O sonho de Tony Khan

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Eu ia falar que não é possível comprar uma ideia, mas no mundo tá fácil.

Acontece que a gente percebe – ou pelo menos fica mais fácil – quando a parada surge de uma tentativa de ser algo que não é.

Logo, quando Tony Khan compra uma ideia, por exemplo, a gente sabe que aquela ideia possivelmente está morta.

Mas eu não estou falando “só” da Ring of Honor num geral. Acredite, eu vou adorar ter o catálogo dessa safada na minha TV.

A parada é que o German Khan quer parecer descolado e isso cheira a merda há um quilômetro de distância.

BULLSHIT

É difícil “capturar um raio em uma garrafa”, mas você sem dúvida pode comprar um e colocar na entrada do seu show.

Da mesma maneira você pode não ser o cara legal do Hammerstein Ballroom, mas ter o seu Daily’s Place pra chamar de seu.

E esse é o sonho de Tony Khan. Ele quer tanto ser a contra cultura que não importa ser uma opção.

Ele quer ser a opção renegada. E funciona, vai dizer que não? Os fãs adoram isso, as pessoas defendem ele.

De nenhuma forma eu vou dizer que ele está sendo burro, muito menos quem segue – bom, talvez eu te ache um idiota, mas não quer dizer que você seja.

A merda está na intenção, o que quer dizer pouco ou nada. Mas sejamos francos que o Tony Khan está morrendo de vontade de ser a ECW.

CONTRACULTURA

“Fuck the Fed” era o que nosso amigo loirinho dizia com um charuto na boca.

“I now OWN WCW” é o que um outro amiguinho nosso, mais grisalho, falava na televisão há alguns bons anos atrás.

Tudo isso vem de um lugar onde a posse de um conceito é a vitória sobre ele. Alguns anos depois vem a revitalização.

Tony Khan durante o anúncio da compra da ROH. Foto: AEW

Apesar de Tony Khan não ter parceria com a ROH, é óbvio que ele vai explorar essa compra ao máximo.

Porque é a única chance que ele vai ter de ser descolado por enquanto.

Quando eles dizem que querem ser uma opção à WWE, as palavras querem significar algo e significam outra coisa.

É igual ao Black and Gold: a vontade de ser contra cultura dentro de um sistema que não lhe permite.

Acaba virando uma paródia de si mesmo ou, pior ainda, se torna a brand ECW, recanto favorito das Storylines esquecidas.

Para ser franco, gosto muito de falar em “cultura”, mas as vezes ignoro todos os significados que essa palavra pode ter.

Acontece que o sentido que busco para isso é a perpetuação de um folclore, de uma substância além da máquina de dinheiro.

MONEY… IT’S A CRIME

A ECW era uma empresa que buscava lucro, lógico, e infelizmente não conseguiu. Entretanto eles tinham uma identidade que surgiu de uma maneira natural.

A AEW, no sonho de seu dono, pode se tornar algo parecido, com produtos comprados sob medida, como um cosplay de um menino rico.

No final das contas ele não é muito diferente de um Shane McMahon, incluindo o dinheiro do pai.

E só para deixar claro, mais uma vez, já que espectadores – e às vezes lutadores – não entendem coisas simples: Ele não tá errado de fazer isso não, vagabundo compra a ideia pra caralho.

É muito gostoso ser outsider quando você não tem nada a perder e é essa a situação. Não há risco, não há mudança na indústria.

Existe somente o sonho de uma criança rica, o delírio de um riquinho rico.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do WrestleBR. Mas o mosca tem um ponto.

1 comentário em “O sonho de Tony Khan”

  1. Cara… é um menino rico que está querendo realizar seus sonhos, de ter uma empresa de luta-livre puro-sangue, com o mínimo de entretenimento esportivo e o máximo de esporte, admirado por fãs que adoram a sensação de “pro wrestling de primeira” que ele está fornecendo. Se Khan está ganhando dinheiro com isso, melhor: a droga vai durar mais tempo – e os fãs xiitas vão adorar consumi-la.

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