E aí meu povo! Como vocês estão?! Espero que muito bem. Então, passamos dos festejos natalinos e de toda a comilança que foi a ceia, todo mundo caiu de boca no peru com muita vontade e agora estamos a caminho de 2022. Esse foi um ano bastante legal pra mim no que diz respeito à luta livre, pois me atrevi a unir duas paixões minhas que ao olhar de muitos, são um tanto diferentes e graças à luz de Elsa Schiaparelli, consegui provar que elas têm muito em comum. Eu tenho a total consciência que poderia ter feito muito mais textos, mas como disse no meu próprio podcast, ainda sou muito insegura em relação a tudo que crio e ainda tenho um certo medo de acharem que isso aqui é uma ideia ruim e das críticas destrutivas (fora as pessoas que criam contenda por qualquer coisinha que não esteja na concordância delas, mas essas eu quero que se lasquem) e isso acaba na famosa autossabotagem. Enfim, acho consegui lhes dar uma boa explicação, mas juro que ano que vem farei uma boa terapia para trabalhar esses fantasmas e aí eu vou macetar conteúdo nesse inferno.
Dito isso, agora podemos ir ao que nos interessa de fato. Looks. 2021 com toda a certeza foi o ano em que o fã de luta livre começou a dar uma atenção maior aos figurinos e gears dos lutadores em diversos momentos especiais, também foi o ano em que a gente conseguiu perceber um capricho e empenho maior da parte de designers, costureiros e figurinistas desse segmento, o que é algo maravilhoso e digno de muita admiração, pois passamos a conhecer de fato quem eram os rostos por trás das criações incríveis que víamos nos ringues. Com certeza você que tá aí do outro lado tem a sua favorita, aquela que te arrancou um “MEU DEUS MEU DEUS, QUE ROUPA FODA AAA”.
Então, faltando 5 minutos pra acabar, resolvi listar alguns momentos fashionistas que marcaram o ambiente da luta livre nesse ano. É bom eu explicar que nesse caso, eu vou citar esses momentos com base no que vi na WWE e na AEW, que querendo ou não são as duas companhias que mais consumo e que querendo ou não foram as que mais serviram momentos pra mim. “Amas Myche… Myrcella, você fala mal à beça da WWE.” Vou continuar falando. “Mas você não colocou fulano de tal na lista” A vida não é justa, eu também não. Tô brincando. Entendam que não tem como colocar todo mundo que queria aqui, tô colocando o que julguei ter sido mais marcante pra todo mundo e que de alguma forma gerou comentário. Por que que eu tô me justificando? O ateliê é meu. Enfim, textão não define paredão, vamos para essa retrô logo.
1. Seth Rollins, o discípulo preferido de Falcão.
Sim, DE NOVO ele vem parar em um texto meu. Eu juro que tento, mas não tem como me livrar daquele que contribuiu para a existência da Cruella Devil da iwcbr e seu quadro de textos. Não dá pra fazer uma retrô sem lembrar de Seth Camp Rollins e todos aqueles ternos, alguns bem legais e outros totalmente esquecíveis como por exemplo, aquele de assadeira de alumínio ou o de estampa velha da era renascentista.
A verdade é que ele causou, causou muito e segue causando reações de vários tipos em nós fãs, tudo isso, claro, era esperado por quem idealizou essa personalidade egocêntrica e extravagante do moço e isso tem uma explicação: Camp. Não posso deixar de agradecer a este homem, pois é por causa dele que estou aqui escrevendo pra vocês, obrigada Seth Rollins por me desafiar a passar pano pra você toda semana. E se você tá chegando agora aqui e não sabe o que é a estética camp e o que ela tem a ver com os figurinos e as gears do nosso arquiteto favorito, o primeiro texto que fiz sobre moda e lutinha explica direitinho, passa lá e se delicie.
2. A Lei Maria da Moda macetando os Young Bucks.
Outros que não podem ficar de fora dessa lista, pelo bem ou pelo mal são os fedidos dos Young Bucks. Eu sinceramente não sei usar palavras para descrever alguns crimes que eles cometem contra a moda mundial, a minha moda mundial, porque por incrível que possa parecer, tem quem goste (inclusive Anna Wintour, ela certamente convidaria Nick e Matt para uma edição do Met Gala). Fato é: assim como Seth Rollins, eles também causaram e aqui a perturbação é dupla, quádrupla porque envolve gear e figurino e eu não sei qual tem mais informação. Essa parte incomoda, o excesso de informação nos looks, cores chamativas e padrões de estampas no mesmo lugar. Mas se por um lado eu mordo, pelo outro eu assopro e a gente tem que dar a César o que é de César, toda essa informação, por mais impressionante que possa ser só é organizada e não tão agressiva aos nossos olhos graças a uma ferramenta muito usada pelos designers chamada Círculo Cromático.
É essa rodinha cheia de cores que norteia a gente na hora de criar uma roupa ou no caso dos designers gráficos, um banner ou artes para divulgação por exemplo. Existem várias linhas de combinação de cores que ajudam a harmonizar estampas ou peças lisas na hora de se vestir, esse é um ótimo assunto pra se falar no futuro e vocês veem isso direto na vida de vocês.
No último Dynamite, Matt usou um conjuntinho bem Versace vibes que eu particularmente gostei muito, só para comentar. Será que em 2022 ainda veremos os Young Bucks usando os conjuntos da Renner roubados dos armários de Lipe Ribeiro e Flávio Nakagima?
Perguntinha da Myrcella: Quem é mais Camp, Seth Rollins, Young Bucks ou Becky Lynch?
3. New Day e suas várias fontes de inspirações.
Se tem um grupo que entregou muito conceito e gears lotadas de referências bastante significativas, esse grupo foi o New Day. Kofi, Xavier e Big E conseguem trazer as melhores referências da cultura pop em cada detalhe de seus looks, tanto enquanto grupo como individualmente. Uma das melhores esse ano, sem dúvida foi a versão da banda The Fogees, uma banda americana bem popular nos anos 90 e que recentemente se reuniu para comemorar 25 anos do disco “The score”, este que inspirou a criação das gears. Tudo ali ornou perfeitamente, destaque para o tom de bronze e os trechos das letras das músicas que fazia parte dos detalhes.
Ainda teve também Xavier homenageando o best Kenny Omega usando capa em um dos seus ombros no Suvivor Series, ou a gear do Esqueleto do Kofi no Money in the Bank e também a gear do Survivor Series do Big E, que fazia referência ao seu seriado de comédia favorito, Seinfield. Fora as outras várias que poderia ficar horas citando aqui, mas o que importa é que os meninos serviram demais nesse ano e o céu é o limite para cada um deles nesse quesito, porque criatividade nunca lhes faltou. Obrigada New Day por trazer tanta coisa legal para alegrar nossos olhos.
4. Aquela gear da Tay
Precisamos enaltecer Tay Conti pelo ano in-crí-vel que ela teve como lutadora. A evolução nítida da gata fez com que ela tivesse duas chances de lutar pelo título feminino da AEW, uma contra a então campeã Hikaru Shida e outra contra a doutora Britt Baker no Full Gear, luta esta que ainda não superei pois ela tinha tudo pra sair daquela merda campeã, mas o canalha e mal caráter do Tony Khan não quis isso. Toninho, tu não pisa no Rio irmão, tu vai tomar um pau fdp.
Quando eu digo tudo, isso inclui a vestimenta e meus amigos, QUE GEAR LINDA QUE A TAY ESTAVA. Muito brilho, muito verde e amarelo e muita brasilidade até na make, aquela era a gear de uma campeã e ninguém pode discordar nem de mim e nem da minha própria amiga Felipe Fernandes. Uma curiosidade sobre essa gear é que o designer Andrew desenhou tanto a da Tay quanto a da Britt para essa luta e outra curiosidade é que algumas gears da Tay tem a mão de um brasileiro, o designer Juliano Willian, este que também desenha para Mickie James e Cody Rhodes. Alguém tem dúvida de que a mulher vai ser campeã em 2022?! Nenhuma, a mãe tá exxtouradíssima, esquece!
5. O bom gosto de MJF
Maxwell, você tem um ótimo gosto para roupas, bem refinado e levemente elegante, diga-se de passagem, mas se me permite te dar um conselho, nem tudo que você usa combina com seu cachecol caríssimo da Burberry. Mas enfim, são coisas que a gente deixa passar.
MJF é um exemplo de homem gostoso e elegante, isso refletiu em seus conjuntos, em sua maioria de monocromáticos, uma vez ou outra ele dava uns surtos de extravagância e misturava umas estampas nada a ver com o xadrez do cachecol, tipo aquele blazer floral que ele usou em um dos Dynamites. Lohaaw ama quando ele faz esse tipo de combinação zoada, mas eu desaprovo totalmente. Mas mais do que errar a mão, ele acertou bastante nas cores lisas escolhidas para suas aparições, inclusive no terno marrom café que ele usou em um Dynamite que não lembro agora, mas que ele casou lindamente com o cachecol da Burberry. Enfim, o este ano foi muito bom para o colosso do microfone, tanto em ringue quanto nos looks.
6. Simplesmente Sonya Deville
Caras, Sonya Deville é um absurdo de mulher bonita. Sério, acho que o sonho de todos nós é levar um belo murrão na cara por parte deste ser humano incrível. Este ano ficamos só na expectativa de vê-la lutando novamente, mas ainda não rolou, mas ela fez um ótimo trabalho gerenciando o Raw e o Smack Down e devo dizer que a cada semana ela surpreendia com seus terninhos maravilhosos, bem feitos e muito refinados, aqui nós temos que parabenizar o alfaiate que fez cada uma dessas peças, pois dá pra ver que a qualidade delas é muito, mas muito boa.
Quando a gente acha que ela não tem mais de onde tirar tanta beleza, ela vai lá e deixa nós no chão, impactados. A beleza da Sonya é algo surreal e fica mais surreal ainda pelo fato de que ela nasceu pra usar terninhos e é nessa hora que a gente agradece a Coco Chanel e Yves Saint Lauren que trouxeram essa peça para o armário feminino, gerando o maior auê no final do século 19 e que hoje já não é mais um motivo de espanto, mas sim de muita personalidade por parte de quem os usa e isso a dona Sonya tem de sobra. Que ano que vem ela nos traga mais looks incríveis, mas que também volte a lutar, a gente tá com saudade.
7. O universo de Gargano na visão de uma gear.
Dezembro foi o mês da despedida de Johnny Gargano não só do NXT, mas aparentemente da WWE. Foi no War Games que ele realizou sua última luta e como a ocasião era especial, ela também pedia um dress code especial. Foi aí que vimos Gargano trazer toda sua trajetória em TakeOvers resumida em uma única gear, 7 das melhores em seu acervo podiam ser notadas ali e o resultado disso foi ótimo. Eu tenho um monte de coisa pra falar sobre essa gear que foi uma das mais legais que vi nesse ano, mas pra isso, estou escrevendo um outro texto detalhando todo o conceito e os momentos vividos por Johnny Gargano por trás dela.
Eu sempre digo aqui que as roupas tem um poder imenso de nos contar uma história sobre a vida da pessoa que as veste, não só isso, elas também têm o poder de trazer boas lembranças de momentos vividos no passado, onde bate a famosa nostalgia e essa gear conseguiu trazer o pacote completo, contou uma história, nos trouxe boas lembranças e fez a gente ficar com um pesinho da despedida, mas isso não quer dizer que seja o fim eterno. Agora só resta saber quais serão os seus próximos passos no mundo da lutinha, mas com certeza ele ainda vai entregar muita gear legal pra nós no próximo ano.
8. O luxo e a ostentação de Charlotte Flair
O ano de 2021 sem dúvida foi o ano em que nossa mami deu uma bela refinada em sua maneira de vestir. Vimos luxo, elegância, refino e muita grife pro parte da rainha, roupas que pagariam meses de aluguel da minha casa e que eu particularmente sonho em usá-las quando for uma grande profissional da moda e melhor amiga de Donatella Versace. A verdade é que essa repaginada foi essencial pra fortalecer a personagem de Charlotte, tudo ornou, a postura, o comportamento e as atitudes no decorrer de suas rivalidades, o que me fez tirar o ódio do meu coração e amar essa mulher (eu vou apanhar por defender, tô até vendo).
Como uma boa vilã se veste de maneira que o seu ego seja alimentado, ela se veste com o intuito de atrair as atenções de todos, sem exceção, gerar burburinho, comentário sobre ela, claro. Charlotte é uma rainha e uma rainha se veste com as melhores e mais caras roupas e isso só foi possível graças a um trabalho de styling, que é um pouquinho só diferente do figurino por exemplo. Isso eu também expliquei em um texto do finado Modinha na Lutinha. Esperamos que a reina entregue muitos e muitos looks babado no próximo ano, eu ficarei observando tudo para comentar depois. Te amo Charlotte.
9. Lenda que faz as próprias roupas
Queria dizer aqui o quanto eu amo e admiro a Bianca, não só como lutadora, mas principalmente como a ótima costureira que ela é. Desde que descobri que ela é quem cria e produz as próprias roupas, digo todas, gear, figurino e até as roupas que ela usa em eventos especiais, a minha identificação com ela só aumentou. Bibi deu um show e serviu looks memoráveis, como na Wrestlemania, onde ela abusou do brilho, do strass e das franjas, algo realmente digno da protagonista da luta principal da primeira noite.
Desde que comecei a faculdade de moda, aprendi a valorizar o trabalho de toda a galera dessa área, justamente por ter a experiência de passar por todo o processo de criação e produção, então eu realmente entendo cada processo que a Bianca vive em cada roupa que faz, mesmo sendo um processo diferente do meu, mas o intuito é o mesmo: criar e dar vida a algo pensado e idealizado por você mesma. Passei a acompanhar os vídeos em que ela produz as peças e ver como ela se dedica e vira a noite na frente da máquina pra entregar o melhor pra gente, e ela não fica devendo em nada (tá, vamos desconsiderar as gears do Summer Slam e do Survivor Series). Bianca, eu só consigo te admirar cada dia mais porque você é uma profissional incrível, tanto na moda como no ring. Obrigada por me inspirar tanto e por tudo que você criou até aqui, seja assim pra sempre.
10. A rainha do drip é ela.
Becky Lynch é a grande e grata surpresa fashion deste ano. Quem aí imaginaria a gata servindo todos esses looks há 4 anos atrás? Ninguém! Me arrisco a dizer que o maior glow up do ano foi o dela e assim como a Charlotte, essa mudança no estilo fez muito, mas muito bem ao seu personagem, principalmente depois do seu retorno aos ringues.
Uma coisa importante que deve ser dita aqui é que a maneira que a Becky se veste é muito parecida com a do seu amado Seth Rollins, a diferença aqui é que ela conseguiu sustentar todas essas roupas diferentonas de uma maneira muito melhor do que ele, na minha humilde opinião.
Os trejeitos, a postura e o comportamento da Becky complementam muito com esse novo estilo. Realmente a antiga Becky não existe mais e graças a Deus que não existe mais, porque essa nova versão é simplesmente magnífica. Becky é mais camp que o próprio marido. É como ver ao mesmo tempo o que não fazer e a maneira certa, tipo o “senta e aprende com a mamãe” da dona Furacão da CPI, ela é um exercício de observação ambulante pra mim e isso é incrível de ver. Becky profetizou a volta das cinturas baixas, trouxe o oversized com os casacões de pele (artificial tá galera, nenhum animal usado ali), trouxe a cor do ano que era o illuminating, trouxe a gear de milhões no Survivor Series, enfim, mestre do estilo. Bendita seja a pessoa que teve a ideia de vesti-la dessa forma.
11. O ícone do ano
Sasha Banks, é o nome dela.
Pode me chamar de injusta por não dar este lugar à Becky, mas não tem como, a mamacita entregou TUDO E MAIS UM POUCO nesse ano. Serviu conceito, coesão, muita aclamação e laces de todos os tipos. A Sasha seria um ótimo material para um tcc (quem sabe eu não faça?). Ela também é outra nessa leva de pessoas que repaginaram o estilo e deram uma nova cara ao jeito de se vestir. Suas gears sofreram algumas alterações muito boas, sem deixar elementos característicos, como as tiras dos braços e colo e as jaquetas lotadas de brilho e aplicações. Teve gear da Louis Vuitton, teve Homem Aranha, teve lookinho de gala, abusando do tule e dos bordados, teve de um tudo. O auge do auge claro que foi a gear da Wrestlemania, que na minha opinião, é a melhor desse ano, ela é tão perfeita que nunca mais vimos a Sasha usando de novo, com certeza tá num cofre pois é muito valiosa.
Enfim, o que importa é que, mesmo sumindo por um tempinho (provavelmente correndo do João Dória e da vacina) ela causou, encheu nossos olhos e fez até a gente sentir falta dos looks. Muito curiosa pra saber qual o look que ela está preparando para vencer o Royal Rumble em janeiro. Obrigada por tanto mamacita.
Bom, chegamos ao final desse ano desgraçado, porém com muitos acontecimentos maneiros por aqui. Quero muito agradecer a cada um que se dá ao trabalho de vir aqui ler esse monte de baboseira fashionista que escrevo, mas quero agradecer principalmente ao fato de vocês todos terem comprado essa ideia doida, sem questionar se era uma ideia boa ou sem olhar pra mim e dizer “que mulher esquisita”. Eu disse em um dos meus talk, mas vou ressaltar aqui, a iwcbr, a luta livre no geral tem um significado importante na minha vida porque foi aqui que eu me senti de fato parte de alguma coisa e melhor do que isso, foi o meio em que pela primeira vez em anos eu senti que tinha total liberdade pra expor minhas loucuras, minhas criações e que eu pude ser eu de verdade, sem o senso comum de ser estranha por gostar disso aqui. Eu só sei agradecer de verdade por todas as pessoas que conheci graças a isso, mesmo com o festival de tretas de vez em quando, eu ainda gosto muito de muitos de vocês. Obrigada mesmo e me desculpem se não consegui entregar mais coisa pra vocês, mas ano que vem nós vamos amassar nos textinhos e em muitas outras coisas mais que eu for inventar. Aproveitem este dia com cuidado e moderação. Um beijo e feliz ano novo. Los amo.
Faltou Laslhey e MVP