Então você quer saber o que rolou de melhor e pior no WWE Raw? Bem-vindo ao Bom, Mau e Feio, onde elencamos os melhores, piores e absurdos pontos deste semanal da WWE. A edição analisada hoje é a do dia 02 de junho de 2025.
BOM
Stephanie Vaquer
É curioso pensar que há um ano grande parte do público médio de luta livre não fazia ideia de quem era Stephanie Vaquer. Apesar de ela já ser campeã de três títulos diferentes e ser uma força incontestável dentro da CMLL, o espectador estadunidense, como é de costume, e ditando moda para grande parte do público brasileiro também, só foi prestar atenção na “Primera” quando ela lutou contra Mercedes Moné, acabando seu reinado com o título NJPW Strong. Pouco tempo depois ela assinaria com a WWE.
Neste último WWE Raw, quase um ano depois, a situação é absurdamente diferente. Após uma passagem pelo NXT onde ela também foi campeã dupla, segurando o título mundial e Norte Americano da brand, ela foi chamada para compor o roster do Raw e em sua estreia oficial como patê deste plantel já conseguiu a classificação para a luta da maleta.
Sejamos francos? Ganhar da Ivy Nile não é grande coisa dentro da WWE, uma vez que a membro da American Made é majoritariamente uma escada para outras lutadores. Acontece que a última triple threat qualificatória tinha um terceiro ingrediente que deixava a coisa muito em cima do muro: Liv Morgan.
Campeã mundial feminina durante grande parte de 2024, Olívia margeia a rota do título desde sua derrota para Rhea Ripley no primeiro WWE Raw da Netflix em 6 de janeiro. Além disso apresentá-la como um perigo constante, ela também já foi Ms Money in The Bank, fazendo Cash In em Ronda Rousey na mesma noite que venceu a maleta.
Confesso que pensei que ela venceria essa luta tripla. Contudo, como aconteceu no Smackdown com a Giulia e Charlotte, a WWE apostou no talento novo e Stephanie galgou a vaga na melhor luta da noite.
O carisma, a habilidade em manter o ritmo da luta sendo extremamente agressiva enquanto, simultaneamente, conversa com o público, faz dela uma lutadora indispensável para esse já carregado grupo de lutadoras do RAW e, por consequência, maravilhosa para se ter tanto numa luta de trios como numa MITB.
Liv também é outra atleta que achou seu lugar nas lutas mais populadas, sempre mostrando uma noção de quando e como aparecer que ajuda a elevar a luta num todo. Ivy Nile, o que seria o ponto mais fraco desse combate, também não chegou nem perto de fazer feio, foi o terço mais Powerhouse da luta, fazendo jus ao estilo da stable da qual faz parte.
Por fim, é uma alegria ver a formação dessa Money in the Bank feminina. Meu único “senão” é a presença de Alexa Bliss, que poderia ser substituída por Liv Morgan, alguém muito mais a altura das ótimas lutadoras que farão parte dessa luta de escadas.
Sim, estou elogiando a Liv, é a vida, eu não gosto dela, mas ela manda bem.
Fogo contra Fogo
O cenário principal do WWE Raw está uma bagunça (e você encare isso pelo prisma que achar melhor). Jey Uso, ao mesmo tempo que está envolvido numa treta com Seth Rollins e seus meninos parrudos, também está na mira do “Never Seen 17” John Cena e do youtuber favorito do Coffeezila, Logan Paul.
Para melhorar sua situação, dois dias após o Money in the Bank, quando ele fará dupla com Cody Rhodes para enfrentar a dupla GOAT e Golpista (de luta livre), Jey tem um encontro marcado com o Ring General, Gunther.
E foi exatamente sobre isso que o Austríaco foi falar com o campeão, no melhor segmento da noite.
O Ex-Walter apresenta um panorama muito simples para o Uso campeão, falando sobre como ele é uma boa pessoa e como isso vai lhe custar saúde e, doravante, o título.
É muito bom ouvir as promos do maior campeão intercontinental de todos os tempos.
Gunther tem uma linha de raciocínio que é sempre fácil de seguir, ele sempre tem um bom ponto a fazer e, de uma forma estranha, ele consegue demonstrar uma certa conexão com seus oponentes, seja por admiração, pena, asco, o que dá um peso as suas palavras.
Melhor ainda? A WWE sempre demonstra que ele tem razão. Jey, junto com Sami e CM Punk, acabou o Raw na merda após tentar ajudar o Second City Saint na porradaria contra os rotundos do arquiteto. Ademais, a ajuda não serviu de nada, já que na confusão CM Punk saiu derrotado da luta em que estava: a última classificatória para a Money in the Bank entre o terror do Jungle Boy, entre AJ Styles e entre El Grande Americano.
Curiosamente, a luta caiu no colo do mascarado, que fez o pinfall em AJ após uma cabeçada que, provavelmente, teve o auxílio daquela placa de ferro clássica.
Logo, enquanto Zayn e Punk ficam fora da luta pela maleta no PPV por culpa de Rollins, Reed e Bron, Chad Gable vai ter que fazer jornada dupla, pois sábado também luta contra El Hijo del Vikingo no World’s Collide, duelo que vale o título Mega Campeão da AAA.
E não, eu não quero brincar de “será que é o Gable? Será que não?”. Eu acho essa gimmick uma desgraça xenofóbica e não quero gastar muita saliva (ou caracteres) desenvolvendo o raciocínio.
No fim das contas, Gable chega para compor a luta masculina, completando um elenco interessante, apesar de ainda estar abaixo do feminino.
Se tudo funcionar direito, é provável que tenhamos duas lutas maravilhosas pelo maior super trunfo da WWE.
MAU
Muito “bra bra bra”
Então, a parte a promo do Walter, esse WWE Raw só teve segmento bosta, hein? Rusev, Becky, Punk. Seja por vídeo package ou com um microfone no ringue, parecia que ninguém tinha nada de novo para falar no último show antes do PPV. Talvez a única pessoa que tinha algum lampejo interessante era Sami Zayn, mas, por mais que eu ame o dono de orfanato, preciso confessar que essa punheta de azarão dele também está começando a cansar. Três anos disso, ne? Acho que já deu.
Na mesma medida, ninguém que nos agraciou com as palavras parecia ter nada de novo ou de instigante para apresentar.
Becky Lynch e Lyra Valkíria, não tem problema tirar uma semana de folga! Se não vai sair na mão, não precisa se falar toda semana. Acaba caindo no mesmo problema que apresentei entre as promos de John Cena e Cody Rhodes.
E o problema não são os participantes em sim, mas o ponto que esses segmentos abordam, que acabam sendo sempre os mesmos.
FEIO
A situação R-Truth
O problema não é R-Truth e muito menos o público que clama por ele. É compreensível, apesar de eu, particularmente, achar um pouco hipócrita essa comoção, que as pessoas estejam incomodadas com a dispensa de Ron Killings.
E o motivo se apresenta o mais simples de todos: timing.
Ao invés de gradativamente afastar Truth das telas perto do fim de seu contrato como uma forma de pelo menos acostumar o telespectador, os escritores preferiram colocar o ex-Judgment Day em uma posição de destaque ao invés do simples alívio cômico, dando a ele uma última história contra John Cena.
E uma semana depois ele anuncia que não terá o contrato renovado.
Veja bem, eu não acho que o R-Truth vai ter uma reação parecida com a que o CM Punk teve, por exemplo. Por mais engraçado que alguns o achem, ele não chega a ser uma unanimidade, ou pelo menos não era até a demissão. O que pode ocorrer, agora, é o efeito rebote desse anúncio e a WWE vai precisar analisar quanto tempo isso vai durar.
No fim das contas, não acho que o rosto do eterno campeão 24/7 487 7/11 i-95 South and Lexington Kentucky European TV Champion vai ficar muito tempo fora dos programas da empresa de Stamford.
TNA está aí para trazer de volta os filhos perdidos.
Tyrese Haliburton
Feio ficou para o NY Knicks, que deu uma peidada saborosa nessa farofa e perdeu a final de conferência para o Indiana Pacers. Depois de toda o auge do empolgou, após vencer o Celtics nas semis, o time tomou uma virada histórica na prorrogação do jogo um, que foi coroada pelo empate que levou a tal prorrogação: uma cesta de Tyrese Haliburton e a simbologia da engasgada, clássico de Reggie Miller contra Nova Iorque.
Mas sabe por que Tyrese está aqui no feio? O motivo é nos expor a saborosa tentação que são os braços torneados de Michael Cole. O comentarista do WWE RAW se declarou fã dos Knicks e apostou com Pat McAfee que, se o Knicks perdesse, ele faria um programa inteiro vestido com o manto do Pacers.
Foi o que aconteceu, porém, o que nem eu, nem Pat, nem ninguém esperava, eram aquelas armas de prazer que o longevo funcionário da WWE escondia por trás daquela roupa social.
Wattpad, por favor, trabalhe.
Enquanto isso, a gente se vê mais tarde. Por hoje é só.