Contrariando uma das mais famosas músicas brasileiras e até mesmo as suas próprias despedidas, nós estamos sim prontos para dizer adeus a Gargano e O’Reilly.
Isso porque os dois serviram muito bem ao amarelo e preto do NXT. Cada um com sua bela história, sua despedida e seu futuro. Argumentos bem sólidos para refutar quem diz que o NXT de Triple H não deu certo.
Como negar o sucesso de Johnny Gargano? Seja pela sua trajetória na DIY com Tommaso Ciampa, ou em seu voo solo com inúmeras lutas consideradas por muitos as melhores daquele ano. Não é injusto com ninguém dizer que Gargano carregou o NXT nas costas, nem mesmo para a Undisputed Era de Kyle O’Reilly.
É inegável que a Undisputed Era foi o mais próximo do mesmo sucesso que Shield e New Day alcançaram na WWE. Com um detalhe, a trupe de Adam Cole, Bobby Fish e Kyle O’Reilly não precisou ir para o roster principal para brilhar. Sim, Roderick Strong veio depois, e o trio encorpou ainda mais.
O adeus dos dois foi marcado por uma evidente diferença: a WWE sempre controlará a narrativa. A situação deles era a mesmíssima, pois o show de ontem seria o último deles pelo NXT. Mas o que sabíamos, segundo o Fightful Select, era que um deles sairia de vez, enquanto o outro tiraria umas férias caso renovasse.
Ficou fácil saber quem é quem.
Para O’Reilly, o adeus à francesa
Não considero que a WWE tenha enterrado Kyle O’Reilly em sua saída, mas não dá para negar que ela nem mesmo tratou isso como uma despedida.
Sua luta na jaula contra Von Wagner não teve estipulação de que quem perdesse sairia da empresa, nada disso. Foi uma derrota simples que sequer encerraria uma história na forma que a WWE conta suas rivalidades.
Dá para dizer até que a escolha de uma steel cage match tenha sido um afago da empresa, uma forma de deixar que O’Riley saia com um simbolismo que ele pode chamar de seu. Não antes de apanhar e deixar o adversário por cima, é claro.
Para Gargano, os quitutes e honrarias
Johnny Gargano teve o retorno de Rebel Heart, um WarGames pra chamar de seu e um fim de NXT inteiro com quanto tempo fosse preciso para dizer suas últimas palavras. A última vez que o NXT tinha ultrapassado o tempo limite do programa foi em Maio.
Quando vi que isso tudo lhe foi concedido, eu só tinha uma certeza em mente: Johnny Gargano ficará na WWE. Isso não é uma apuração, mas apenas por conhecer a forma que a WWE controla seus arredores, é impossível que ela permita sua saída com tamanha festa.
Adam Cole foi um dos pilares do programa, e sua despedida também foi praticamente silenciosa. Perdeu sua luta contra o mesmo KOR e foi embora para a AEW. Sem nenhuma menção, sem nenhuma homenagem espalhafatosa.
Essa foto me inspirou a escrever o texto, pois simboliza exatamente essa narrativa. O’Reilly observando, no seu canto, as honrarias de Gargano. Há qualquer problema nisso aqui? Só se você for um chato.
Mas o que o destino reserva para Gargano e O’Reilly?
Pode ser que daqui a algumas horas Kyle O’Reilly esteja no show da AEW, se reunindo com seus ex-colegas de Undisputed Era. Será que eles teriam a audácia de chamar a facção de Undisputed Elite? Bom, o acaso mais uma vez perto de Adam Cole permite que isso seja possível, pela coincidência das iniciais.
Seria o destino mais provável dele, e traria uma bela história para a All Elite. Não se preocupem com o tamanho do elenco da AEW, por enquanto.
Já para Johnny Gargano, o destino dele pode ser a Royal Rumble 2022. Seria o momento mais adequado para que ele voltasse, não fosse por um belo detalhe. Como o próprio disse no NXT, em fevereiro ele começa o papel mais importante da sua vida, pois ele será pai junto com Candice LeRae.
Eles esperam o bebê para fevereiro, mas como o Royal Rumble é no dia 29 de janeiro, isso colocaria um pouco em risco que o seu retorno fosse para a tradicional luta de 30 homens. A WWE faria ele aparecer para logo em seguida o colocar em licença paternidade? Muito improvável.
De qualquer forma, o wrestling sorri e agradece por tudo que O’Reilly e Gargano prestaram até agora. E pelo visto, tem muito mais ainda por vir.
Obrigado!
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