Então você quer saber o que rolou de melhor e pior no WWE Night of Champions? Bem-vindo ao Bom, Mau e Feio, onde elencamos os melhores, piores e absurdos pontos deste Premium Live Event da WWE. A edição analisada hoje é a do dia 28 de junho de 2025.
BOM
Pelo menos estavam animados
A rapaziada ali do estádio em muitos momentos foi o que sustentou esse show de horrores do último sábado — é bom já dar o tom da análise agora para que não haja surpresas —, vibrando em grande parte das lutas e aparecendo mesmo naquelas que eles não pareciam muito interessados, a exemplo da final do Queen of The Ring.
Vou me poupar e lhes poupar de uma divagação sociopolítica sobre essa questão e vou dizer o porquê: Acredito que quando não estamos equipados ou preparados de verdade para falar de um assunto sério de verdade, qualquer tipo de comentário se torna tão superficial quanto uma thread mal feita de twitter.
Enfim, o pessoal gritou, mas para que?
Tempestade
Achei a roupa massa e ela já é a tempestade mesmo, não tem como escapar disso. É uma pena que ela tenha gastado esse visual na Arabia, mas faz sentido pela composição da roupa e ao menos não é um pijamão preto que nem o resto do roster feminino.
MAU
Pudim de baunilha sem açúcar
Certo dia durante o período em que trabalhei como auxiliar de estoque tivemos na janta da firma um pudim de baunilha para a sobremesa. Ao colocar aquela proposta de doce na boca eu talvez tenha chegado próximo puro NADA, ou ao menos o que me foi permitido pela capacidade humana em relação ao alcance deste conceito.
O Night of Champions 2025, porém, tem bons argumentos para tentar remover esta iguaria culinária de tal lugar na minha memória.
Esse evento não chega a dar nem raiva! É uma parada que acontece, com lutas ruins, outras nem tanto, que roda sem comercial então ao menos tira essa camada de incomodo do telespectador… em suma um placebo para o que um dia já deve ter sido a alegria de ver luta livre.
Curiosamente a mais próxima que eu provavelmente cheguei da emoção nesse evento foi quando, durante a competente luta entre Solo Sikoa e Jacob Fatu pelo título dos Estados Unidos, ocorreu a interferência do abominável Hikuleo para ajudar o antigo pretenso chefe da tribo.
Ele é tão ruim que fez a volta do Tanga Loa parecer algo corriqueiro.
Outra coisa que teve um detalhe para tirar de um todo esquecível? Randy Orton vs Cody Rhodes. Na luta mais 2008 que 2025 poderia produzir, Orton e Cody foram a forra durante um tempinho aceitável e Rhodes, usando duma tramoia que foi armada por Randy — tirar a proteção do corner para atordoar seu antigo protegido —, conseguiu encaixar um Cross Rhodes, que eu me lembre o segundo da luta, e vencer o Viper.
O detalhe interessante é a raiva que Orton guardou dessa derrota, um rancor venenoso que ficou gritante na cara dele. Precisou de alguns minutos de merda até chegar lá.
De Jade vs Asuka o bom a gente já falou, o resto é pudim.
Agora o segredo do Morcego… ah esse está na hipervalorizada apresentação de Karion Kross contra Sami Zayn.
O lutador canadense de ascendência Síria desde que pode enfim lutar no território Saudita sempre foi grande estrela por lá, confrontando os principais nomes da companhia no quesito Pop ali naquela região.
Colocá-lo contra Kross num terreno desse poderia ser benéfico porque ia dar para o lutador mais popular da última semana um face para ele espancar e daria para Zayn uma sinuca de bico da qual ele poderia tirar mais apoio do público.
O problema é que a luta, bem como o resto, foi pudim. Sami lutou bem, jogou com o pessoal, vendeu as ofensivas de Kross como se o cabeludo maridão fosse o bate estaca de satanás e no final venceu no coração.
Um saco.
Acabei de lembrar que teve Rhea vs Raquel: foi a melhor luta entre elas da história das histórias — talvez perca para a do New Year’s Evil, mas eu não lembro. Vamos deixar nisso para você ver o nível que foram as outras.
FEIO
Cena vs Punk
O motivo desta luta estar aqui é até que simples, mas vamos ver se você o achará assim também.
CM Punk e John Cena foi tudo o que o Main Event da noite 2 da Wrestlemania não conseguiu ser. Talvez seja química no ringue, a nostalgia que envolve o público ou até um entendimento um tanto tardio de John Cena que aquela atitude estoica no ringue não estava dando certo.
O combate foi uma troca de movimentos simples, embrulhado em um começo pseudo técnico e que rapidamente se tornou um finisher fest.
E depois teve o overbooking que deixou os fãs mais assíduos da WWE babando de amor na 40 e de raiva na 41 — muito pela ausência do The Rock.
Só que aí que mora o X da questão: Night of Champions não é Wrestlemania. Por mais que a WWE queira fazer coisas grandiosas em território Saudita, meter esse fuzuê todo num evento que geralmente é tratado como um filler tira um tanto da graça que essa muleta criativa das invasões teria se você em um evento que você realmente acreditasse que poderia ter mudança de um título mundial.
Além disso, a luta podia ter tido um final mais criativo do que simplesmente mais uma vez Seth Rollins interferindo na vida de CM Punk.
Não posso dizer que o conjunto da obra foi pavoroso, mas é algo tão sem alma que eu não consigo considerar bom. A luta, a invasão, nada. Aconteceu e foi a parte menos peor de todo o show.
As vezes a gente se contenta com isso mesmo.