Outro dia eu estava voltando do trabalho como Cameraman em uma grande corporação – beijo, patrão! – e percebi uma coisa que, como coisa, é perceptível em si: Eu sou pisável, eu sou a base.
O que isso quer dizer? Quer dizer que, como visão para o que foi escrito sobre luta livre nos últimos anos e o que será produzido daqui para frente, existe um apoio, como em um poetry in motion, pétreo e moço: eu.
É muito difícil entender isso, então talvez eu precise explicar melhor:
Imagine uma luta de escadas, eu sou a escada. Imagine uma steel cage, eu sou os buraquinhos. Imagine uma bra and panties on a pole match, eu sou o Taz anunciando a luta e dando a emoção necessária para que a criatura mulher possa, com toda sua feminilidade da mulher feminina, performar a idiossincrasia de seu pensamento.
Não obstante, é mister pensar primeiramente que não falo de uma posição de orgulho, mas sim de prostração. O caminho do homem justo está cercado por todos os lados pela iniquidade dos egoístas e pela tirania dos maus.
Quando cheguei em casa e desci de minha scooter, vento soprando na pele de meu crânio cansado entre as sombras profundas dos bueiros e os olhos ferozes de tantos detratores querendo me martelar, estava em êxtase.
Precisei escrever este texto para lhes dar a oportunidade de me dizer obrigado por, tal qual o jogador Neymar, abrir as portas do mercado internacional para vocês e entregar finalmente a caneta ao neandertal.
Os sonacirema parecem muito com a gente, mas eu sei que vocês não entenderiam porque, provavelmente, não leram o texto. Nem precisa ir procurar no google, é difícil demais para você.
Veja uma luta do John Cena enquanto eu ganho dinheiro.
Preciso de um shampoo novo.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do WrestleBR