4 pontos cruciais para a AEW continuar crescendo

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Já são 3 anos em atividade, e a AEW hoje se firma como a grande alternativa na indústria da luta livre americana.

Ano passado, a chegada do AEW Rampage – junto de CM Punk, Bryan Danielson e tantos outros – era um sinal notório de ascensão.

Mas parece que o ritmo de crescimento começou a diminuir, e então surge a pergunta: o que a All Elite Wrestling precisa fazer para continuar crescendo?

Nós temos quatro pontos cruciais.

Equipe criativa

Tony Khan precisa entender que é humanamente impossível ele dar conta sozinho de todo o booking da empresa. Quem dirá duas, pois ele também é o booker da Ring of Honor.

Existe uma certa crença de que ter uma equipe criativa é ruim, dada a fama que a WWE trouxe ao tema. Não é.

A ideia por trás de uma equipe criativa não é limitar a criatividade do seu elenco, mas sim diminuir o enviesamento das suas histórias. O que a gente vê hoje, na verdade, são histórias das quais Tony Khan gosta de ver, ou também o que ele acha que os fãs gostarão de ver.

Foto: AEW / Reprodução

Em boa parte do tempo, o gosto dele é alinhado com o público, mas nem sempre ele acerta. Tony disse ao Rasslin’ Podcast que pensava que o público iria amar Sammy e Tay Conti juntos, e sabemos o que aconteceu.

Mas como ele não sabe contornar isso, simplesmente foram dadas novas férias para os dois sumirem um pouco da TV. O tema ainda se agrava mais, pois Sammy e Tay chegaram a receber ameaças de morte.

O próximo ponto tem a ver com o primeiro.

Divisão feminina

Chega a ser até difícil chamar o que a AEW faz com as mulheres de divisão, pois não existe nada. A única coisa bem construída atualmente é Jade Cargill e isso é muito mais mérito dela, até porque é raro vê-la no principal show da empresa.

Foto: AEW / Reprodução

Durante o reinado de Britt Baker, e agora piorado durante o reinado de Thunder Rosa, fica evidente que Tony Khan não sabe o que fazer com as mulheres no card. Toda semana, é exatamente a mesma coisa.

Uma luta de 10 minutos, um segment nos bastidores e outro com a campeã na entrada da rampa. Tivemos exatamente o mesmo segment de Britt Baker e Toni Storm por quase um mês.

Foto: AEW / Reprodução

Isso é um dos fatores mais graves, pois reflete diretamente na audiência do programa, que é predominantemente composta por homens. E não estou dizendo que mulher só assiste luta de mulher, mas pode ter certeza que são coisas correlacionadas.

Chega a ser cômico, porque se mais mulheres assistissem ao show, a audiência do AEW Dynamite seria igual ou maior que o WWE RAW. E ao invés de buscar essa audiência, a cada semana parece que estamos mais distantes disso.

Falando em audiência…

Mais horas de TV

Atualmente, a AEW possui somente três horas de televisão semanais. São duas horas de AEW Dynamite e uma hora de AEW Rampage, enquanto o resto da programação (Dark e Dark Elevation) são no YouTube.

É pouquíssimo tempo. Não dá para comparar, mas a WWE tem mais que o dobro disso só nos seus três principais shows, sem contar os secundários.

Para aumentar essas horas, não tem outra alternativa que não jogar o jogo. E é aí que começa a chuva de conflitos para Tony Khan.

Recentemente, você viu um quando Hangman Page perdeu o cinturão para CM Punk. Explicamos os motivos aqui.

Foto: AEW / Reprodução

Os fãs mais ferrenhos da AEW queriam que Page segurasse o cinturão até que finalizasse o suposto arco de insegurança, que esses fãs insistem que ele carrega desde o início da empresa.

Mas o problema é que a audiência do show só caía, e o campeão principal da empresa não se destacava nos shows. A emissora que transmite a AEW está sob nova direção. Precisaram mudar.

CM Punk é um rosto muito mais conhecido, e é quem dá mais audiência por minuto na AEW.

Foto: AEW / Reprodução

Naquele Rampage que Punk estreou, o show ultrapassou 1 milhão de espectadores em pleno fim de noite americano. Atualmente, o show não passa de 500 mil em audiência.

Existe um problema ainda maior para Tony Khan lidar, que são os cortes de gastos que a nova Warner Bros. Discovery pretende fazer. Para não esticar, veja aqui nossa análise detalhada desse assunto.

Quem manda na TV quer menos programas, quem manda na AEW quer mais horas de show. Esse é o cabo de guerra.

Segundo o próprio Tony Khan, as reuniões com os executivos da nova fusão foi um sucesso, então podemos esperar coisas positivas.

AEW Network

Acho muito difícil que esse seja o nome quando sair, mas você entendeu o ponto.

Uma das muitas viradas de chave da WWE aconteceu quando ela criou a WWE Network, pois mudou tudo que se conhecia sobre eventos pay-per-view até o momento.

A ruptura da WWE foi tão impressionante, que se você parar pra pensar, veio junto do Netflix quando ele ainda tinha somente House of Cards como conteúdo original.

Hoje, em 2022, o que você mais vê crescendo são os streamings, e a AEW precisa ter um lugar para não só armazenar seus shows, como também transmiti-los ao vivo.

As atuais formas de assistir à AEW

Para nós, fãs, ter a biblioteca da empresa habilita que revivamos com facilidade e baixo custo todos os momentos do show, enquanto que para eles isso significa uma receita fixa entrando mensalmente nos bolsos da companhia.

E isso aumenta o valor da própria empresa, pois abre as portas tanto para novos negócios quanto para investimentos.

Longo caminho pela frente

O que facilita a vida da AEW é que seu dono é um bilionário disposto a incinerar quanto dinheiro for preciso para fazer funcionar.

Enquanto a filosofia de Tony Khan permanecer essa, o caminho será sempre mais tranquilo. Basta abrir a cabeça e entender que é possível ver a luta livre como negócio sem necessariamente ser como a WWE.

No entanto, não depende só dele. Os próximos anos serão interessantes.

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