WWE NXT – 10/06/2025: Bom, Mau e Feio

Então você quer saber o que rolou de melhor e pior no WWE NXT? Bem-vindo ao Bom, Mau e Feio, onde elencamos os melhores, piores e absurdos pontos deste semanal da WWE. A edição analisada hoje é a do dia 10 de junho de 2025.

BOM

Blake Monroe

Achei um nome merda, mas não acho que a apresentação como um todo tenha sido ruim. Ademais, em um NXT que não me brilhou muito aos olhos, ficar sendo muito crica não fará bem a este texto.

A nova roupagem de Mariah May é de uma estrela de sitcom vintage, como se fosse a feiticeira — aquela do seriado, não a do H— ou “Jeannie é um gênio”, coisas que passavam no canal 21 quando eu era criança e que eu assistia com meus avós depois do jornal da Gazeta.

Enfim, acredito que essa roupagem vá funcionar a princípio, uma vez que a faceta mais violenta da antiga Mariah May provavelmente será enterrada no deserto junto com capangas de cassinos.

Uma mudança de nome e uma nova roupagem dificilmente serão o suficiente para travar um talento tão forte quanto Mar..—desculpe, Blake Monroe.

Mais títulos

Muitas disputas de cinturão nos últimos dois dias. Depois de Gunther conseguir retomar seu título mundial dos Pesos Pesados no Raw, foi a vez de Jacy Jane, Oba Femi e Ethan Page defenderem seus respectivos cinturões no semanal da terça-feira.

Primeiro foi a vez de Ethan, campeão Norte Americano que, após defender seu título no último sábado contra Je’von Evans, Laredo Kid e Rey Fenix, veio até o NXT enfrentar Sean Legacy, o homem que era contender desde que Ricky Saints era campeão.

A luta não foi nada demais, se escorando totalmente na experiência de Page contra a imaturidade crua e atlética de Legacy. Funcionou bem, está longe de ser um combate ruim, mas dentre os três era o que menos conseguiu enganar que havia realmente algum risco.

Com Jacy Jane, campeã mundial feminina do NXT, contra Lainey Reid a coisa foi um pouco diferente. Logicamente, um fator que ajuda muito nesse suspense é o próprio show vender Jane como um azarão que esta ali mais por um acidente de percurso do que realmente merecimento. Isso gera interesse tanto na vilã, que precisa se provar como alguém digna, narrativa que funciona muito bem com esse título — haja visto o reinado que muita gente adora da Roxanne —, quanto na babyface Lainey que, novata como é, conseguiu desenrolar bem na promo pré-luta e, quando dentro do ringue, teve uma ofensiva convincente, mas brilhando mesmo é na qualidade que tem ao apanhar.

Coisas assim são uma ótima receita para trazer forma a um herói que você gostaria de ver ganhar. Não viu, mas pode ser um bom indicativo de um futuro instigante.

De qualquer maneira, o devir das coisas mais próximas ainda promete muito sabor, já que Ava, GM da brand terciária, apareceu depois da luta para informar a campeã que haverá quatro lutas individuais nas próximas semanas e que cada uma das vencedoras estará qualificada para uma Fatal 4 Way, saindo dessa a desafiante de Jane para o Evolution, PPV da empresa focado no roster feminino.

Nisso uma imagem muito legal e, diferente da semana passada, realmente impactante, se formou, com lutadoras aparecendo no meio da plateia e em volta do ringue para encarar a campeã. O senso de importância e urgência cresce, tudo isso pelo guarda-chuva da mais improvável das campeãs.

Por fim, fomos do improvável para o imparável. Oba Femi enfrentou Jasper Troy, vencedor do Reality show LFG, em um combate valendo o título mundial do NXT. Vale salientar que no começo do programa, Jasper desceu o cacete no campeão, dando-lhe um Chokeslam em cima de um capo de um carro — e eu nem sei de quem era o carro!

Isso já daria a tônica do que foi a luta: uma gigantesca colisão de massa muscular e ódio, um tipo específico de combate meio blockbuster que a WWE tem afinado nos últimos 10 anos, recheado de coisas quebrando no cenário, ringue explodindo e gente grande pra caralho se estampando no sopapo.

Nada melhor que um combate assim para sedimentar Troy como uma ameaça tangível e Oba Femi como um campeão que não pode ser vencido e não porque o público sabe que ele é “o cara da empresa”, mas pela suspensão de descrença de que esse brutamontes realmente não vai ser parado por NADA.

Saldo muito positivo nesse aspecto, porém sem nenhum campeão novo, o que vai ser usado de argumento para um dos próximos tópicos.

MAU

Top Flight

Eles apareceram de novo num segmento no backstages e somente a presença de AJ Francis já é motivo para me tirar do sério.

É, é só isso mesmo

Filler

Apesar das lutas de título e anúncios, esse episódio do NXT teve um cheirinho de filler pós episódio importante, onde, para que a gente dê uma acalmada, eles colocam combates que parecem ser importantes, mas são só para preencher aquela semana, acompanhados de outras lutas que você sabe que não valem nada.

Pelo menos as defesas foram legais, mas o que falar da grande história dos Soprinhos da WWE? Gente, dá um cotonete gigante para cada um dos membros dessa “família”, bota cada um em cima dum totem e deixa se arrebentar na ginga da cotonetada.

Do contrário, tirem essas pessoas da minha tela, feud chata do caralho.

Outra parada que é mais uma textura dentro do NXT atualmente do que realmente algo tangível é aquele grupo do Shawn Spears. Eles têm pinta de sinistro, venceram a dupla do Briggs e do Inamura, mas para onde vai esse povo? Uma incógnita.

Dentro desses combates que vão do nada para lugar nenhum, a única coisa que me interessa, e isso independe da luta dessa edição, porém tem relação com o potencial da atleta, é a luta da Lash Legend, que deu uma leve esmagada na Wren Sinclair, membra do grupo desmantelante No Quarter Catch Crew.

Inclusive, se olharmos com carinho, NXT tem muito grupo né? Parece uma sala de colégio.

Se funciona melhor para os bookers, geralmente não atrapalha. Como veremos a seguir, existem problemas muito piores.

FEIO

Racismo recreativo

Na edição passada do NXT rolou uma pseudo piadinha, maior escudo da ofensa pública, quando a stable High Ryze, que tem como manager Wes Lee, foi até o ringue na supracitada luta contra o Dom e o Nick (o nome dele é Luca, mas não podia perder a gracinha).

Enfim, no caminho do ringue, Lee passou ao lado da mesa de comentaristas e Vic Joseph reclamou que o heel não lhe deu um high-five, ao que prontamente Corey “fidelidade” Graves respondeu: “Provavelmente ele estava querendo é roubar sua carteira”.

Entendeu? Porque ele é preto, malandro, acho que não é uma ‘piada’ tão complexa assim.

Coisas como essa são extremamente costumeiras dentro da WWE e, sinceramente, não deviam ser em lugar nenhum. Eu mesmo só percebi por que apontaram isso no grupo dos leitores do WrestleBR — não lembro quem foi ao certo, mas obrigado —, do contrário talvez tivesse passado batido.

Assim, não é que seja uma grande surpresa vindo de quem vem e não digo isso me referindo somente ao comentarista, mas a instituição como um todo. Claro que você pode argumentar usando o MITB da Naomi, Kofimania, Lash Legend metendo um squash, argumento não falta, PORÉM numa empresa que está há meses com a gimmick de El Grande Americano, vindo diretamente do ““golfo da américa””” e que, na primeira oportunidade que teve de apresentar um contato real com a Lucha Libre, tentou simplesmente reescrever a história daquela cultura, não é de se surpreender.

Isso sem contar outras bizarrices que já são amplamente discutidas na internet como HHH/Booker T, black face e afins.

Acho que vale somente o ponto porque se tem uma coisa que realmente é FEIA, é isso, comportamentos ditos inofensivos que são difundidos em rede nacional como um comentário espertinho.

Mas enquanto o burro existe, também nós existiremos — talvez tão burros quanto, mas menos filhos da puta— e, com a existência, a espera, espera até o próximo texto.

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