Então você quer saber o que rolou de melhor e pior no WWE x AAA Worlds Collide? Bem-vindo ao Bom, Mau e Feio, onde elencamos os melhores, piores e absurdos pontos deste especial da WWE e AAA. A edição analisada hoje é a do dia 07 de junho de 2025.
BOM
Iguana. Bruno
Em uma primeira luta muito empolgante, vimos Mr Iguana, Octagon Jr e Aerostar enfrentando e vencendo Lince Dorado, Dragon Lee e Cruz del Toro num clássico embate entre trios.
A luta contou, em sua maioria, com golpes precisos, momentos empolgantes e, acima de tudo, uma conexão que misturava humor com maravilhamento e que, por conta disso, conseguiu envolver o público, ganhando os espectadores logo no primeiro round.
O destaque, sem dúvidas, foi Mr Iguana, que com sua Iguana de borracha, serviu de fio condutor para a luta inteira, parecendo ser o ponto que mais gerava interesse dos investidos nessa batalha.
Houve um grave deslize na luta, mas falaremos nisso mais tarde. A parte isso, foi uma luta excelente que, como manda as escrituras, trouxe uma vitória para o lado AAA.
Ready, Willing and Vikingo
O main event da noite trouxe El Hijo del Vikingo defendendo, de maneira bem-sucedida, seu título de Mega Campeão contra o desafiante Chad Gable.
Lutas assim nos lembram como é desnecessária a patética gimmick de “El Grande Americano”, uma piada racista que se estica há meses e que, apesar do destaque, serve somente como uma pedra no caminho do excelente lutador que realmente é o ex-campeão mundial de duplas.
Com sua experiência em Wrestling amador, seu entendimento em relação a condução do combate e uma base muito precisa, CG foi o parceiro de dança perfeito para o gênio dos ringues El Hijo del Vikingo.
Antes de se lesionar, Vikingo já era um dos nomes mais badalados da luta livre mundial, tendo tido algumas incursões na AEW, TNA e, acima de tudo, sendo o Mega Campeão com maior reinado dentre todos os campeões da história do título.
Infelizmente uma lesão pôs fim a essa longeva sequência e, quis o destino que, entre trancos e barrancos, o título fosse parar na mão de Alberto El Patron. Com a confusa negociação de “aquisição” da WWE com a AAA, acabou que o reinado do malquisto Del Rio teve fim e o cinturão voltou para os braços mais que capazes de Vikingo.
E ele mostrou, na noite deste sábado, porque tal cinturão nunca devia ir para mãos menos hábeis que as dele. A explosão, a habilidade atlética, o carisma para conectar os pontos, a habilidade de fazer o oponente parecer bem mesmo sendo um lutador que coloca 90% dos wrestlers do mundo no chinelo faz do filho do King Vikingo uma estrela que não precisa de selos de aprovação ou um push.
No México, como campeão, ele está exatamente onde deveria. Luta brilhante, a qual não farei jus com palavras. Portanto, assista.
MAU
Não Dalys
Na pior luta do Worlds Collide, Stephanie Vaquer se juntou a Lola Vice para enfrentar Chik Tormenta e Dalys. Foi uma luta muito abaixo do combate de abertura e apesar da proficiência de Vaquer e Chik, as parceiras de ambas conseguiram trazer o combate para baixo, principalmente se tratando de Dalys.
Nos primeiros dois minutos de combate ela conseguiu engasgar-se com o ritmo da luta duas vezes, o que dá uma média de um engasgo por minuto. Com essa estatística de recém-nascido, era de se esperar que a luta não ia chegar em lugar nenhum.
Stephanie e Lola venceram, sendo o grande destaque desse embate de duplas um Devil’s Kiss duplo de Vice e Vaquer, a dupla V de Vitória.
Uma bosta.
Lince Bolado
Já foi dito anteriormente: a luta de trios que abriu este Worlds Collide foi uma apresentação excelente, não fosse por um detalhe. E o detalhe chegou, senhoras e senhores.
Dado momento da luta, Mr Iguana e Octagon Jr se juntaram para um pulo duplo em direção à parte de fora do ringue. Não lembro quem fez a base para Mr Iguana, pois estava muito distraído pelo fato de que Lince Dorado estava a TRÊS ANOS DE DISTÂNCIA de onde Octagon Jr ia cair, deixando com que o lutador — que diga-se de passagem ainda ia acabar tendo uma outra luta mais tarde no Money In The Bank, contra Dominik Mysterio pelo título Intercontinental —tivesse para aplacar sua queda somente o chão de concreto acolchoado com uma fina camada de borracha e com o desespero de mais uma base merda.
Já diria o Cine: virou padrão. Curioso que, na edição do NXT dessa semana, eu apontei isso como uma característica que a WWE devia corrigir nos talentos do Performance Center. Pelo visto todos estão sujeitos às cãibras mentais de LA Knight e AJ Francis.
Até mesmo um ótimo lutador como Lince Dorado.
Octagon Jr ficou bem, no fim das contas, e isso já é um alívio.
FEIO
Rey boca de sacola
Rey Mysterio Jr está facilmente entre os 10 melhores lutadores de todos os tempos. Não só da WWE, mas da luta livre, de sempre. Isso torna ainda mais dolorosa a rebolada no quiabo que o ex-campeão mundial deu ao fazer o discurso de abertura no Worlds Collide.
Nas palavras do lutador mascarado, “Hoje a WWE dá um selo de autenticidade à Lucha Libre”.
Isso poderia também estar entre as 10 frases mais estupidas já ditas. Para o imbecil médio que acompanha a empresa da TKO talvez seja verdade, uma vez que é assim que o público estadunidense enxerga qualquer coisa que não venha de seu país. Contudo, tal selo não pertence à WWE para que ela outorgue a um movimento que é cultural e mais antigo que a própria aberração dos McMahon.
A Lucha Libre, como forma de expressão e arte, já é autêntica e potente por si só. Toda vez que alguma criança entre em um ginásio de treinamento custeado pelo governo para ter aulas de lucha libre de graça, ela se autentica; toda vez que uma exposição sobre a cultura da lucha libre ganha salões em outros países, pelas mãos de artistas mexicanos, ela se torna novamente realidade. Quando pessoas normais, indivíduos do quotidiano, deixam suas vidas por poucos momentos e ingressam na prática do desporto, seja em Tijuana, Monterrey, Querétaro ou em qualquer outro canto do México, ela já é mais autêntica do que qualquer bobagem pasteurizada que a WWE consiga produzir em nome de uma ideia ultrapassada do que eles entendem como “Lucha Libre”.
Mas se erraram até o hino do México, o que se pode esperar?