No último dia 15 de março, a Brazilian Wrestling Federation organizou o último grande evento esportivo com portões abertos do Brasil.
Lá, os torcedores puderam ver também um dos maiores acontecimentos da história do esporte. Um privilégio para poucos, mas que será inesquecível para todos.
15 de março, S.E.R Vila Maria. 4 lutadores disputavam um combate de eliminação. Acce, Big Boy, Dínamo e Rurik Jr. se enfrentavam em busca de não só mais uma vitória no cartel, como também a chance de disputar uma luta pelo título Brasileiro.
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O braço forte de Big Boy não conseguiu resistir aos outros oponentes, assim como Dínamo também sucumbiu, e não se fez fênix, apenas foi andando para os vestiários. Sombraram Acce e Rurik.
O garoto de ouro da companhia e o vilão ideal para a história. O fim do combate mostrava o mais clássico dos roteiros da Luta-Livre. A torcida empurra o mocinho, enquanto o vilão tenta usar dos seus truques para vencer e acabar com a alegria da criançada.
Então, o mocinho conseguiu se salvar das armadilhas do vilão, colocou-se de pé e estava pronto para triunfar. Sim, mais do mesmo. Até que alguém teve a coragem de mudar o jogo de maneira jamais vista.
A ~ E M A N C I P A Ç Ã O ~ D E ~ R A P H A L U Q U E
Rapha Luque é um dos lutadores de maior sucesso com os fãs da BWF. Uma das revelações da geração de ouro da Luta-Livre, alegrava a torcida com seu carisma e sua coragem dentro dos ringues. Estreou em 2013, e teve como maior êxito ser o Campeão Internet.
Após um tempo, tornou-se parceiro de Acce, o menino de ouro da companhia. Juntos, RaphAcce, como eram chamados, foram Campeões de Duplas da BWF, sendo derrotados na última Noite dos Campeões, em fevereiro.
Acce teve uma carreira meteórica na maior do Brasil. Estreou no Anime Friends de 2014 e logo se tornou o primeiro campeão dos Rookies, os novatos da companhia. Depois, se sagrou o Rei do Ringue. Aquele era o seu show.
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Pelo visto, o show era apenas de Acce. Enquanto Rapha trabalhava duro para a sobrevivência da dupla, o menino de ouro estourava nas paradas da companhia, sendo destaque em combates individuais e aumentando o seu destaque.
Até o último dia 15.
Quando o roteiro mostrava um final óbvio, Luque decidiu ousar e se colocar à frente do seu parceiro. Com uma cadeirada na cabeça, botou fim a ilusão de que juntos eles seriam mais fortes. Apenas Acce se fortalecia, Rapha era jogado de lado.
Uma cadeirada que não demonstra apenas o fim de uma dupla, como também a emancipação de um dos maiores lutadores da história da Luta-Livre brasileira. O grito de liberdade de Rapha Luque acertou em cheio a cabeça do seu ex-companheiro.
Negócios são negócios, e quando uma parceria só gera lucros para um lado, o que o outro pode fazer? Tudo o que foi feito pelo Superstar no dia 15 de março de 2020.
O dia da emancipação de Rapha Luque.
Gritem, chamem-o de vilão, mas coloquem-se em seu lugar. Mais tempo na companha e menos glória, enquanto o “golden boy” recolhe todo o seu ouro e não divide com o seu parceiro.
No site oficial da empresa, uma descrição de mais de dez linhas para Acce, enquanto Luque recebe apenas o básico do básico do básico. Se revoltar não é um ato de vilania, mas uma prova de coragem.
A partir de agora, temos uma nova era na Luta-Livre do Brasil. A Era do Superstar, Rapha Luque.