Cadê o MJF?

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Já se fazem 11 anos da Pipebomb produzida por CM Punk. E acredito que a melhor maneira de constatar o legado deixado por essa promo é falar sobre a mais recente, e talvez a melhor promo inspirada nela, realizada por MJF no último dia 1 de junho.

Será que é possível avaliar o impacto deixado pela promo 1 mês depois de sua transmissão? E quais seriam os próximos caminhos dessa história?

UMA ESTRELA ASCENDE

Os tópicos usuais de uma promo do MJF foram entregues com uma indignação notável e tiveram um peso de verdade a mais. Maxwell afirmou que todos os favoritos do público são não treinados que buscam star ratings, falou que o Tony Khan não quer pagar o que ele merece pra dar dinheiro a todos os ex-WWE que ele continua trazendo, e finalmente pediu pra seu chefe o demitir, chamando-o de “f*cking mark”.

Independente do conteúdo, a entrega e a paixão que esse momento teve só prova o nível em que MJF está, e onde ele ainda pode chegar. Em alguns momentos, ele genuinamente lembrou Ric Flair, sendo esse o nível possível de seu talento.

Para Tony Khan, talvez apresentar essa história no seu programa, mesmo que envolva um lutador lavando roupa suja “real” ao vivo, seja o suficiente para manter MJF feliz dentro da sua empresa, e ainda por cima gerando audiência e repercussão.

OS POSSÍVEIS IMPACTOS

Em termos de impacto, parece injusto comparar as obras de MJF e Punk. O cenário de hoje do wrestling internacional está tão mais caótico e imprevisível que as palavras proferidas por Friedman, ainda que tenham incendiado os fãs de lutinha, parecem só mais um dos acontecimentos loucos e inimagináveis que a luta livre vem nos proporcionando nos últimos anos no presente momento.

No entanto, dependendo dos momentos que vierem depois nessa saga, o legado desse ponto inicial pode se tornar muito maior.

Em termos de críticas, o primeiro ponto que com certeza é mais pessoal. Sinto que um dos maiores méritos de Maxwell é utilizar seu talento e se comprometer 100% a ser um verdadeiro heel, fazendo os públicos firmemente o vaiar, e ter até pessoas na internet se divertirem o odiando. Não há tentativas de ser um vilão descolado, com uma música bombástica e vários bordões repetidos pelo público.

E durante a promo em questão, o objetivo de falar sobre assuntos da vida real e criticar a empresa, mantendo o público contra ele, foi atingido na maior parte do tempo. Mas no final, a menção aos ex-WWE chegando em massa fez com que o público o apoiasse. Na minha opinião, o valor do MJF como heel é algo que não deveria ser desperdiçado ainda. Seguir o caminho do anti-herói lutando contra o sistema não é horrível, mas como ficou evidente na própria promo, talvez seria possível contar uma versão dessa história mantendo seu alinhamento atual.

Apontar os defeitos da empresa não é algo positivo

E o segundo ponto talvez seja mais objetivo, se possível. Apontar os defeitos verdadeiros da empresa ao vivo não é algo positivo. A reação positiva que MJF conseguiu veio ao fazer isso, mas colocar a empresa como vilã a partir de questões reais não é uma manobra de negócios esperta. Na obra de inspiração já mencionada, CM Punk apontou alguns dos males causados a ele pelo império bilionário dos McMahon e seus associados.

Veja também: MJF quer seguir carreira de ator em Hollywood

Mas a diferença é que a WWE naquela época já era vista como vilã da vida real por muitos fãs, o que era expresso pela rejeição da figura que a representava por metade da audiência, John Cena. Mas a AEW ainda inspira muito carinho e boa vontade na maior parte de seus fãs. E, por um lado, me parece suspeito arriscar esse status em uma história envolvendo alguém que ainda pode ir embora daqui a 2 anos.

O desenrolar dessa saga sem dúvida vai ser uma das coisas mais intrigantes de assistir nos próximos meses. E o que você acha, quais os próximos passos de MJF?

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