Jon Moxley é o nome mais quente da Luta Livre no momento. Desde a sua saída da WWE, muitas especulações surgiram. Desde aposentadoria até um retorno à empresa com o seu antigo nome, mas um novo personagem.
O futuro do lutador veio à tona no último sábado, quando apareceu no encerramento do primeiro evento da All Elite Wrestling, o Double or Nothing.
O impacto causado pela chegada de Mox na AEW, no entanto, não parou por aí.
Na manhã desta quarta-feira (29), foi divulgado o podcast ‘Talk is Jericho’, comandado por Chris Jericho e que teve o lutador como convidado. Nele, além de falar sobre a estreia na AEW, Mox falou sobre sua saída da WWE, fazendo revelações surpreendentes.
O retorno de lesão, a Shield e o pedido de demissão
De acordo com suas declarações, durante o seu tempo de recuperação, Moxley se sentia animado com a Luta Livre em geral, menos com a empresa na qual trabalhava. Isso fez com que ele decidisse não renovar seu contrato, buscando novas oportunidades fora da gigante do ramo.
No entanto, ele ainda tinha tempo de contrato, e seu retorno deveria ser com um novo personagem. Mox chegou a sugerir algumas alterações no roteiro, que foram descartadas por Vince McMahon.
A sua volta aos ringues – que deveria ser como vilão – foi próxima ao WWE Super ShowDown de 2018, que aconteceu na Austrália. Por razões contratuais, a Shield deveria lutar no evento, fazendo com que os planos para o seu retorno fossem anulados, algo que deixou Moxley desconfortável.
A virada no seu personagem, no entanto, veio semanas depois. No entanto, novos problemas como roteiro surgiram, principalmente após uma edição do RAW em Milwaukee, onde ele fez uma promo onde tomava uma injeção. Vince e sua equipe acreditavam que isso poderia gerar vaias da plateia, ajudando o personagem do lutador.
Entretanto, além de gerar uma reação negativa da crowd, que não gostou do segmento, ainda fez Jon Moxley pensar em pedir demissão naquele show.
A conversa com Vince e Triple H, porém, veio tempos depois. Para não atrapalhar a turnê européia da empresa, Jon Moxley decidiu se demitir antes que as divulgações começassem. Sua esposa, Reneé Young, também trabalha na empresa, e por isso ele não queria causar problemas.
Após o pedido de demissão e o comunicado da WWE, veio a interação com Nia Jax no RAW. Essa foi a resposta de Vince e Triple ao pedido de Ambrose. Até o final do seu contrato com a empresa, ele participou fazendo o papel de jobber para outros lutadores, até a sua luta final, no ‘Shield’s Final Chapter’.
O último capítulo de Mox com a WWE foi exibido para a sua Network, e parecia mostrar um agradecimento da empresa aos serviços prestados pelo lutador. No entanto, ele declarou que recebeu apenas 500 dólares pela participação no evento. Levando em consideração os salários pagos para outros lutadores, é um valor ínfimo para uma despedida que, economicamente, foi muito rentável para a empresa.
Nova geração de lutadores mostra que tratamento da WWE não é mais aceitável
A década de 2010 marcou um novo momento dentro da WWE. Acompanhando as tendências do mundo da Luta Livre, a empresa apostou em lutadores com incríveis habilidades dentro do ringue, que geralmente vêm de promoções independentes, onde já possuem ao menos o reconhecimento do público.
Hoje, grande parte do elenco principal da empresa é formada pelos chamados indie guys.
Porém, o pensamento em relação à Luta Livre é o que parece diferenciar esses lutadores. O caso mais emblemático é o de CM Punk, que decidiu se demitir e abandonar o wrestling no auge da sua carreira, por não se sentir mais contente em fazer parte daquilo. Para isso, pesou o tratamento dado por Triple H, Vince McMahon e sua equipe de roteiristas.
Mas, Phil Brooks não é o único caso. Esses aumentaram substancialmente depois de 2017, com o pedido de demissão feito por PAC (Neville) que foi negado, deixando o lutador fora dos ringues por um ano. E os pedidos de demissão não pararam por aí.
Hoje, Luke Harper e Sasha Banks são dois exemplos de como a WWE pode ter uma relação tóxica com os seus lutadores, onde seu direito de fazer o que gosta em outra empresa do ramo é negado, mas também não há valorização por parte de Vince e sua equipe.
Luta Livre é um esporte, como muitos outros. Além disso, é uma forma de expressão artística. Como disse há um mês, para quem gosta do que faz, estar na empresa que ajudou a formar sua paixão pela profissão pode ser o emprego dos sonhos. A forma de tratamento, no entanto, pode transformar isso em um pesadelo.
Jon Moxley declarou que, se fosse possível, construiria uma nova Luta Livre, onde a WWE não estivesse presente, ou seja, não existisse. Isso mostra que há algo de errado na empresa, sobretudo em relação ao tratamento dos lutadores, que são o que fazem o wrestling sobreviver.
Para eles, wrestling é real.
Fonte de apoio: WWE RS