Então você quer saber o que rolou de melhor e pior no WWE NXT? Bem-vindo ao Bom, Mau e Feio, onde elencamos os melhores, piores e absurdos pontos deste semanal da WWE. A edição analisada hoje é a do dia 03 de junho de 2025.
BOM
Três é demais! Quatro então…
O WWE NXT dessa semana teve a felicidade de contar com uma porrada de boas lutas, principalmente o combate de trios e o combate de quartetos.
O combate de trios foi entre Chase U e Darkstate, luta que aconteceu só porque os novos membros da escola dos loucos, Kale Dixon e Uriah Connors, foram até a Ava The Rock Johnson pedir uma luta para provar seu comprometimento.
Se comprometeram, mas perderam. De qualquer forma o enredo da luta se beneficiou muito da fisicalidade que todos ali possuíam, apesar de, e isso infelizmente é um problema quando se trata de lutadores novatos, todos ali serem meio intercambiáveis e eu não conseguir diferenciar quem é um e outro sem precisar olhar os nomes.
De qualquer maneira, eu lembrando deles ou não, mantem-se a qualidade desse embate de trios para o nível que se espera das novas estrelas do NXT.
Já a luta de quartetos foi entre Je’von Evans, Laredo Kid, Sean Legacy e Dragon Lee, que volta ao NXT para ajudar seus amigos na luta contra o campeão Norte Americano Ethan Page e a stable conhecida como Vanity Project, uma versão atual do que anteriormente era a Mean Street Posse.
A VP — não confundir com Vitor Pereira — faz parte da leva de lutadores do Evolve, similar ao desafiante pelo título North American Sean Legacy.
O problema é o mesmo, mas a gente fala disso mais tarde, nos atentaremos à qualidade por hora; isso sobrou na luta.
Ethan Page, pelo lado dos heels, faz um trabalho que não cansa de me impressionar, uma vez que ele sempre foi um bom lutador, mas nunca foi visto como alguém de primeira prateleira dentro do cenário independente. Seu sucesso na WWE, por conseguinte, é uma grata surpresa. Inclusive, é em lutas assim que ele mostra saber muito bem se portar em combates para TV, sendo visceral nos cortes de sequência para, logo em seguida, voltar àquela postura de quem está no controle, por cima da carne seca.
Acredito que, por características assim, colocá-lo em parceria com a Vanity Project pode ser uma ótima ideia. Ele é um lutador que casa bem com a ideia de ter uma Stable a tira colo e eles conseguiriam evoluir esses personagens e, assim seria de se esperar, caminhar também na construção de seus traços individuais.
Não sabemos o que o futuro guarda, portanto aguardemos.
Já no lado dos faces, o que foi dito da Vanity vale para Sean Legacy. Inclusive, é bom salientar que todos esses lutadores demonstram características muito bem-vindas na postura de ringue: um bom timing, noção de espaço, noção de impacto e um registro competente dos golpes; ainda assim, não deixam de ser pedras muito brutas.
Tirando os novatos, Je’von Evans, que curiosamente parece um veterano no meio desse pessoal, já é um lutador muito mais maduro e consolidado dentro do NXT. No tablado, o ex-campeão mundial da DPW é um esculacho de se ver, trazendo personalidade a cada movimento, coisa que parece fácil quando é natural, mas que qualquer um que pisar num ringue verá que é muito difícil não parecer uma jamanta pouco motivada. Je’von é uma jamanta motivadíssima!
Para terminar, Laredo Kid e Dragon Lee.
Começando pelo membro da LWO: já falei aqui que o jeito que a WWE trata o DL é um esculacho e um desperdício da qualidade que esse homem tem. No NXT ele está no único lugar no qual ele foi valorizado dentro desta empresa. Quando pisa no main roster, a história muda de figura e tudo vira uma desgraça. Pelo menos nas noites de terça-feira então ele pode jogar mais solto e brincar com os lutadores novatos. E, menino… ele brincou.
Quem brincou muito também foi Laredo Kid, lutador da AAA que participará do World’s Collide. Acredito que para quem não assiste TNA — ele está sempre lá — ou AAA, essa luta foi uma boa amostra do que esperar dele.
Caso queira saber mais, falamos sobre ele no último Bar e Lanches, onde analisamos o DPW Title Fight in Vegas. Ouça lá.
No fim das contas, a vitória foi para os bonzinhos, encaminhando a treta para o próximo sábado, no World’s Collide.
Menção honrosa para Mr Iguana, Octagon Jr e Aerostar, que estavam no público vendo essa luta de perto, já que serão oponentes do Dragon Lee no supracitado crossover.
Glamurosa, rainha do funk
Ela chegou! Mariah May agora faz parte do WWE NXT, apesar de não sabermos se esse vai ser realmente seu nome.
A WWE repetiu com ela a fórmula que foi utilizada ao trazer Ricky Starks, agora Ricky Saints, para a empresa de Stamford: eles não falam o nome do lutador, acontece uma rápida promo do atleta e eles divulgam aquilo usando somente o apelido.
No caso da MM, usaram os termos do saudoso MC Marcinho. Mariah May e MC Marcinho, M&Ms!
De qualquer forma, acredito que pode se esperar muita coisa de Mariah na WWE. As recentes contratações como Jordynne, Giulia, Stephanie e Zaria tem recebido, algumas para mais e outras para menos, um destaque merecido dentro da programação e se não passaram por títulos, estão sempre a rodear as rotas do ouro.
E a mulher infernal é nada mais que o próprio ouro então assim… Main Event da Wrestlemania 42? Pode esperar, sua hora vai chegar
Mentira, vão botar alguma luta do Punk.
MAU
Desliguem os microfones…
Por mais que a estreia de Mariah May tenha sido fantástica só pela existência da louraça Belzebu, provocante, louraça Lúcifer, gostosona, que segmento DE MERDA.
Já bem diziam no MDM: se bem executado poderia dar certo.
Não foi bem executado. As lutadoras vieram desafiar Jacy Jane uma atrás da outra atrás da outra atrás da outra e nenhuma das falas teve impacto nenhum. No futuro, se alguém for falar dessa desgraçada fatia do show, será somente para citar Mariah May.
AJ Francis
Infelizmente Deus nos abandonou e como uma das pragas do apocalipse deixou AJ Francis como um lutador de luta livre.
O main event do último WWE NXT foi um combate entre Mike Santana e Trick Williams pelo título da TNA. Foi uma luta bacana, houve interação do campeão com Elijah e sua guitarra, a luta rolou bem protocolar.
E eu realmente achei que esse já seria o fim da jornada de Trick como campeão. Ledo engano.
Alguém achou de bom tom parear o ex-campeão do NXT com o a definição do pecado no Pro Wrestling, a quina na qual seu dedo se estoura, o primeiro mofo verde no seu pacote de pão Pullman, a crosta amarela naquele requeijão que você esqueceu que tinha na geladeira, AJ Francis.
Na hora do show eu e Chavas estávamos gravando o Bar e Lanches e olha, essa notícia foi tão bem recebida quanto uma coletiva de imprensa do Augusto Melo.
Trick reteve o título e eu desenvolvi uma úlcera. Está feliz, Shawn Michaels??
FEIO
A base vem fraca
Vamos falar de um problema que pode acontecer dentro da WWE.
Volta e meia eu e o Joker, o palhaço da morte, falamos sobre lutadores em desenvolvimento, comparando cenários como Estados Unidos, México, Japão, só pelo papo mesmo.
Recentemente a gente entrou num papo sobre o problema das bases dos lutadores que saem do Performance Center e ontem tivemos uma amostra disso durante a luta de quartetos.
Durante um dos saltos de Laredo Kid para fora do ringue, um dos membros da Vanity Project estava claramente fora do lugar devido para apoiar Laredo, o que causou uma queda estranha e um momento incomodo.
Vale salientar que,apesar desses meninos terem treinamento prévio à WWE, seu tempo no Wrestling é muito curto, o que permitiria, em tese, a correção de certos vícios dentro da conduta no ringue.
Logicamente não é certo sentar a jararaca no menino, já que claramente é um lutador jovem. Contudo, não é a primeira vez que vemos atletas que passaram pelo PC fazendo uma merda dessas.
LA Knight e AJ Francis são figuras que recentemente também demonstraram problemas parecidos, o que me leva a trazer o questionamento do quanto a WWE prioriza algumas características da luta em detrimento das outras.
Enquanto seus lutadores passam a ter, cada vez mais, a capacidade de executar certos golpes complexos dentro do ringue, parece que alguns outros preceitos como a base ou sobre como conduzir uma luta vão se perdendo entre as frestas do ensinamento.
A própria questão dos lutadores genéricos é algo que se pode apontar como um sintoma. E não digo nem desses novatos: basta ver alguns lutadores já mais consolidados como é o caso do Myles Borne ou Ashante Adonis ou Fallon Henley, pessoas que tem participação maior em certos programas, não apresentam nada de diferente dentro do ringue, ficando limitados a servir de comparação com estrelas do passado ao invés de criarem um jeito próprio de lutar, mesmo que este seja derivado de outras estrelas.
Derivado, não cópia.
De qualquer forma, as vezes parece que a base vem fraca, bem fraca.