WWE Raw – 09/06/2025: Bom, Mau e Feio

Então você quer saber o que rolou de melhor e pior no WWE Raw? Bem-vindo ao Bom, Mau e Feio, onde elencamos os melhores, piores e absurdos pontos deste semanal da WWE. A edição analisada hoje é a do dia 09 de junho de 2025.

BOM

Torneiudo

Lutas classificatórias e torneios é algo que tem ajudado muito os shows semanais da WWE a se organizarem e terem mais estrutura. Outros experimentos quase similares podem ser vistos em outras empresas, como é o caso dos torneios da AEW, geralmente round robin, ou até a grande quantidade de torneios que vemos na CMLL — sinceramente a CMLL está anos luz a frente de qualquer uma das supracitadas, mas fica aí um modelo perfeito de realização de torneios.

De qualquer forma, você que acompanha o “Bom, Mau e Feio” já deve ter percebido que essas lutas Triple Threat e Fatal 4 Way no meio da semana me agradam bastante; no caso do último Raw não foi diferente.

Do lado feminino tivemos Rhea Ripley, Kairi Sane, Liv Morgan e Roxanne Perez se enfrentando nas qualificatórias do Queen of The Ring. A luta foi focada na rivalidade que tem se criado entre Rox e Liv dentro da Judgment Day depois que Finn Balor trouxe o prospecto do NXT para dentro da Stable.

A luta rendeu bem devido a qualidade das quatro para esse tipo de combate e os papéis desempenhados ali na luta já era o que se esperava: Rhea dominante, Kairi dando pancada, mas sendo o elemento de verticalidade e Rox/Liv se entendendo e brincando de duplinha até o fim da luta.

O final, com Roxanne salvando a Liv após um InSane Elbow da Kairi só para roubar a vitória foi muito bem pensando. Boa escolha para seguir no torneio, vamos aguardar as outras oponentes.

No lado masculino vimos o campeão intercontinental Dominik Mysterio, Penta, Sami Zayn e Bron Breakker batalhando na classificatória do King of The Ring. Inclusive, se você quiser saber o que eu acho desse torneio, acredito que eu falei disso no texto sobre o último Smackdown.

Enfim. A luta também não foge ao esperado, mas o enfoque da dominância de Breakker é maior ainda. Apesar dos três lutadores não apostarem numa união a luta inteira, fica claro que, quando Breakker está na jogada, não tem como ser cada um por si.

Quando ele não está… aí o pau come. Algo a se notar, inclusive, é que nas lutas com mais de um oponente o cartel de vitórias e derrotas de Penta é bem ruim. Sua primeira derrota, se bem me lembro, foi para Ludwig Kaiser numa Triple Threat e depois ele perdeu na Wrestlemania, perdeu na Money in the Bank. Claro, faz parte da carreira do lutador acumular derrotas — dependendo do lutador, chega a ser surpreendente a proporção entre vitórias e derrotas —, mas acho que é algo a se ficar atento.

E se você é atento mesmo, já deve ter percebido que Penta perdeu mais essa. Assassinado por Breakker com um spear fora do ringue, só não foi vítima fácil do lacaio de Seth Rollins porque L.A Knight apareceu para cobrar a dívida que foi feita durante o caminho até o Money in the Bank.

Essa interferência deixou o caminho aberto para Sami Zayn liquidar a fatura em cima de Dominik. Nada melhor do que Zayn, um lutador que é totalmente a emoção e a parte mais dramática da maioria de suas lutas, conseguir uma vitória suada dessa em cima de um heel tão odiado quanto Dom Dom.

Nada além da verdade

Tranças cortadas repousaram em cima da mesa de comentaristas, assistindo de camarote enquanto o lutador anteriormente conhecido como R-Truth, estrela do título 24/7, melhor amigo de Little Jimmy e retorno mais importante do Survivor Series 2023, se tornava a pessoa que ele sempre foi, o lutador que venceu o título da NWA das mãos de Ken Shamrock, Ron “The Truth” Killings, que, oficialmente, fez seu debut no último Raw.

É interessante que a parada que faz essa promo realmente brilhar não é só o momento chocante que ele corta as tranças ou toda a parada com John Cena, mas sim perceber que, em tudo o que está acontecendo ali com o lutador Ron Killings tem um fundo de verdade. Que todos esses anos sendo um alívio cômico foram bons, mas também trazem um amargor de ser tratado única e exclusivamente como piada. Que para aquele ser humano, ouvir seu nome com reverência e não como uma anedota que acompanha a descrição de um personagem, ah isso vale ouro.

Sinceramente, estou animado para ver como a WWE vai dar prosseguimento a essa história. Eles têm algo muito especial na mão e, francamente, é um risco muito grande deixar coisas especiais nas mãos do corporativismo estupido.

Campeão, vencedor

Essa fé que te faz imbatível!

Gunther se tornou, novamente, o campeão mundial de pesos pesados após dar o troco e vencer, pela milésima vez, Jey Uso. Lógico que desta vez era diferente, já que o general do ringue havia sido humilhado pelo homem da palavra fácil na abertura da Wrestlemania 41, quando o vencedor da Royal Rumble o fez desistir com um Sleeper Hold. Esse elemento fez com que Walter viesse com ódio para a luta e entendesse que subestimar Jey era um erro que ele não poderia cometer de novo.

A luta foi boa, bem dentro do que o desafiante e o campeão já haviam feito várias vezes dentro de sua jornada, mas agora usando o pequeno detalhe de que Uso, durante várias semanas, acabou se metendo em coisas que não eram da sua conta e isso custou muito ao seu físico.

Um arroz com feijão bem feitio alimentou o público nesse main event e deu o título máximo do Raw novamente para o brutamontes austríaco.

O caminho agora se abre para o Summerslam. Uma vaga esta em aberto para a qualificatória da semana que vem do King of The Ring, torneio que dá chance pelo título mundial, forma pela qual Gunther conseguiu seu primeiro reinado para início de conversa.

Será que teremos um certo Ilja Dragunov voltando?

MAU

Que promozinhas mixurucas

Nem Nikki Bella conseguiu salvar a desgraça que é Liv Morgan no microfone. Nikkisawa foi ao ringue durante o último Raw falar sobre o Evolution e citou algumas lutadoras de destaque durante seu discurso. Prontamente, Liv, campeã mundial de duplas com Raquel Rodriguez — que eu esqueci de falar, mas apareceu na luta classificatória para atrapalhar Rhea —, foi cobrar a lenda do Joshi Puroresu por não citar seu digníssimo nome.

Ponto que eu queria deixar aqui: eu entendo que o personagem da Liv é esse de ser a menina irritante que fala esquisito, mas a formatação na qual isso é entregue durante os segmentos não me desce. Tiffany Straton, por exemplo, é uma demonstração de algo parecido com isso, mas que sai de uma maneira muito melhor.

Em contrapartida, Olivia no ringue parece estar cada dia mais a vontade, o que pode ser um bom ponto se, depois desse segmento, surgir uma luta entre ela e Nikki Bella, que acabou de cara no tablado depois de tomar um Oblivion. O que suscitou isso? Discussão sobre homem e título. Uma bosta, melhorem.

Segmento da Becky Lynch não vou nem comentar, serviu só para trazer a Bayley de volta com um pop digno de Zelina Vega.

Agora o ápice do segmento sem alma e sem coração tal qual o homem macaco correndo atrás de mim foi a abertura desse RAW, onde John Cena e CM Punk se encontraram para apelar à nostalgia de todos os adolescentes e jovens adultos da década de 10.

Veja bem, John Cena manda bem no microfone, inegável, fato que se repete com CM Punk. Contudo, no segmento da última segunda-feira, John Cena falou mais durante a parte em que provoca o público — seu real inimigo nessa passagem, tanto figurativamente e, pela qualidade do produto, literalmente — e R-Truth do que para confrontar CM Punk.

E quando foi a vez do lutador de Chicago falar… pouco inspirado, como tem sido a tônica durante quase todas as incursões de Punk ao microfone desde que voltou em 2023. Um grande problema, acredito, é que Felipinho se tornou autorreferente demais. Grande parte de suas promos sempre tem uma referência a coisas que ele falou no seu auge dentro da companhia, em 2011/12 para que o Nerd da internet se sinta recompensando por ter gastado sua adolescência na frente de uma tela (autocrítica).

Porém, contudo e, entretanto, existe um bom ponto no caminhão de merda que Punk falou: o ouro corrompe. Corrompeu Cena, corrompeu Punk em 2012, dentro da historinha e, provavelmente, um dia irá corromper Cody Rhodes.

Em tempo: eu não vou entrar no discurso fortíssimo que existe de que o CM Punk é um hipócrita porque ele criticava a WWE pela parceria com a Arabia Saudita e agora irá enfrentar John Cena pela manutenção de poder da ditadura local. Sabe por que eu não compro isso? Porque a hipocrisia de CM Punk não vem disso, mas vem de antes, desde sua saída da WWE em 2014, seu contrato com a AEW, sua passagem pelo UFC. Quem reclama da hipocrisia atual de Phil Brooks aceitava a picaretagem pregressa porque comprava a bobagem antissistema que ele vendia.

Enfim, o segmento acabou com Seth Rollins aparecendo com sua maleta de Mr Money in the Bank para dar aquela dica do que pode acabar acontecendo nas terras sauditas.

FEIO

Asuka

Ou porque a WWE resolveu cagar em cima do retorno das Kabuki Warriors.

Eu sei que depois de ver um retorno bosta como foi o da Bayley ontem, talvez a gente até prefira algo assim e, sem dúvida, retornos encavalados acabam cansando o público. De qualquer forma, tanto Kairi Sane quanto Asuka simplesmente foram anunciadas para lutas classificatórias no RAW quando chegou a vez de seu retorno. É meio broxante isso, porque parece que a melhor forma de fazer algo, aos olhos da WWE, é só executar a ação e não pensar numa maneira interessante de apresentar esse momento.

Foi assim com a ida da Giulia para o Smackdown, foi assim com a Kairi e é assim com a Asuka. Estranho, não?

Enquanto você pensa aí, eu fico por aqui e a gente se vê mais tarde.

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