Comecei a assistir STARDOM e acho que você também deveria

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Estava muito difícil, pra mim, assistir luta-livre.

Mesmo interagindo com várias pessoas que gostam, acompanhando pelo Twitter, faltava a vontade de abrir um link e ficar parado, em frente a uma tela, assistindo um combate por inteiro.

Tanto é que, depois da WrestleMania, não vi absolutamente nada.

Até que, quase 70 dias depois, essa vontade reacendeu dentro de mim.

É sério. Se eu contar o número de lutas que assisti nos últimos dias, ultrapassa tudo que eu acompanhei nos últimos 6, 7 meses. Talvez, no último ano.

Tudo isso, porque resolvi me unir a alguns amigos e assistir STARDOM.

Bem, se você não conhece, deixa eu te fazer uma introdução bem básica:

Créditos: STARDOM

A World Wonder Ring Stardom, ou simplesmente STARDOM, é uma empresa de luta-livre feminina do Japão, que existe há mais ou menos uns 10 anos.

Ou, como a galera gosta de chamar, é uma federação de joshi-puroresu.

A primeira vez que eu vi, no Brasil, alguém comentando um show com detalhes, foi justamente com es maiores especialistas do assunto no país: es membres do podcast ‘Elas que Lutem’.

Foi a primeira vez em que es ouvi, e logo sobre um assunto tão diferente aos meus ouvidos que eu não entendi uma palavra sequer.

Mas, a forma que es membres do ‘Elas’ abordaram cada trecho do show me encantou de um jeito que, pra mim, era inevitável começar a acompanhar.

No podcast, foi falado outras vezes sobre a companhia, mas para mim, esse episódio é um marco na produção de conteúdo nacional. Se você quiser ouvir, é só dar o play aqui embaixo.

Mas eu não comecei a assistir STARDOM aí

Na realidade, demorou muito até eu começar a acompanhar, mesmo participando de rodinhas em que os shows da empresa eram o assunto principal.

“Ah luta entre x e y foi muito boa”; “O torneio z vai ser muito bom”. Era um prato cheio de expectativas que eu, durante muito tempo, não experimentei.

Outros amigos, inclusive, foram introduzidos nesse mundo, gostaram e não saíram mais. E eu lá, só ouvindo.

Até que, há poucos dias, eu decidi dar play em algumas lutas pra passar o tempo. Mal sabia eu que era só isso que eu precisava.

Eu comecei a assistir STARDOM. E aí?

Eu vou ser bem sincero: eu não entendo nada de STARDOM.

Na realidade, eu entendo o mínimo de luta-livre, mas isso é o suficiente para vir aqui e, por saber escrever um texto coerente, contar uma história.

E o que eu quero contar é, justamente, minhas impressões sobre a federação comandada por Rossy Ogawa.

E como são poucas pessoas que falam tanto sobre a empresa, quanto sobre o joshi, no Brasil, acho que é legal dar uma visão leiga, porque posso dizer o que me encanta sem o menor compromisso técnico.

Inclusive, é o que vou fazer agora.

Por que eu gostei tanto de assistir STARDOM?

Como um bom leigo, sem nenhum medo de errar, vou dizer alguns (poucos) motivos de porque os shows são legais e você deveria assistir.

Vamo lá.

A porradaria é sincera

Você, que gosta de uma lutinha com aquela porradaria gostosa, sem compromisso de ter um amanhã, só pelo prazer da trocação sincera.

A STARDOM tem isso. E tem isso sem miserinha, viu?

Você não acha isso só na luta-livre masculina, só no sr. Kaze Ni Nare, no WALTER ou outros que a galera gosta de ver porrando Deus e o mundo.

Nessa semana, vi um exemplo bom disso: Syuri, campeã máxima da empresa, enfrentando Risa Sera, uma freelancer que gosta de uma deathmatch.

O resultado: 15 minutos dessa brincadeira. E bate,daqui, bate de lá, e bambuzada na cara, e invasão, e tudo que tem de bom nesse mundo da luta-livre.

Mas nem só de porradaria vive o ser humano. Até porque, desde a invenção da linguagem, todo momento da nossa existência é a história sendo escrita.

E elas fazem isso de um jeito, de um jeito…

A história é contada, muitas vezes, sem palavras

Créditos: STARDOM

A luta que todo mundo tá falando aí agora, que a KAIRI, ex-Kairi Sane da WWE, pra quem não reconheceu, desceu o marmelo numa novata (Miyu Amasaki).

Toda a luta foi uma história muito bem contada.

Desde a KAIRI, a filha mais velha, que foi educada pela vó – ou pela Nanae Takahashi – que volta de intercâmbio e quer ensinar tudo que aprendeu pras irmãs mais novas.

Mas na luta-livre, o aprendizado é na porrada e não adianta chorar.

Até a Utami Hayashishita, que mesmo nova, tem a responsabilidade de proteger uma aprendiz, mas pouco consegue diante de uma dupla sanguinária e implacável.

E a Cosmic Angel Tam Nakano, doce até que se prove o contrário, mas que aprende a ser cruel com a Kairi, e mistura a admiração com o desejo de ser maior que a ex-WWE e vencê-la em um grande palco.

E, claro, a Miyu, que foi levada até o limite pelas adversárias, tentava a todo custo resistir, mas, depois de tanta saraivada, chorou para KAIRI, porque sentia dor.

O que a nossa Denzel Washington em ‘Dia de Treinamento’ do joshi respondeu? Isso mesmo:

O PRO-WRESTLING DÓI.

Arte. Arte. E Arte. 

Tem muita parada boa

E não tem jeito: isso você só vê fora do circuito das big leagues.

É possível você assistir 6, 7 lutas acima da média. Acima da média mesmo, coisa de 4 ½ estrelas.

Pena que nosso Big ol’ Dave Meltzer não gosta muito de assistir mulheres em um ringue se elas não se chamam Manami Toyota ou Utami Hayashishita.

Mas, é certeza que, ao assistir um dos eventos principais, você vai se impressionar, tanto com a habilidade das lutadoras, quanto com a plasticidade dos combates.

Vale lembrar que grande parte das lutadoras nem bateu os 30 anos de idade, o que me deixa muito assustado.

Que continue assim por muito tempo porque eu quero é luta boa.

Tá, e tu que começou a ver STARDOM, quem tu acha maneira pra acompanhar?

Saya Kamitani e MIRAI são muito boas! – Foto: syasinya3.com/Stardom

Pô, eu gostei muito da AZM, que se fala AZUMI, e da Natsupoi. Acho ótimas lutadoras, por mais que eu não goste de ver a Poi voando da terceira corda às vezes.

Tem a Saya Kamitani também, que é brabíssima e atual Wonder of Stardom Champion. De todas as lutas que eu acompanhei dela, nenhuma foi menos de 4 estrelas (acompanhei poucas).

Tem a MIRAI também, a Giulia, a Momo Watanabe, a THEKLA (que eu particularmente sou fã), a Himeka, a Starlight Kid.

E também tem as famosinhas do mundo ocidental, como a Utami Hayashishita, a Syuri (atual World of Stardom Champion) e a própria KAIRI.

Tem mais gente, mas essas a gente descobre juntes.

Espero poder entender mais pra falar mais sobre, em breve.

Voltaremos com mais opiniões.

Aqui, mais alguns materiais em português pra você acompanhar:

https://medium.com/@dreamslam/as-5-melhores-lutas-do-stardom-5-star-grand-prix-2021-1ffa1470c69

Elas que Lutem [PODCAST]: episódios #24, #27 e #29

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