Vou falar de Sting

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11 de março de 2022
Sting no ringue

Eu já começo esse texto dizendo que eu nunca vi mais do que 30 minutos do que tornou Sting a lenda que é. Mas eu quero falar dele hoje.

Em mais um excelente texto, o Players’ Tribune trouxe a história de Sting. Desde o começo, de sua tardia entrada nesse mundo do wrestling, pois só soube o que era aos 22 anos de idade, até os dias de hoje.

Já aqui eu quero pontuar algo que eu já disse muitos anos atrás nesse mesmo site, sobre como a luta livre é fácil e complexa. A cada fio que você puxa sobre wrestling, outros inúmeros aparecem como desdobramento.

Pois bem, Sting começou a sua carreira ao lado de um rapaz chamado Jim Hellwig: ninguém menos que o Ultimate Warrior.

Sting e Ultimate Warrior
Foto: Players’ Tribune

Não vou entrar nos detalhes aqui, você tem tudo isso no texto do Players’ Tribune, mas os saltos dos dois aqui vão de Jerry Jarrett, pai de Jeff Jarrett que fundou a TNA, e após se separarem, Sting se encontra na NWA com Dusty Rhodes que dispensa qualquer apresentação.

Num certo dia Dusty quis colocar Sting contra Flair. E eu repito, eu não vi nada disso, nunca foi minha praia ver a história da luta livre. Mas você aí deve saber muito bem do que se trata.

Sting podia nunca ter acontecido

Em certo momento, ele narra que chegou a propor pra sua esposa voltar para Califórnia e esquecer tudo aquilo, mas ela o convenceu a ficar. Mesmo sem conhecer nada de wrestling, apenas no feeling. Isso pode até ser uma história aumentada para dar mais emoção ao texto, mas vamos comprar.

Essa de longe é a mais tranquila das vezes em que Sting podia nunca ter visto a luz do acontecimento. Falta de dinheiro, dificuldade de entrar no negócio, e até mesmo depois de se tornar Sting, sempre há uma pedra no caminho.

Porque luta livre machuca. Tem sempre gente pra dizer que é falso, e sim, é falso pra caralho. Mas não deixa de doer. Ninguém consegue falsificar a gravidade. Além de toda dor física, também tem a mental. E isso gera consequências.

Sting no backstage
Foto: Players’ Tribune

A cultura da luta livre é circense, isso significa que o normal pra esses caras é estar 300 dias no ano fora de casa. Longe da sua família, perdendo o crescimento de seus filhos, vendo suas relações ruírem. A cabeça explode.

E é aí que você começa a recorrer à qualquer coisa que tiver ao seu alcance. Pro Sting, essa coisa eram os analgésicos.

Isso quase matou a lenda que conhecemos hoje. A lenda que eu não vi, mas me encanto da mesma forma. Ele encontrou na religião a sua libertação desse vício, mas o foco que dou aqui é que ele conseguiu se libertar.

Muitos não tiveram essa sorte.

Na luta livre, poucos têm a chance de decidir como terminar a carreira

Sting fala que a parte mais legal é que uma de suas filhas não pegou a sua época de WCW, e desde que chegou à AEW ela começou a ver graças ao Youtube, e então passou a entender sua carreira. E hoje ela parece um fã como nós.

E é aqui que veio a frase que me inspirou a começar a escrever esse texto.

Quando Sting diz que a AEW deu a ele a habilidade de escrever seu capítulo final, isso tem uma força tremenda. Quantos ídolos não tiveram essa chance? Você deve conhecer pelo menos um.

Era muito mais provável que o Sting hoje fosse uma lembrança, mas ele ainda é um acontecimento. Ele ainda faz coisas como isso aqui:

https://twitter.com/AEW/status/1500687513400266755

Sting tem 62 anos. Uma idade normal, para muitos o começo da terceira idade. Para um lutador com o tamanho do Sting, é muita coisa. E ainda estar laçando as botas a essa altura do campeonato chega a ser inimaginável.

O companheiro de início de carreira do Sting se foi aos 54 anos em 2014.

Foto: WWE

Ultimate Warrior parece alguém de 54 anos para você? Pois é. Ele teve seu reconhecimento no hall da fama da WWE, fez o discurso no dia dessa foto, e três dias depois morreu. Do coração.

Não é só luta livre

E por todo o contexto, por tudo que um ídolo desse esporte passa durante toda sua carreira, que eu pego essa frase emprestada do futebol. A luta livre reserva muitas nuances e a mensagem que ela nos passa é uma só: aproveite, será curto.

E quando surge um Isiah Kassidy te mostrando um autógrafo de 20 anos atrás e uma foto dele com você dizendo que você é a razão dele estar no wrestling.

Quando surge alguém dizendo que sofria bullying na escola e você o ajudou a passar por isso.

Quando surge alguém dizendo que a única relação que tinha com o pai era ver você às Segundas-feiras na TV.

Eu não vi nada que essas pessoas que disseram isso para Sting viram, e ainda assim, eu entendo perfeitamente.

É aí que você olha pra tudo isso e pensa. Não existe uma simples coisa na luta livre que seja falsa.

Obrigado, Sting.

Foto: Players’ Tribune

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