Nostalgia barata

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Geração Orkut

Eu aprendi a escrever dentro do Orkut. É possível que você já tenha ouvido algum outro idiota falar sobre a geração do Orkut atrelada a luta livre no Brasil. Caso tenha prestado atenção – porque eu não recomendo- você observou o olhar quase extasiado dessa pessoa ao contar sobre as comunidades, os quadros, os tópicos e as lutas fakes que ela fez com outros descerebrados que, muito provavelmente, moram a quilômetros de distância.

A verdade é que foi lá que eu aprendi a ser eu. Não só o Mosca, com sua personalidade careca e idiota como a pessoa que o inspira, mas todas as outras pessoas que eu me tornei.

A luta livre formou uma geração de pessoas – ainda que a quantidade seja pequena – que pensou em escrever, produzir, editar e respirar Pro Wrestling em outras formas que não o PW em si.

Temos essa birosca aqui formada muito por causa disso. Canais no youtube, podcasts, canais da twitch, blogs, sites, fanzines, casamentos, várias coisas banais e incríveis que floresceram de um lugar criado por um turco egocêntrico que gostava de meter o próprio nome nas paradas.

Existem outras gerações? É muito provável e é bom que sim. Um dia elas vão falar aqui ou em outro lugar, contar como foi a sua própria era de ouro e você vai rir dessas pessoas junto comigo assim como vocês, neste momento, deveriam estar rindo de mim.

De qualquer forma, rindo de nervoso ou divertimento ou vergonha, é importante recordar e sorrir, porque às vezes foi lá também que alguns entenderam o que lhes fazia sorrir de verdade, encontraram quem lhes botava uma pitada de graça a mais no dia ou qual hábito manter para segurar a cabeça no lugar.

Eu odeio nostalgia e por isso não uso meu nome, minha cara e nem nada disso. É uma das partes boas de ser o mosca: ninguém liga quando eu faço papel de ridículo.

É que meu papai segura a vergonha com patinhas firmes. Eu só quero a lembrança de ser um adolescente imbecilmente feliz mesmo. Ainda bem que pelo menos eu cresci

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