Então você quer saber o que rolou de melhor e pior no WWE Smackdown? Bem-vindo ao Bom, Mau e Feio, onde elencamos os melhores, piores e absurdos pontos deste semanal da WWE. A edição analisada hoje é a do dia 13 de junho de 2025.
BOM
Dia de Reis
Apesar dos resultados óbvios, as lutas que davam vaga para as semifinais do King of The Ring funcionaram muito bem como abertura e fechamento do show. Na primeira tivemos L.A Knight, Aleister Black, Carmelo Hayes e Randy Orton numa luta de combos e malandragens, onde o que valia era mais o timing certeiro e a malicia do que realmente força bruta. Bom, ao menos até Bronson Reed e Bron Breakker, vindos diretamente do Raw, chegarem para tirar L.A Knight da jogada. Tirando isso foi a experiência de Orton que lhe rendeu um RKO muito bem aplicado em Melo no momento que esse ia aplicar um Frog Splash no ex-AEW. Vitoria para o retornante 14 vezes campeão do mundo.
Já no fim do show as coisas foram um pouco mais na força bruta. Apesar de Cody Rhodes não ser conhecido pela pancada bruta, seus companheiros de dança Shinsuke Nakamura, Andrade e Damian Priest possuem todos uma mão bem pesada. Logo, essa luta teve, apesar de algumas semelhanças com o primeiro combate como é a questão de golpes envolvendo mais de um lutador, uma dinâmica que pegava mais na parte da porrada e no uso de elementos alheios, como foi o caso da mesa sacada por Cody Rhodes, esta que acabou sendo seu calvário durante um momento do combate. De qualquer forma, com mesa ou sem, a vitória ainda ficou com o pesadelo americano.
Enquanto Orton avançou para enfrentar Sami, Cody espera a definição de seu oponente no próximo Raw quanto teremos Bronson Reed, Sheamus, Rusev e Jey Uso tentando beliscar essa última vaga.
Cuidado, rapaz
Naomi é fantástica.
A mais nova Ms Money in the Bank veio ao ringue dar o gosto de sua presença acompanhada de sua tão preciosa maleta e é preciso que batamos palma todas as vezes que a ex-campeã mundial vier ao ringue nessa nova versão. A lutadora consegue provar, com esta nova roupagem, que possui um controle das nuances de sua personalidade, interpretando um personagem que possui traços que cairiam facilmente na caricatura como a risada vilanesca ou aquela olhada de ódio, mas que na mão de Trinity funcionam como pai, filho e espírito santo.
Ela teve uma leve interação com a campeão feminina da WWE Tiffany Stratton e a Sabrina Carpenter do Smackdown falou lá sua meia dúzia de nada, um trabalho mais fraco no microfone, coisa na qual Tiffy oscila bastante.
De qualquer forma, tudo isso valeu só para comemorar o fato: Naomi é a dona do dinheiro e, se tudo der certo, logo vai transformar dinheiro em ouro.
Show do Intervalo
A WWE sabidamente colocou John Cena no primeiro segmento do show, mas não jogou todo o material do 17 vezes campeão do mundo de uma vez só. Coincidentemente, quando o jogo quatro das finais da NBA foram para o intervalo de meio de jogo, John Cena volta ao ringue e é interrompido por nada mais nada menos que CM Punk.
A WWE sempre esteve ciente de que não tem como competir com finais de esportes que são tradicionais nos EUA como Baseball, Basquete ou Futebol Americano. Pode não conseguir trocar, mas consegue driblar.
Logo, Punk veio bem nessa hora oportuna e fez o que provavelmente foi sua melhor promo desde que ele voltou para a WWE. Ele começa devagar, com uma referência tosca a Star Wars, mas que faz total sentido dado a personalidade pregressa de John Cena: Punk começa dando a chance de John Cena voltar a ser quem ele era. Obviamente não dá certo e então o lutador de Chicago começa a se tornar o contraponto a John Cena que ele sempre fez tão bem — e vice-versa —, contrastando o jeito meio cartunesco que o campeão fala com um tom ainda muito caricato, mas que dentro dessa lógica dos dois soa mais pé no chão. É uma dinâmica que cresce pela comparação e esses dois, sinceramente, foram feitos um para o outro.
Por fim, vale salientar que tanto no começo do show quanto neste segmento, Ron Killings atacou Cena, o que lhe rendeu uma luta com o Didi Mocó do aviso prévio no próximo Smackdown.
MAU
Sintoma de doença
Wyatt Sicks foram elogiados em sua volta e no dia eu expliquei exatamente o porquê, acompanhando aquelas palavras com o motivo pelo qual, nas edições seguintes, esses elogios iriam parar: eles funcionam como surpresa, mas não como fato.
Neste último Smackdown, infelizmente foi necessário sacrificar uma das melhores duplas de todos os tempos, Motor City Machine Guns, para dar mais uma forçosa credibilidade aos doidinhos do Bo Dallas, coisa que eles já tinham por que deram um tiro na cabeça do Chad Gable a primeira vez que apareceram.
De qualquer forma, num combate ruim, Joe Gacy e Dexter Lumis, ambos com problemas de ritmo, levaram a vitória para casa.
Salve, rainha
Se as fatal 4 ways masculinas tiveram ajuda de uma linha guia interessante e elementos externos, as lutas femininas pecaram justamente porque a ideia que seria o norte da luta muitas vezes era colocada de lado por vários minutos.
Um bom exemplo é a primeira luta, na qual Michin, Jade Cargill, Nia Jax e Piper Niven se enfrentaram. Desde o começo Nia e Piper focaram em destruir Cargill e ela se apresentava como a única força na luta capaz de fazer frente as duas, com Michin correndo por fora para servir de elemento surpresa.
Contudo a luta, ao invés de focar totalmente nesse aspecto, usando de uma violência maior tendo em vista as forças brutas presentes no combate, enrolou-se demais nas heels tentando conseguir o ódio da torcida, tendo momentos mais grandiosos só muito perto do final da luta.
A mesma coisa aconteceu com a luta de Charlotte, Alexa Bliss, Alba Fyre e Candice Lerae, onde claramente os pontos focais eram Alexa e Charlotte, usando as outras duas somente como coadjuvantes da correria.
Tendo isto em mente, a luta se desenvolveu com alguns engasgos, mas sem nenhum momento minimamente interessante. Seria muito bom se o produtor da luta, tendo noção de que essa luta já sentiria uma perda de personalidade pela falta de Chelsea Green, que teve de ser substituída pela ruiva do Secret Hervice, tivesse tentado adicionar algo no combate que pelo menos desse algum poder de ‘barganha’ às lutadoras subjugadas.
Não rolou, a luta foi sem graça e, apesar do final clássico em que um lutador consegue uma vitória por pinfall enquanto o outro quase consegue por submissão, não foi o suficiente para fazer valer esse chato experimento.
Alexa vai agora para a semifinal, enquanto Charlotte acumula mais essa derrota.
FEIO
O vilão explica o plano
Voltando ao primeiro segmento do show: John Cena abre os trabalhos no Smackdown e, com microfone em mãos, explicou todo o seu maligno plano para chegar ao décimo sétimo título assim como faria um bom supervilão de quadrinhos.
Infelizmente para o intérprete do Pacificador, ele foi eternamente amaldiçoado a partir deste momento, pois todos sabem que no momento da revelação do plano, a menos que você seja o Ozymandias e já tenha explodido o polvo na avenida, alguém vai jogar areia nas suas ideias.
E o pior que a explicação até faz sentido, mas parece muito mais uma desculpa esfarrapada para a enjambração envolvendo The Rock e toda essa história do heel turn.
O verdadeiro STF
Ron Killings agora dirige o corpo de R-Truth, domando braços e pernas para a violência máxima que advém do coração daquele rapper que odeia aranhas. Contudo, nem mente nem máquina entendem muito bem como funciona um STF, que neste caso é a chave antiquíssima, não o Superior Tribunal Federal.
De qualquer maneira, o ex-campeão da NWA não conseguiu dominar de maneira precisa os meandros da pressão e força que envolvem a arte sutil da dor, o que mostra que aprendeu totalmente com seu mestre John Cena, que por muitas vezes defecou em cima de tal movimento técnico.
Para o recém retornado lutador resta a realidade de que seu caminho para se tornar um maestro ainda será árduo e que, se ele quiser vencer John Cena no combate de llaves de 30 minutos na próxima sexta-feira, precisará encarnar seu Xelhua interior.
Enquanto isso não rola, a gente espera o próximo texto.