os campeões mundiais se arrastando no ringue enquanto seus parceiros tentavam, em vão, se provar como lutadores habilidosos.
Teoricamente essa luta ajuda a avançar na história uma vez que, além de trazer o elemento do Truth, que se fez presente ali no Backlash, coloca um pinfall sobre John Cena na conta de Cody Rhodes, ex-campeão que ainda não teve sua revanche.
Além disso, talvez tenha trazido finalmente um fechamento da participação de Logan Paul nessa última tour de Cena, uma vez que a relação entre eles ali claramente foi para o buraco com as brigas no meio da luta e os erros de Logan que fizeram com que ele atacasse seu parceiro.
FEIO
Erroooooooou (ou a previsível virtude da ignorância)
E falando em erro: Buckshot Lariat.
Infelizmente, com um verme como Logan Paul aplicando esse golpe, é preciso ler por aí comparações completamente descabidas entre ele e Adam Page.
Porém, não é para isso que estou aqui. Meu ponto com esse erro é salientar algo que devia ser óbvio: o deslize não prova que o invasor de floresta é um péssimo lutador da mesma forma que o asai moonsault dele em Jey quebrando a mesa não faz dele um excelente lutador.
Essas coisas são simplesmente proezas ou falhas atléticas que, apesar de ajudarem a compor um combate, não são as bases dessa luta. Falhas nesse sentido podem matar certas lutas assim como sucessos neste quesito ajudam a arrematar brilhantemente boas pelejas.
Contudo, nenhum desses aspectos deve ser o único viés pelo qual julgamos a qualidade de um lutador.
Então saiba, Logan Paul é um bosta — como ser humano e como lutador — mas não só por causa disso.
Enquanto você não descobre os motivos, a gente espera para o nosso próximo encontro. Até mais.